Carlos Costa é o meu representante e fac-totum
na Figueira da Foz. Nele depositei a minha confiança. Mas como o
prevenir não ocupa lugar é seguido de perto por um segundão,
que tem ordens severas de se manter pouco ou nada visível. O Costa
estava a postos, num pequeno escritório nas docas. Fez um relato
sucinto das suas actividades e da anotação das verbas a que eu estava credor. Tudo credível em função das outras notícias que recebi
por vias diversas. A sua actuação nas últimas três semanas foi
aparentemente livre, embora tenha sempre uma agenda concreta para seguir e mantivemos contactosn periódicos via telemóvel (sempre
o mais rápidos que nos é factível) Confirmou que as mercadorias ali desembarcadas não tiveram problemas com a alfândega; que vinham
com documentos tão correctos como era exigido a qualquer
consignatário da praça. E que, após pouco tempo de repouso no
armazém seguiram o caminho pré determinado, desta vez via
terrestre. A maior parte seguiu do cais para o destino sem passar pelo armazém. Tudo encaixava com as outras informações.
Ainda
na Figueira visitei a Filomena, que foi uma das minhas almofadas
antes de me enganchar com a Luísa. Continua a ser uma bela fêmea,
vistosa e com as carnes pertinentes. A Filomena julgou que eu vinha
com a ideia de ficar um par de dias na sua companhia, mas tive que a
desiludir porque a agenda para hoje e amanhã está muito recheada.
De qualquer forma tenho a certeza de que está servida por outros
amigos e beneméritos. Seria um desperdício ignóbil a deixar
esmorecer sem o devido uso. Mesmo assim não escapei a uma queca ao
chegar (nem eu queria
escapar..) e mais uma rapidinha antes de partir. O que
sossega é que esta noite não dormirei no Vale...
Nestas coisas do amor físico e do amor familiar, seja com o/a conjugue, filhos ou outros familiares directos a sociedade tem diversos padrões e conceitos a seguir, nomeadamente no que respeita a aceitar, sem alarido e compreensão, as tais facadas no matrimónio. Os maridos, como caso mais corrente, pretendem ter um livre transito, por assim dizer, para copular outras fêmeas além da esposa. Nisso somos equiparáveis, mesmo que com roupagem, aos tais animais ditos de irracionais. Custa a dizer e especialmente impossível de fazer aceitar pelas mulheres, porque, de facto, o homem quer ter o direito de aplicar a lei do funil, a tal que confere a parte larga, condescendente a alto grau, a ele e a fininha, estreita e desejada estar fechada a cadeado para a sua companheira.
Quando nos mostram reportagens do comportamento de grupos de animais, nomeadamente mamíferos, não nos surpreende o facto da existência de um macho dominante, cujo domínio reside, practicamente, na exclusividade no aparelhamento com as fêmeas do seu grupo. Uma visão que, apesar das normas sociais vigentes, é o sonho, ou pesadelo, de qualquer homem normal, que não esteja totalmente condicionado (não precisa de ser semi-castrado) por efeito das regras sociais, tantas vezes incumpridas. O instinto, quando consegue impor-se, pode levar a conseguir um serralho, mais ou menos povoado. Paralelamente a como funcionam os animais, o macho não admite tais liberdades às fêmeas a se cargo. Nem sequer e uma delas. Bem nem se põe em discussão que a fidelidade (não a que se escreve com maiuscula, que está ligada ao Grupo Segurador) da esposa. Não se aceita, em princípio, mas não se concebe ser taxativo. Recordemos a quantidade imensa de anedotas e histórias verídicas onde a acção principal reflete-se nos divórcios, separações, mortes e, resumindo, quase sempre ligado à imperdoável ofensa dos cornos.
Nestas coisas do amor físico e do amor familiar, seja com o/a conjugue, filhos ou outros familiares directos a sociedade tem diversos padrões e conceitos a seguir, nomeadamente no que respeita a aceitar, sem alarido e compreensão, as tais facadas no matrimónio. Os maridos, como caso mais corrente, pretendem ter um livre transito, por assim dizer, para copular outras fêmeas além da esposa. Nisso somos equiparáveis, mesmo que com roupagem, aos tais animais ditos de irracionais. Custa a dizer e especialmente impossível de fazer aceitar pelas mulheres, porque, de facto, o homem quer ter o direito de aplicar a lei do funil, a tal que confere a parte larga, condescendente a alto grau, a ele e a fininha, estreita e desejada estar fechada a cadeado para a sua companheira.
Quando nos mostram reportagens do comportamento de grupos de animais, nomeadamente mamíferos, não nos surpreende o facto da existência de um macho dominante, cujo domínio reside, practicamente, na exclusividade no aparelhamento com as fêmeas do seu grupo. Uma visão que, apesar das normas sociais vigentes, é o sonho, ou pesadelo, de qualquer homem normal, que não esteja totalmente condicionado (não precisa de ser semi-castrado) por efeito das regras sociais, tantas vezes incumpridas. O instinto, quando consegue impor-se, pode levar a conseguir um serralho, mais ou menos povoado. Paralelamente a como funcionam os animais, o macho não admite tais liberdades às fêmeas a se cargo. Nem sequer e uma delas. Bem nem se põe em discussão que a fidelidade (não a que se escreve com maiuscula, que está ligada ao Grupo Segurador) da esposa. Não se aceita, em princípio, mas não se concebe ser taxativo. Recordemos a quantidade imensa de anedotas e histórias verídicas onde a acção principal reflete-se nos divórcios, separações, mortes e, resumindo, quase sempre ligado à imperdoável ofensa dos cornos.
