segunda-feira, 20 de março de 2017

UM RISCO HABITUAL



Somos muitos os que, sem meditar o suficiênte, nos abalançamos a emitir sentenças generalistas sobre grupos e, mais correntemente, sobre a globalidade dos naturais de um pais qualquer, sem recordar que não se pode, nem deve, cometer a leviandade de atribuir, sem uma base credível -que surge muito raramente- um ferrete indelével.

Este prólogo, curto e confuso, deve-se a que actualmente, tal como aconteceu noutras alturas com temas diferentes, a pressão dos noticiários e das boateiras redes sociais, nos impele a emitir juízos de valor sobre migrantes, muçulmanos, africanos, russos, americanos e muitos outros a quem atribuimos um perfil homogéneo que nos incomoda. Um sentimento de simpatia ou de antipatia, ou mesmo de adversão, nem sempre conformes com as nossas experiências directas.

No noticiário internacional um dos motivos de receio para o futuro, quase que imediato, é, sem dúvida, motivado pelo comportamento do novo presidente dos EUA. Nomeadamente pela sua personalidade, que não se mostrou de acordo com o que se espera de um chefe de estado, e menos até de um país com o peso como tem os EUA. Isso apesar do precedente, recente, do Bush filho.

Quando damos uma importância inquestionável à democracia -como deveria merecer- é fácil generalizar o comportamento deste sujeito de cabelo pintado, boquinha de cú de galinha e gestos que facilitam o trabalho dos críticos imitadores, como se ele fosse o retrato vivo dos muitos milhões de cidadãos que se abrigam sob a bandeira das riscas e estrelas. Nestas alturas esquecemos que o Trump não ganhou o lugar pelo voto directo de todos os eleitores. Mas, em função das regras lá existentes conseguiu a vitória dentro da legalidade vigente.

Seja como for, e por muito que pese aos cidadãos com a papelada em regra, desde fora atribuimos as loucuras e disparates do seu presidente à totalidade da população dos USA. Pelo menos enquanto a sua presença, como representante máximo do seu pais, se mantiver. Ter ou não ter um sector opositor, mas sem capaidade ou possibilidades do apear, é indiferente. Esta situação é identica ao que acontece com outro país qualquer, não só na actualidade como noutras épocas, recentes ou longinquas.

Desde a Europa, que foi o ponto de partida de muitos dos habitantes dos USA, ou dos seus antecessores, gerou-se um clima de desconfiança quanto ao comportamento dos Estados Unidos. Se as ameaças de Trump, umas vezes verbalizadas e noutras através de uma rede social mal conceituada, são preocupantes, como as de um louco, espera-se, com ansiedade, para ver qual será a atitude dos grupos de pressão das forças republicanas que o apoiaram. Terão, estes poderosos, uma reacção no sentido de apoiar as iniciativas isolacionistas ou, pelo contrário, valorizarão os seus próprios interesses, que podem ou não, ser concordantes com as necessidades e desejos dos seus parceiros ocidentais.


O que resume esta situação é que este presidente não dá mostras, credíveis, de ter um comportamento sensato. E que a sua boçalidade não inspira confiança, antes dessasosega.

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