Ficar
Parados ?
Tenho
estado a pensar acerca do que editei ontem, e na possibilidade de que
fosse interpretado como um incitamento a ficar parados, a negar a
possibilidade de manter os avanços científicos. Não era este o
meu ponto de vista, mas, antes pelo contrário, manifestar o desejo
pessoal, que a meu entender deveria ser comum à maioria dos humanos,
para que se reagisse rápida e eficazmente contra a maré de poluição
que se instalou sobre o planeta que nos acolhe.
Não
parece que as alertas que diariamente nos são enviadas consigam
alterar. Nem sequer minimamente, a progressão da poluição
irreversível em que TODOS, mesmo que contrariados ou
inconscientemente, colaboramos. Espantam-nos com o real incremento de
gases poluentes na atmosfera e das consequências nefastas que daí
derivam, não só no clima e nas alterações do ambiente como
inclusive nas agressões para o nosso corpo que através dos muitos
aditivos incorporados nos alimentos manipulados, aceitamos sem
rejeitar. A evolução do mercado abastecedor nos oferece poucas
alternativas para fugir dos produtos químicos perniciosos.
Inclusive
os vegetais, que deveriam constituir uma boa parte da nossa
alimentação omnívora, passaram a ser produzidos em regime
intensivo, em condições muito diferentes das que a natureza
proporciona. Os produtos de síntese que se incorporam logo nas
sementes para garantir a sua germinação rentável, vão entrando
numa progressão constante até o momento em que ingerimos estes
vegetais, sejam tubérculos, frutas ou verdes. Inclusive devemos
desconfiar dos tais produtos biológicos; não porque os seus
criadores nos enganem conscientemente mas por ser muito difícil,
quase impossível, escapar dos problemas sem o recurso a materiais
estranhos.
Esta
agressão alimentar é a menos perceptível para a cidadania,
precisamente por ser quotidiana e as alternativas absolutistas devem
ser muito poucas. Só aqueles que se refugiam nas zonas mais isoladas
e profundas do País e optarem por um regime naturista, “retrógrado”
é que podem ter algúm êxito. Mas nunca total.
O
que mais nos alarma, pela sua dimensão visível e as consequências
macroscópicas e microscópicas que se detectaram e publicitaram, é
a utilização desmedida dos plásticos como recipientes e
invólucros. Hoje é quase impossível comprar um lápis, uma triste
esferográfica, ou umas peças de fruta sem que o produto não venha
embalado de origem dentro de um invólucro, fechado, de plástico;
ou, quando seleccionado a granel, nos exijam que o coloquemos num
saco de plástico. E isso repete-se em quase tudo aquilo que é
comercializado. E qual o destino destas embalagens, a maior parte sem
reutilização ou que por serem tantas nem temos capacidade de as
guardar ou utilizar? Evidentemente o lixo, seja urbano ou
descontrolado pelo ambiente. E, por mais tentativas que se
apresentem, o fluxo de desperdícios não degradáveis é de tal
magnitude que não é possível “digerir”. Inclusive a queima com
o propósito de gerar energia eléctrica é totalmente inócua.
Muitos gases da combustão são de composição potencialmente
perigosa. E restam os subprodutos. Sejam cinzas ou condensados, que
constituem um novo problema a tentar resolver.
Uma
das soluções que foram apresentadas, já com o problema em
andamento, era o dos plástico degradáveis. De facto aquilo que
acontece com estes materiais é que se desfazem em pequenas
partículas, sem que a sua composição química se tenha alterado.
Daí que terminam entrando na cadeia alimentar através dos animais
marinhos.
E
deixamos por referir, para não ser excessivamente maçadores, muitos
outros produtos manufacturados, como os pneus dos veículos, que
apesar de se lhes procurar aplicações, são de tal magnitude que se
acumulam em perigosos aterros, sejam legais ou clandestinos.
De
facto, o Homem está, despreocupadamente, cavando a sua própria
sepultura.
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