Antes
de chegar a Aveiro, e porque já eram horas de almoçar, telefonei a
um amigo de Vagos para saber se estava disposto a me dar companhia
numas enguias. Não que seja pessoa sem importância, pois que mesmo
residente fora de Aveiro ele sabe muito mais do que as pessoas podem
pensar. Entre nós fica a ser conhecido com o seu nome Chico Faísca,
Chico por Francisco e Faísca porque durante muitos anos foi
electricista embarcado no bacalhau e depois continuou com fios e
fusíveis em terra, mas só em biscates porque o corpo não o ajuda
para grandes trabalhos. Este homem sabe tanto ou mais do que os
elementos da Guarda Fiscal de Aveiro, e, neste sentido é de suma
importância para referir os dias de folga de uns e outros, dos que
preferem olhar para o lado e dos que são uns cacaruços ansiosos por
mostrar serviço, mas que, bem conversados, são mais úteis do que
alguns gabarolas de quem não podemos por a mão no lume.
E
o Chico Faísca sabe de tascas com boas enguias como ninguém. Mas
não só, tem que ter um bom espumoso da Bairrada e mais umas febras
grelhadas à maneira. Sempre foi um bom parceiro para petiscos. Bem
haja.
Aveiro!,
quem te viu e quem te vê! Recordo como era nos anos '50, em especial
no comércio, nos cafés, restaurantes, cervejarias e creperias. Há
um sem fim de novas actividades que ocuparam os antigos locatários,
tal como nas restantes cidades de Portugal. Urbanizações e novas
instalações industriais, mais o inusitado movimento de pessoas
pelas ruas, lhe auferem um ar de cosmopolitismo que os de meia idade
apreciamos. Os novos não podem fazer comparações, e muitos nem
sequer são originários desta zona pois que ao instalarem um polo
universitário nesta cidade alterou-se, profundamente o tecido
humano, para melhor.
Mas
eu estou aqui por trabalho, e tenho que demorar mais tempo do que na
Figueira, pois aqui tenho mais assuntos importantes a controlar. Antes de me meter nas tarefas profissionais, pois que cada um tem a profissão que lhe calhou no sorteio, tenho que ligar para a Luísa.
Luísa? Olá. estou chegando a Aveiro, e tu onde estás? Também em Aveiro! Devo ter um sinalizador no carro! Eu ainda não tratei das minhas coisas aqui, se bem que das outras vezes em que passamos nesta cidade, que teimam em chamar da Veneza portuguesa, pelo menos aqueles patriotas que não conhecem aquela que foi uma das cidades mais importantes do Mediterrâneo. Preciso de uma hora por aí. E tu, como estás de tempo e do teu programa?
-José. Já estava ralada contigo, mas não me atreví a telefonar para não atrapalhar os teus negócios. Eu não contava em nos encontrar e practicamente já tratei das minhas coisas de Aveiro. Mas gostaria de estar um bocado na tua companhia, seja para um lanche ou um café, pois recordo que me falaste em que querias encontrar-te também, com não sei quem, em Águeda, a caminho de Viseu -como na cantilena famosa- que deve ser a bse de trabalho e noite antes de amanhã ires até à Guarda. Ve se podes marcar uma meia hora para mim nesta cafetaria-pastelaria nova que abriram perto do Salão.
- Com certeza querida esposa (gostaste do salamaneque?) Vou fazer o possível para despachar em meia hora. Vai lá ter, compra uma revistazeca destas para burras e finges que les, para não ficares com o ar de oferecida, pois sabes bem que os homens não tardam a mandar mensagens de olhos ou tentar abrir uma conversa com propósitos mais do que evidentes. Até já.
Luísa? Olá. estou chegando a Aveiro, e tu onde estás? Também em Aveiro! Devo ter um sinalizador no carro! Eu ainda não tratei das minhas coisas aqui, se bem que das outras vezes em que passamos nesta cidade, que teimam em chamar da Veneza portuguesa, pelo menos aqueles patriotas que não conhecem aquela que foi uma das cidades mais importantes do Mediterrâneo. Preciso de uma hora por aí. E tu, como estás de tempo e do teu programa?
-José. Já estava ralada contigo, mas não me atreví a telefonar para não atrapalhar os teus negócios. Eu não contava em nos encontrar e practicamente já tratei das minhas coisas de Aveiro. Mas gostaria de estar um bocado na tua companhia, seja para um lanche ou um café, pois recordo que me falaste em que querias encontrar-te também, com não sei quem, em Águeda, a caminho de Viseu -como na cantilena famosa- que deve ser a bse de trabalho e noite antes de amanhã ires até à Guarda. Ve se podes marcar uma meia hora para mim nesta cafetaria-pastelaria nova que abriram perto do Salão.
- Com certeza querida esposa (gostaste do salamaneque?) Vou fazer o possível para despachar em meia hora. Vai lá ter, compra uma revistazeca destas para burras e finges que les, para não ficares com o ar de oferecida, pois sabes bem que os homens não tardam a mandar mensagens de olhos ou tentar abrir uma conversa com propósitos mais do que evidentes. Até já.