Somos
muitos os que, sem meditar o suficiênte, nos abalançamos a emitir
sentenças generalistas sobre grupos e, mais correntemente, sobre a
globalidade dos naturais de um pais qualquer, sem recordar que não
se pode, nem deve, cometer a leviandade de atribuir, sem uma base
credível -que surge muito raramente- um ferrete indelével.
Este
prólogo, curto e confuso, deve-se a que actualmente, tal como
aconteceu noutras alturas com temas diferentes, a pressão dos
noticiários e das boateiras redes sociais, nos impele a emitir
juízos de valor sobre migrantes, muçulmanos, africanos, russos,
americanos e muitos outros a quem atribuimos um perfil homogéneo que
nos incomoda. Um sentimento de simpatia ou de antipatia, ou mesmo de
adversão, nem sempre conformes com as nossas experiências directas.
No
noticiário internacional um dos motivos de receio para o futuro,
quase que imediato, é, sem dúvida, motivado pelo comportamento do
novo presidente dos EUA. Nomeadamente pela sua personalidade, que não
se mostrou de acordo com o que se espera de um chefe de estado, e
menos até de um país com o peso como tem os EUA. Isso apesar do
precedente, recente, do Bush filho.
Quando
damos uma importância inquestionável à democracia -como deveria
merecer- é fácil generalizar o comportamento deste sujeito de
cabelo pintado, boquinha de cú de galinha e gestos que facilitam o
trabalho dos críticos imitadores, como se ele fosse o retrato vivo
dos muitos milhões de cidadãos que se abrigam sob a bandeira das
riscas e estrelas. Nestas alturas esquecemos que o Trump não ganhou
o lugar pelo voto directo de todos os eleitores. Mas, em função das
regras lá existentes conseguiu a vitória dentro da legalidade
vigente.
Seja
como for, e por muito que pese aos cidadãos com a papelada em regra,
desde fora atribuimos as loucuras e disparates do seu presidente à
totalidade da população dos USA. Pelo menos enquanto a sua
presença, como representante máximo do seu pais, se mantiver. Ter
ou não ter um sector opositor, mas sem capaidade ou possibilidades
do apear, é indiferente. Esta situação é identica ao que
acontece com outro país qualquer, não só na actualidade como
noutras épocas, recentes ou longinquas.
Desde
a Europa, que foi o ponto de partida de muitos dos habitantes dos
USA, ou dos seus antecessores, gerou-se um clima de desconfiança
quanto ao comportamento dos Estados Unidos. Se as ameaças de Trump,
umas vezes verbalizadas e noutras através de uma rede social mal
conceituada, são preocupantes, como as de um louco, espera-se, com
ansiedade, para ver qual será a atitude dos grupos de pressão das
forças republicanas que o apoiaram. Terão, estes poderosos, uma
reacção no sentido de apoiar as iniciativas isolacionistas ou, pelo
contrário, valorizarão os seus próprios interesses, que podem ou
não, ser concordantes com as necessidades e desejos dos seus
parceiros ocidentais.
O
que resume esta situação é que este presidente não dá mostras,
credíveis, de ter um comportamento sensato. E que a sua boçalidade
não inspira confiança, antes dessasosega.
Sem comentários:
Enviar um comentário