quarta-feira, 31 de maio de 2023

 MEDITAÇÕES

Qualquer dia, de tanto meditar (?) sairá fumo pelas minhas narinas e ate pelas orelhas.

Penso eu de que (onde encontrei esta frase tão explícita e inútil?) esta mania de imaginar soluções miraculosas (sem ter que orientar uns pastorinhos analfabetos) deve ser consequência deste ar atlântico que nos impregna e  nos incita a navegar e descobrir «novos mundos para o mundo«

Mas, a nossa sina é mesmo triste, mais do que a do fado castiço. Está à beira litoral de cair nas águas gélidas deste mar tenebroso. Tão tenebroso que não nos comove ver, todos os anos na considerada #época balnear# ver pessoas, entre elas indefesas crianças, que emergem do «banho salutar« tremendo como varas verdes e roxas como uma couve roxa, que não se deve confundir com a pera rocha, nem com a maçã assada.

E, inevitavelmente, o vocábulo ROCHA ou Roxa se preferir (como pode apreciar, estimado/a leitor/a aqui damos entrada a todas as preferências pessoais) tem casos pontuais, desde o mais vetusto e conhecido ROCHA TARPEIA, que, em tempos muito #arrecuados# funcionava como uma clínica para atender as crianças, recém nascidas, que apresentavam maleitas na época consideradas de impossível arranjo. A solução, cruel, mas efectiva, era a de as enviar para o espaço onde campeiam, ou deslocam pelos ares, os tais anjinhos. 

Entre eles o famosíssimo Cupido (não confundir com cuspido, ou pior se escarrado «tempos atrás ouvia-se este qualificativo para definir a inquestionável ascendência de uma tenra criancinha Uma afirmação das muitas que são incontornáveis. Esta de cariz identificativo, e maiormente do léxico rural de que «ele é escarradinho ao pai».   Os «rurais« dizem, ou diziam, coisas tremendas.

Atendendo a que é provável o facto de a maioria dos habitantes deste retângulo, tenha origens ou mesmo familiares que residam o seio da tal «ruralidade«, facto em si que não é detestável. Pelo menos para aqueles que, com a desculpa de  ir matar saudades dos parentes «campestres« aproveitam par voltar aos evoluídos (?) ninhos de modernidade onde moram, carregando as suas viaturas automóveis com sacas de batatas, cebolas, couves e cenouras que, sem dúvida, são muito mais saborosas e saudáveis do que as que podem comprar (pagando!!!) no super que lhes fica perto. E se não são de facto tão excelentes, o imaginário induz a que se considerem excepcionais.

Retomando o discurso (perdi-me com a história das batatas caseiras...) são as crianças  citadinas que mais surpresas encontram no vocabulário dos seus parentes, que proliferam em ramos de árvores assentes na terra e não no alcatrão. Instintivamente elas (as tenras criancinhas e também os vaidosos - não sei bem de que- adultos) tentam «instruir« aqueles tristes (?) rústicos com o que na actualidade se usa no seio das pessoas «educadas«   (esta afirmação noeminha, como dizia-se que o futebolista Eusébio denominava a sua filha)