Apesar
do texto de esclarecimento (?) emitido pelo Excelentíssimo Professor
Doutor JAIME NOGUEIRA PINTO, NP, dentro da sua Boa Fé, por
sentir-se humilhado e ofendido qual virgem maculada, o que de facto
se entende é que o rifoneiro português está cheio de
sapiência, a transbordar, e não é por acaso que refere: Quem se
deita com crianças, acorda borrado, ou
ainda outro que tambem devia ter presente Deus os fez, Deus
os juntou.
Traduzindo:
O Professor NP não pode alegar inocência nem boa fé
na sua adesão aos desejosos de activismo da Nova Portugalidade NP.
Estas casualidades não sucedem por aquilo que refere como designios
da Graça de Deus. O primeiro mandamento nos alerta de que não
devemos usar o nome de Deus para temas sem importância. E N.P. devia
evitar a tentação de fazer de todos nós parvos.
O
seu manifesto, anti Dantas, ou anti Daniel Oliveira, só serviu para
que o Expresso, que relembramos ser propriedade de Pinto Balsemão,
não desejasse entrar nesta guerra dos Salvadores
da Pátria Portuguesa.
Não
é credível que fosse casual a publicação da página de Clara
Ferreira Alves na revista E deste último sábado. Assim como também
se incluiu uma curta reportagem intitulada como A NÁUSEA, assinada
por Valdemar Cruz, onde se referem, muito suscintamente, as tropelias
bombistas, com assasinatos incluídos, cometidas pelos activistas da
direita e comandadas por personagens identificadas, incluíndos
membros destacados da hierarquia da Igreja Católica.
Pessoalmente,
e por razões profissionais, estive ausente desta fase do Verão
Quente, mas sabia, desde fora, que Carlucci,
homem da CIA, já se tinha encarregado de namorar, e “comprar” o
PS de Mário Soares, com o propósito de neutralzar o COPCON, que eu
chamava de Pop Corn, e assim retirar força ao PC de Álvaro Cunhal.
Quando
comentava o que entendia suceder por cá com amigos residentes, e
outros fugitivos, recordo que não davam crédito à geopolítica em
vigor e de como os USA não permitiriam, e possívelmente negociariam
com a URSS, que não aceitavam que se instalasse uma Cuba no
extremo ocidental da Europa. E isso apesar de que no Alentejo já
tínhamos uma Cuba desde séculos, muito antes da reforma agrária.
Quem certamente sabia disso era Álvaro Cunhal.
Quem
viveu, de perto ou afastado como foi o meu caso pessoal, o clima
inflamado de Portugal, numa guerra civil não declarada, entre os
bandos conservador e revolucionário, não pode desvalorizar os
receios de muita gente, especialmente daqueles que eram crentes e daí
que amigos fidegais do regime derrubado, além de temerosos dos desmandos dos terríveis vermelhos, ou concretamente comunistas.
Pretender
retomar o passado é uma insensatez total. A sociedade de hoje não é
a mesma da de 1970-74. A estrutura económica que se instalou é
muito diferente, e só adultos com mentes obcecadas é que se podem
juntar a revolucionários de pacotilha.
Apesar
de muito ter lido e ouvido sobre o referido Verão Quente aceito que
fui influenciado pela publicidade que se fez acerca de que “as
feras esquerdistas” estavam na margem sul do Tejo e Alentejo. O
texto A Náusea serviu para refrescar a memória e ligar a realidade
de onde, de facto, havia uma população numerosa de operários,
mal pagos, mal atendidos, pouco educados e abusados, inclusive pela
tal igreja que se publicitou como defensora dos desvalidos. Era no
Norte ue existia um maior número de revoltados. Por isso o ter nomes e locais onde os conservadores estavam
activos, precisamente de Aveiro para cima, ajudou a verificar que, até
nisso, a capital pretendeu ter a primazia. E não foi assim.
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