É
preceitual que se deve evitar imaginar que as nossas preferências
possam ser partilhadas pelos desconhecidos cidadãos a quem nos
dirigimos. Uns até podem ser muito permeáveis a sugestões de outro teor, em especial uando incitam a aderir a receitas milagrosas ou a comprar, comprar, comprar. Outros rejeitam liminalmente qualquer conselho ou dica que lhes passe
pela frente; precisamente são estes os que gostaria de influenciar hoje.
Além
do que ficou pouco explícito no parágrafo precedente reconheço
que, como deve acontecer com muitos outros cidadãos e “ cidadoas”,
gosto, admiro e até aplaudo, quando oiço ou leio discursos cujo
conteúdo coincidem com as minhas opiniões.
Foi
o que aconteceu ontem quando abri o Expresso, semanário que
rejeitei durante bastantes anos. A sua reentrada em nossa casa,
apesar de coincidir com a solicitação conjugal, foi consequência de
não encontrar outra publicação nacional que tenha uma seriedade equivalente, mesmo que seja habitual a sua tendenciosidade.
Uma
situação semelhante ao que nos pode acontecer quando nos apresentam
a carta num restaurante. Depois de a ler de cima para baixo, de
baixo para cima, reler e voltar a reler, continuamos sem encontrar a iguaria (um
exagero referir assim) que desejavamos, sem saber qual era. Então apontamos para o que nos pode parecer menos
mau. Já estamos descontentes enquanto lutamos com as azeitonas
sapateiras e o pão.
ONTEM
NÃO FOI ASSIM. Logo na primeira página de texto, após virar a capa, estava
o artigo de Clara Ferreira Alves,
que intitulou TÃO
FELIZES QUE NÓS ÉRAMOS.
Não
vou transcrever extractos, nem sequer frases soltas. E esta posição,
minha, está justificada porque entendo que deve ser lida, com os
olhos bem abertos e a mente receptiva. Aproveita-se tudo, sem palha
nem artifícios. Muitos leitores não gostarão do conteúdo, ou se
esforçarão por julgar ue foram águas passadas, coisas de uma época
tão longinqua como os tempos da ínclita geração. Mas não é
assim. Perguntem aos seus avós.
Para quem só tenha passado os olhos em diagonal ofereço a frase de entrada: Anda por aí gente com saudades da velha portugalidade.
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