segunda-feira, 13 de março de 2017

MUITAS VELHAS E POUCAS ABELHAS



Já la iremos à abelhas...

Quando na pré-adolescencia partilhava a escola com outros da minha idade já circulavam entre nós, ainda crianças, anedotas bem antigas, que hoje penso nem sempre as entendíamos. Algumas tinham como personagem central um impessoal Jaimito, que em Portugal era o Zezinho, na Italia o Pierino e na França o Pierrot. O esquema era idêntico, sem outras variações do que o local e o idioma. O mais curioso é que muitas daquelas anedotas, e outras mais de adultos, já se contavam em tempos do Império Romano, como se verificou em textos latinos daquela altura.

Outras historietas eram mais actualizadas. Uma delas, que encaixa no texto previsto, tinha como argumento a desejada atenção hospitalar personalizada. Conta-se depressa. Um dia o magnánimo ditador Franco, que mandou cunhar moedas de circulação extensiva, com o seu egrégio busto rodeado da legenda Caudilho de Espanha pela Graça de Deus. Há opiniões para todos os gostos.

Pois “um belo dia”, certamente por ter sido iluminado pelo Criador, decidiu visitar um hospital militar. Já numa enfermaria com uma longa fileira de camas, todas ocupadas. Chegou-se ao primeiro acamado e perguntou se estava a ser bem tratado. O paciente disse que sim, meu Caudilho. Como? Inquiriu. Tenho hemorroidal e de manhã e à noite vem um enfermeiro e pincela com tintura de iodo, meu Generalissimo. Precisa de alguma coisa? Não meu Generalissimo, está tudo bem.

A cena repetiu-se exactamente igual em todas camas e seus pacientes. Mas quando chegou à última, lá para o fundo, o diálogo foi outro. Franco, já sabedor das respostas que recebia sempre iguais, quis fechar a visita perguntando se o doente precisava de alguma coisa. O soldadinho respondeu que gostava de ter um pincel só para mim.Como? porque? É que eu tenho anginas muito inchadas. Manias!

Outra história que nada a liga ao tema do dia, mas que mereceu ser citada pelos seus fortes indícios de ser falsa. Ser apócrifa não impediu a que seja citada com frequência. É aquela que atribui à emperatriz consorte Maria Antonieta, ou mais propiamente pouca sorte se atender ao seu futuro imediato, que sentindo-se molesta por uma gritaria inquiriu o que gritavam aquelas pessoas, mais maltrapilhos do que outra coisa, ali mesmo em frente do seu palácio, foi esclarecida que pediam pão. Dizem que de imediato respondeu. Se não tem pão, comam brioches.

Minutos atrás, vendo que as abelhas não deram sinais de presença, activa, nas nossas poucas árvores de fruto, e recordando como, já bastantes anos antes, o meu filho segundo tomou a iniciativa de substituir estes abnegados insectos, fui procurar um pincel macio e dei a volta ás flores, sem atender se a espécie arbórea era a mesma, pois que admiti as abelhas voavam mais procurando polen abstendo-se de considerar se as flores eram ou não parentes entre si.


Quanto a idosas não ponho nada. As utilizei para dar um pouco de morbo ao cabeçalho. Desculpem, se forem capazes e se sentirem vocacionados a ser benévolos.

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