domingo, 12 de março de 2017

LIBERDADE DE OPINIÃO



Quem cresceu desconfiado carrega a noção, quase um aforismo, que alerta Aquele que muito grita não tem toda a razão, ou mente muito.

Um dos temas que recentemente ocupou muitas entradas de comentaristas, a maioria dos quais adictos ao sector dos “ofendidos”, tem sido o do veto da efectivação da importantíssima palestra. Com este gesto proporcionaram com o que se ofereceu um valor desmedido ao conteúdo, pois que conhecendo o passado e o recente do palestrante, sabia.se com antecedência o que dali sairia, e por isso não merecia tanta importância.

O que de imediato saltou á ribalta foi considerar a anulação, por pressão de um grupo de oponentes pouco astutos, como sendo uma terrível ofensa, ao nível da famosa lesa-majestade. Seja qual for o ponto de vista e apreciação do sucedido, é correcto denunciar ter existido uma intromissão abusiva que, sem dúvida, interferia com o direito universal de poder expor as suas opiniões. Um dos valorizados dogmas da democracia.

Apensa à denúncia de um abuso partidário (por parte dos não conservadores), exagerando o não assunto, veio a denúncia, dada como factual, que com esta nega vinha a introdução da censura política. É um empolamento sem sentido, que só se pode apreciar como mais uma das deturpações a que nos habituaram os políticos desejosos de barulho.

Um dos meios em que se introduziram, de imediato, os opositores ao governo actual, foi o das ditas redes sociais, ao estilo do facebook. Espaços estes donde proliferam notícias falsas, baboseiras sem valor algum, bisbilhotices e a oportunidade de muitos se mostrarem à janela, e assim imaginar que, de repente, ficaram “colunáveis”. É precisamente por estas características que estas redes constituem um dos sitios escolhidos para colocar propaganda política.

Logo de entrada podemos recordar que são os governos totalitários, seja qual for o estandarte com que se apresentem, os que, de imediato e sem fissuras, blindam a comunicação, censurando tudo quanto julgam poder ser prejudicial aos seus interesses. Incluída a quase desaparecido serviço epistolar, em carta fechada e dirigida, pessoalmente, a um cidadão determinado. Sendo assim os que hoje clamam por terem sido alvo de censura, SEMPRE censuraram tudo e todos quando atingiram o poder absoluto. E os outros, os que são qualificados como sendo de extrema esquerda não escapam da mesma regra.

Daí que acusaram-se uns aos outros pelo crime da censura política é algo que me recorda a história que referia um diálogo entre uma panela de três pés e uma sertã, enquanto estavam na lareira em serviço. Alternadamente uma dizia à outra: afasta-te, que me mascarras (sujas, emporcalhas)


Sem comentários:

Enviar um comentário