Já
são bastantes os pensadores habilitados, que desde que explodiu a
crise financeira-mercado aberto-desindustrialização-migração e
mais outros reflexos que estas brilhantes iniciativas afectaram o
espaço da UE, e não só, entenderam que era a altura de apresentar,
publicamente, os seus pensamentos e deduções. Nem sempre originais.
Hoje
acordei com a cisma de que se outros, mesmo que admitindo serem mais
sabedores e melhores analistas, se atreviam a pontificar, não havia
a mínima razão para que me inibisse. O asneirar é livre e
democrático. Por isso... cá vou eu!
Tentando
ser breve, coisa que me é difícil, opino que o problema só reside
em que os organizadores desta ideia de formar um bloco europeu que,
ilusoriamente, conseguisse, em pouco tempo, não só tornar efectivo
o sonho da França e poder travar a Alemanha, além de competir, com
vantagem, com o colosso americano, verificou-se, ao fim de pouco
tempo, que o tiro saiu pela
culatra.
Imaginar
que se poderia unificar a Europa, como aparentemente existe nos EUA é
esquecer que as múltiplas nacionalidades, e sub-nações, da velha
Europa carregam uma longa história de conflitos, guerras, massacres
e incompatibilidades que, caso se pretendesse esquecer, careceria de
um dilatado tempo de adaptação e mudança.
Resumindo:
Todos os problemas de base, desde a moeda
única e a tentativa de construir uma governação sobreposta
e com mandato a ser obedecido, padecem, de entrada e seguimento, de
não ter dado tempo a que as modificações sedimentasem.
Além
de, com uma visão popular, se apreciar que colocaram a carroça à
frente dos bois, também se confirmou a dificuldade existente
para igualizar, normalizar à força, à pressão, zonas geográficas
e as suas populações que, entre outros factores, estavam moldados
por climas e terrenos muito diferentes.
Imaginar
que por intuição, quase que divina (e passe a irreverência) podiam
equiparar-se os habitantes e as condições a que cada um deles
estava sujeito, desde muitas gerações atrás, e conduzir esta
mistura do mesmo modo tranquilo com que um pastor pode orientar um
rebanho mixto de cabras e ovelhas, foi um disparate caro, não só em
custos quantificáveis em dinheiro mas também porque, como já citei
mais atrás, nem tudo e nem todos são compatíveis.
A
União Europeia não só foi incapaz de “digerir” os membros
iniciais como, pela gulodice e ambição, mais a ignorância quanto a
forma de conduzir uma manada tão complexa, ainda meteu mais gente no
barco. O sinal do naufrágio previsível já o deu a Inglaterra,
sempre ciosa da sua insularidade, separada do continente.
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