quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

MEDITAÇÕES – A estrutura esquelética


A evolução das espécies

UM AXIOMA. A Mãe Natureza quando encontra uma solução que considera ser a melhor, quase perfeita, adopta para todo o sempre.

Tenho a ideia, possivelmente errada, que quando olhamos para um animal qualquer mais cedo ou mais tarde procuramos alguns pormenores que sejam compatíveis com os humanos. Eles existem, e não só entre os classificados como primatas , e por extensão aos mamíferos, como a muitos outros animais com quatro membros, digamos genericamente pernas, pois que braços com mãos e dedos existem, além dos humanos, como acontece com os répteis com pernas e até as aves.

Pois acontece que a estrutura óssea dos membros locomotores de locomoção, é em tudo semelhante à das pessoas. Se fosse adicto da criação divina consideraria que, tendo encontrado uma solução funcional, só foi necessário adapta a cada nova espécie.

A observação é simples e muito curiosa. Tomando o nosso corpo como base de comparação vemos que os membros anteriores, ou seja os braços, deslocam-se do corpo começando pelo braço, que se adianta do tronco e depois prolonga-se com o braço e mão. O fulcro, que funciona como uma dobradiça, está no cotovelo. O quando dobrado, fica, normalmente recuado em relação ao ombro, que á a primeira junção móvel.

Inversamente os membros inferiores, ou traseiros nos quadrúpedes, dobram ao contrário. O conjunto ósseo que está ligado ao esqueleto fixo, mesmo que flexível através dos vértebras e uniões elásticas, avança primeiro para trás, dobra num joelho ao contrário do cotovelo, permitindo que a perna avance e possibilite a nova implantação do pé no solo.

O mais interessante é que esta disparidade de articulação entre os membros anteriores e posteriores encontra-se já nos mais antigos fósseis de vertebrados. De onde se pode concluir que a natureza, quando encontrou uma solução funcional para a deslocação dos animais terrestres manteve, sem alterações, o mesmo esquema de articulações. Tanto serviu para os dinossauros mais volumosos como para os minúsculos precursores dos mamíferos. E também com os répteis, cujos descendentes mais actuais são as diferentes famílias de crocodilos, jacarés e até nas tartarugas (Quelónios), cujo esqueleto complementar ao dos membros está incluído na carapaça.

Nos animais marinhos encontramos mamíferos que sob um corpo adaptado à natação trazem os esquemas ósseos dos animais terrestres. E, mais no reino dos peixes, encontrou-se, ainda vivo, um peixe com membros atrofiados equivalentes a braços e pernas. O primeiro exemplar que, em 1938, chegou aos zoólogos investigadores a notícia de que na zona do Oceano Índico entre Moçambique e Madagáscar, era frequente que os os pescadores locais apanhassem um peixe, esquisito, com umas patas incipientes. Pela descrição correspondia a um fóssil que se suponha extinto desde uns 65 milhões de anos. Um elo perdido da cadeia evolutiva, e que fora baptizado de Celacanto. Deslocaram-se até a comunidade piscatória e, desde então, conseguiram-se vários exemplares deste “fóssil” vivo.

Muitos outros peixes conservam rudimentos dos membros dianteiros e posteriores nas barbatanas peitorais e ventrais. E nos mangais do Índico encontram-se peixes, que se deslocam sobre as barbatanas como se fossem pernas e até conseguem respirar o ar.

Ou seja, que olhando para as características de uma espécie nos podemos deparar com detalhes inesperados, por serem comuns a outras mais definidas.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

MEDITAÇÕES – Nem nos damos conta

 

A evolução das espécies é notável

Creio, e posso estar totalmente errado, que há muitos pormenores no que nos rodeia, e até em nós mesmos, que levamos um tempo demasiado longo em advertir. E são muito importantes!

Um exemplo que temos sempre disponível é o facto de que o arco dentário da maxila inferior tem um raio notavelmente maior do que o arco superior. De imediato verificamos que um deles, o superior, é fixo, e está condicionado pelo crânio. O inferior, é móvel, não só num eixo vertical (sobre e desce) como tem um importante movimento lateral.

