domingo, 7 de julho de 2019

MEDITAÇÕES – Como se pode aceitar?



Na primeira página, e com destaque

O Expresso deste último sábado, que ainda não li -está a marinar...- noticia, com tinta em rosa velho -para evitar o vermelho- que JUSTIÇA ARQUIVA 94% DOS CASOS DE CORRUPÇÃO. E deixando um espaço de sossego, acrescenta que investigadores culpam falta de meios.

Desconheço o como reagiram os outros compradores deste semanário. Mas se de facto muitos pertencem aos estratos mais elevados da nossa sociedade, somos livres de poder imaginar que se já estavam sossegados agora ainda estarão mais tranquilos, e com uma incrementada boa disposição para passar umas “merecidas férias” sem ânsias, Viagens de sonho e temporada de praia, de preferência em zonas onde não se sintam pressionados para conviver com elementos da plebe.

Como seja que muitos de nós -depois de não fazer nenhuma sondagem para me apoiar- já suspeitam que os processos mais mediáticos, aqueles que encheram muitas páginas dos tablóides e até proporcionaram entrevistas nas Tvs, é muito provável (pois até já foi pré-anunciado) que terminarão em águas de bacalhau, sem se ralar pelo desejo de justiça que a população pagante desejava. E, sendo realistas, o povo de facto não exigia, pois que a população nem sequer pensa em exigir nada sério.

A Justiça, sempre fundamentada pelas leis vigentes, se dermos alguma credibilidade ao que encontramos na imprensa “livre”, temos a noção de reconhecer que, precisamente as leis que deviam ser rigorosas, estão minadas com mais vias de água do que a nau onde o Marquês mandou embarcar os jesuítas a caminho de Roma. E que se consta que estas leis, tão favoráveis ao escamoteio, são elaboradas em gabinetes de advogados privados que facturam este trabalho ao Estado. E até consta que, casualmente, também podem representar alguns dos encausados, nomeadamente os mais pesados, e ainda outros menos importantes mas sabedores de muitas coisas, e que convém que se mantenham calados.

Portantos”, mesmo antes de ler o artigo que segue ao cabeçalho já me atrevo a dizer como vão acabar estes filmes, os da corrupção. Pelo menos arquivados, e até com possibilidades de que o erário público tenha a obrigação de indemnizar os que, por excesso de zelo de algum juiz impulsivo e imprudente, ou por ceder a impulsos sem fundamento legal, determinaram que alguns dos encausados -não todos, evidentemente- fossem sujeitos a coimas, ou até a reclusão temporal.

Sem comentários:

Enviar um comentário