Quem
cresceu desconfiado carrega a noção, quase um aforismo, que alerta
Aquele que muito grita não tem toda a razão, ou mente muito.
Um dos temas que recentemente ocupou
muitas entradas de comentaristas, a maioria dos quais adictos ao
sector dos “ofendidos”, tem sido o do veto da efectivação da importantíssima palestra. Com este gesto proporcionaram com o que se
ofereceu um valor desmedido ao conteúdo, pois que conhecendo o
passado e o recente do palestrante, sabia.se com antecedência o que dali sairia, e por isso não merecia tanta importância.
O que de imediato saltou á ribalta
foi considerar a anulação, por pressão de um grupo de oponentes
pouco astutos, como sendo uma terrível ofensa, ao nível da famosa
lesa-majestade. Seja qual for o ponto de vista e apreciação do
sucedido, é correcto denunciar ter existido uma intromissão abusiva
que, sem dúvida, interferia com o direito universal de poder expor
as suas opiniões. Um dos valorizados dogmas da democracia.
Apensa à denúncia de um abuso
partidário (por parte dos não conservadores), exagerando o não
assunto, veio a denúncia, dada como factual, que com esta nega
vinha a introdução da censura política. É um empolamento sem sentido, que só se pode apreciar como mais uma das deturpações
a que nos habituaram os políticos desejosos de barulho.
Um dos meios em que se introduziram,
de imediato, os opositores ao governo actual, foi o das ditas redes
sociais, ao estilo do facebook. Espaços estes donde proliferam
notícias falsas, baboseiras sem valor algum, bisbilhotices e a
oportunidade de muitos se mostrarem à janela, e assim imaginar que,
de repente, ficaram “colunáveis”. É precisamente por estas
características que estas redes constituem um dos sitios escolhidos
para colocar propaganda política.
Logo de entrada podemos recordar que
são os governos totalitários, seja qual for o
estandarte com que se apresentem, os que, de imediato e sem fissuras,
blindam a comunicação, censurando tudo quanto julgam poder ser
prejudicial aos seus interesses. Incluída a quase desaparecido
serviço epistolar, em carta fechada e dirigida, pessoalmente, a um
cidadão determinado. Sendo assim os que hoje clamam por terem sido
alvo de censura, SEMPRE censuraram tudo e todos quando atingiram o
poder absoluto. E os outros, os que são qualificados como sendo de
extrema esquerda não escapam da mesma regra.
Daí que acusaram-se uns aos outros
pelo crime da censura política é algo que me recorda a história
que referia um diálogo entre uma
panela de três pés e uma sertã, enquanto estavam na lareira em
serviço. Alternadamente uma dizia à outra: afasta-te, que me
mascarras (sujas,
emporcalhas)
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