Conhecemos a nomenclatura com que se identificam os dentes, em relação com a sua função. Os centrais, frontais, são conhecidos por incisivos, e a sua função é a de cortar, logo a seguir, de um lado e outro, aparecem os caninos de forma bicuda, que nos são comuns aos felinos e outros animais carnívoros, seguem-se os pré-molares, que se utilizam para um primeiro esmagamento dos alimentos. Os últimos da série são os molares, cuja função é a de ultimar a preparação fina da papa que iremos engolir.

Cada sector da dentição tem a sua função e aqui reside a importância do movimento lateral da maxila inferior, Para “moer” não basta esmagar, pressionado sempre sobre as mesmas partículas. Até no processo de corte, é frequente que, além de apertar os incisivos de ambas maxilas, sintamos a necessidade de as deslocar para encontrar outra possibilidade de corte.

Seguindo com a tarefa de preparação do alimento, e com o auxílio, muito importante e automático, da língua, a massa de alimento vai mudando de lugar e assim possibilita o conseguir um esmagamento, uma mastigação, perfeita.

É um erro, que se paga com digestões demoradas e molestas. É, pois recomendável mastigar até sentir que a pasta de alimento é uniforme e leve, ou seja: não engolir apressadamente, como um alarve.

Se ao arco dentário da maxila inferior fosse exactamente coincidente com a dentição superior, não mastigaríamos de forma conveniente. Que o digam os ruminantes, nomeadamente as vacas, que mastigam continuadamente sem ingerir nova quantidade de alimento.

Na próxima entrada penso referir a coincidência das articulações dos membros da maioria dos animais terrestres.


Na seguinte entrada penso falar nas articulações dos vertebrados.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

MEDITAÇÕES - Leituras sérias


ACERCA DO MARQUÊS DE POMBAL


Nestes dias de recolhimento deu-me para ler alguns dos livros que tenho sobre a vida e andanças de JOSÉ SEBASTIÃO E MELO, que primeiro foi Conde Oeiras, grau que não lhe concedeu nenhum respeito entre a fidalguia portuguesa de então, notáveis pela sua nenhuma vocação para o trabalho, fosse ele qual fosse, mas gozando da vida o mais que pudessem.

Bastante mais tarde Sebastião e Melo foi agraciado com o título de Marquês de Pombal, que deveria abrir-lhe as portas dos velhos fidalgos, mas que, pelo contrário ainda mais os acirrou contra ele, incitados pelos membros da confraria dos fardetas, ou seja, dos jesuítas.

Com algum masoquismo e incitado por leituras anteriores, fui procurar na estante um “pequeno” volume, nada assimilável a um livro de bolso. Mais propriamente um livro de mochila, pois que mede 21x30 na capa e 8 cm de grossura; pesa dois quilos!

Na lombada figura O MARQUEZ DE POMBAL e foi editado em1885, numa edição de 50 exemplares numerados na Imprensa Nacional de Lisboa, por encargo do CLUBE DE REGATAS GUANABARENSE. Por ocasião do centenário da sua morte. No prefácio figuram os nomes das entidades e pessoas a quem se distribuíram os exemplares, figurando à cabeça Sua Mageftade Dom Pedro II, Imperador dop Brasil. E entre os colaboradores encontram-se nomes de brasileiros famosos. Toda a edição segue o acordo ortográfico da época.

Está nas minhas mãos desde décadas e encontrei sinais de já ter lido algumas páginas. Mas não recordo como fiquei dono deste volume. Pode ser que o localizasse num alfarrabista na rua nova da Trindade, quase ao lado da antiga Cervejaria Portugal. E que eu frequentava procurando, e por vezes encontrando outras preciosidades bibliográficas.

Não vos vou maçar com referências da vida do Marquês, que, apesar da contrainformação, foi um homem excepcional. Pelo menos nas suas iniciativas para fazer evoluir o País. É difícil resistir ao impulso de recordar algumas das suas iniciativas, tanto industriais como legislativas. E o meu retraimento deve-se ao sentimento de que são os portugueses “de gema e clara, mais a casca castanha (tudo efeitos de manipulação bioquímica nos alimentos que se dão às galinhas poedeiras) que devem, sentir-se incitados para estudar, com alguma profundidade o percurso e os feitos deste grande homem público.