quarta-feira, 1 de março de 2017

REPÚBLICA OU MONARQUIA


Coloquei a República em primeiro lugar, sem atender à notável veterania da Monarquia, simplesmente porque estamos numa fase da vida civil portuguesa em que o comando está nas mãos de um regime qualificado de republicano e, digam o que disserem, bastante democrático. Ma non troppo. Em vernáculo: Sem exagerar.

Os problemas que constantemente surgem com estes esquemas de governação devem-se atribuir, a meu entender (que não garanto ser o mais correcto), em primeiro lugar à falta de seriedade da maioria dos políticos, que não se envergonham de prometer e declarar com a mão poisada sobre o Diário das Sessões ou a Bíblia Sagrada, consoante a filiação, que se comportarm seriamente, honestamente e sempre vocacionados para dar o seu melhor à Nação.

Esta referencia à Nação não passa de ser um eufemismo de “o povo”, ou dos seus habitantes Feita a jura não tardam nada, menos do que a duração da chama de um fósforo, em agir contrariando todas as promessas dadas e, quando há azeite disponível, untarem as mãos, como se estivessem a trabalhar num lagar deste oleososo produto nacional, tradicional e benéfico para a saúde. O que se verifica a seguir é que nunca lavam as suas mãos untadas, e daí que engordam. Ficam tão roliços e bem nutridos, que não se estranham com a sua necessidade de mandar fazer fatos novos, por não caberem nos de poucos meses antes. É um bem de Deus os ver tão satisfeitos e ufanos.

Respingando um pouco pelos meios de comunicação, e também em alguns dos muitos espaços electrónicos que surgiram recentemente, podemos vislumbrar a existência de dois grupos de adeptos, em princípio incompatibilizados entre si, se bem que os monárquicos ferrenhos, essencialmente conservadores e fiéis até a medula na religião em que foram criados, mostram ter um fraco sentido democrático. Se entendermos como tal a aceitação das diferentes visões do mundo, menos aberta do que os republicanos actuais.

Felizmente as diferenças entre estas facções sociais, que não atingem a magnitude dos adeptos do Benfica, versus Sporting ou Porto, e duvido de se podemos avaliar este reduzido grupo de monárquicos ao dos sócios e seguidores do Belenenses. O que é de agradecer é que, por enquanto, estas preferências políticas não atingiram a efervescência dos precursores caceteiros. Valha-nos isso.

Não direi que me sinta totalmente alheio a esta divisão de querenças, mas afirmo, solenemente e, se for caso disso, jurando pela vossa saúde, pois que da minha trato em colaboração com o SNS, e vou aguentando. Razão porque por prudência, que com a experiência, podemos considerar que são as mães da ciência (devem ser mães mais ou menos lésbicas..., ou lésmicas, como eu digo, sendo insistente nos trocadilhos foleiros) não juro nunca, mas nunca mesmo, pondo a minha saúde no prato. Pode dar azar, tal como acontece se for supersticioso.

As razões pela preferência dos cidadãos perante à opção entre monarquia (desta vez ficam à frente, para compensar e tirar o mau hálito) são certamente conhecidas dos meus tão estimados e escassos seguidores, notoriamente mudos e incapazes de escrever. Atendendo a esta muito provável possibilidade opto por não especificar as tais razões. Digamos que as respeito; pelo menos assim-assim. Uma quantificação, irmã fidagal do mais-ou-menos que se usam bastante quando não nos queremos comprometer.


Este esforço inato é muito conveniente, além de espontâneo. É uma das características identificativas dos naturais da costa ocidental da península, desde o cabo Finisterre até Vila Real de Santo António. Bem dizia o Jo Soares, nos seus programas de crítica política mascarados de humor: Não me comprometas!

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