Não
aprecio a política com entusiasmo fanático. Sei que a minha vida
está condicionada pelas personagens que vivem no seio desta
magnífica carreira, mas mantenho a minha decisão de desligar a TV
quando ali aparecem personagens deste circo, ou comentadores que são
pagos para dissecar tudo quanto lhes ponham pela frente. Sendo mais
honesto nestas coisas do que aprecio ou detesto, admito que também
mudo de canal no caso de o tema em emissão seja futebol, ou outro
desporto qualquer que incite multidões a ulularem.
Portanto
o comentário que se vai seguir, sendo consequência da observação intrusiva, é mais respeitador das formas do que agressivo ou
crítico, pois que sendo eu um apreciador das liberdades democráticas
não considero que nenhuma pessoa, concreta, tenha que abdicar das
suas inclinações. Com a ressalva de que sempre
e tanto que com a sua atitude ou acções não agrida, ofenda ou
coaccione os direitos de outrem.
Acontece
que o nosso “estimado” actual Presidente da República, na vida
civil normal conhecido como Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
-com mais alguns apelidos incluídos, que aqui não coloco-
está possuído pelo dom da ubiquidade pois
que aparece, sem descanso, dele e nosso, em todo momento e em
qualquer lugar. Eu até, antes de meter a colher na boca, já vejo
bem se não estava na sopa!
Após
este fartote de imagens, em contínuo (não
confundir com as pessoas que antes da evolução Darwiniana das
qualificações eram denominados com esta nome, tão fundamental.
Hoje são ajudantes técnicos disto ou daquilo, quando não
substituídos por indivíduos, de qualquer sexo, devidamente fardados
e contratados ad hoc numa das empresas que acolhem, em lugares de
topo mas com a obrigação de não interferirem, a alguns políticos
desempregados)
cheguei à conclusão de que o actual P.R. renunciou, aparentemente e
só para seduzir a população deste rectângulo, ao ritual próprio
do lugar que ocupa na pirâmide hierárquica da governação nesta
República.
Dedicou-se,
com intensidade pouco normal entre os nacionais, a uma cruzada
pessoal com a qual dá a sensação, mais aparente e virtual, do que
efectiva, de estar perto da população. Ansioso do afecto que, a seu
entender, tem que atingir o grau mais intenso do calor humano. O seu
teatro (desculpem aqueles
que não gostarem da crueza, mas este exagero desmedido é, a meu
ver, um teatro de enganos, descabido)
abrange tudo aquilo onde se possa ser convocar jornalistas. De
preferência das TV e foto-reportagem.
Ao
insistir, permanentemente, nesta trajectória, Marcelo, está
desprestigiando a dimensão política do seu posto. Sem que de facto
tenha alterado nada de positivo, pois que os seus poderes, apesar das
suas contínuas intromissões, não permitem tomar acções na
governação do País. A não ser poder carregar no botão da bomba
atómica; e mesmo esta permissão está sujeita a regras.
Todos
temos a obrigação de saber, nem que seja por experiência pessoal,
que sendo a democracia o esquema ideal de governo, a sua aplicação
nem sempre é factível, atendendo à funcionalidade de alguns
estamentos da sociedade. Entre outros, são exemplo as forças
armadas, o ensino e a própria família. Em todos eles a obediência
à hierarquia é fundamental e exigida. Paralelamente sabemos, embora
não demos por isso, que as fardas, os bonés ou capacetes, quando
usados para altear a figura mais do que para proteger o crânio,
servem não só para identificar mas, principalmente, para impor
respeito a quem não os usa.
Termino
com uma fase popular, carregada de sabedoria: O RESPEITINHO É MUITO
BONITO.
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