domingo, 26 de agosto de 2018

MEDITAÇÕES - 13 - Reagir



Ficar Parados ?

Tenho estado a pensar acerca do que editei ontem, e na possibilidade de que fosse interpretado como um incitamento a ficar parados, a negar a possibilidade de manter os avanços científicos. Não era este o meu ponto de vista, mas, antes pelo contrário, manifestar o desejo pessoal, que a meu entender deveria ser comum à maioria dos humanos, para que se reagisse rápida e eficazmente contra a maré de poluição que se instalou sobre o planeta que nos acolhe.

Não parece que as alertas que diariamente nos são enviadas consigam alterar. Nem sequer minimamente, a progressão da poluição irreversível em que TODOS, mesmo que contrariados ou inconscientemente, colaboramos. Espantam-nos com o real incremento de gases poluentes na atmosfera e das consequências nefastas que daí derivam, não só no clima e nas alterações do ambiente como inclusive nas agressões para o nosso corpo que através dos muitos aditivos incorporados nos alimentos manipulados, aceitamos sem rejeitar. A evolução do mercado abastecedor nos oferece poucas alternativas para fugir dos produtos químicos perniciosos.

Inclusive os vegetais, que deveriam constituir uma boa parte da nossa alimentação omnívora, passaram a ser produzidos em regime intensivo, em condições muito diferentes das que a natureza proporciona. Os produtos de síntese que se incorporam logo nas sementes para garantir a sua germinação rentável, vão entrando numa progressão constante até o momento em que ingerimos estes vegetais, sejam tubérculos, frutas ou verdes. Inclusive devemos desconfiar dos tais produtos biológicos; não porque os seus criadores nos enganem conscientemente mas por ser muito difícil, quase impossível, escapar dos problemas sem o recurso a materiais estranhos.

Esta agressão alimentar é a menos perceptível para a cidadania, precisamente por ser quotidiana e as alternativas absolutistas devem ser muito poucas. Só aqueles que se refugiam nas zonas mais isoladas e profundas do País e optarem por um regime naturista, “retrógrado” é que podem ter algúm êxito. Mas nunca total.

O que mais nos alarma, pela sua dimensão visível e as consequências macroscópicas e microscópicas que se detectaram e publicitaram, é a utilização desmedida dos plásticos como recipientes e invólucros. Hoje é quase impossível comprar um lápis, uma triste esferográfica, ou umas peças de fruta sem que o produto não venha embalado de origem dentro de um invólucro, fechado, de plástico; ou, quando seleccionado a granel, nos exijam que o coloquemos num saco de plástico. E isso repete-se em quase tudo aquilo que é comercializado. E qual o destino destas embalagens, a maior parte sem reutilização ou que por serem tantas nem temos capacidade de as guardar ou utilizar? Evidentemente o lixo, seja urbano ou descontrolado pelo ambiente. E, por mais tentativas que se apresentem, o fluxo de desperdícios não degradáveis é de tal magnitude que não é possível “digerir”. Inclusive a queima com o propósito de gerar energia eléctrica é totalmente inócua. Muitos gases da combustão são de composição potencialmente perigosa. E restam os subprodutos. Sejam cinzas ou condensados, que constituem um novo problema a tentar resolver.

Uma das soluções que foram apresentadas, já com o problema em andamento, era o dos plástico degradáveis. De facto aquilo que acontece com estes materiais é que se desfazem em pequenas partículas, sem que a sua composição química se tenha alterado. Daí que terminam entrando na cadeia alimentar através dos animais marinhos.

E deixamos por referir, para não ser excessivamente maçadores, muitos outros produtos manufacturados, como os pneus dos veículos, que apesar de se lhes procurar aplicações, são de tal magnitude que se acumulam em perigosos aterros, sejam legais ou clandestinos.

De facto, o Homem está, despreocupadamente, cavando a sua própria sepultura.



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