domingo, 31 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Muito fácil criticar



Mais difícil é decidir

Todos nós, como humanos que se prezam, instintivamente sentimos vontade de retorquir, criticar e até, raramente, de apresentar opções que consideramos serem favoráveis. Felizmente não demoramos a ponderar, aplicando instintivamente a nossa visão pragmática de sentir, mesmo que lamentando, não ter possibilidade de as levar à practica. E assim ficamos livres para continuar a dizer pestes, cobras e lagartos, sobre as decisões perniciosas que tomou aquela personagem que criticamos.

Convém ter sempre presente uma máxima bem antiga, que já nos acompanha desde a antiga “democracia” grega. Alerta acerca da impossibilidade factual de agradar em simultâneo a Gregos e Troianos. Mais conhecido e popular por também dar fé da impossibilidade de satisfazer a todos ao mesmo tempo é o rifão Sol na eira e chuva no nabal.

Só aquele que já teve que decidir sobre assuntos complexos, que atingem diferentes grupos de pessoas, seja directamente ou por via de repercussão posterior, previsível ou inesperada, é que mesmo que discorde de certas decisões, opções, distribuição de fundos públicos ou qualquer outra actuação do governo, é provável que não demore a pensar que não desejaria estar no lugar de quem comanda.

Descendo à Terra, ou seja, analisando a vida real e restringindo o nosso horizonte ao que hoje temos como estrutura de governo, ou seja uma República parlamentar com marcações predefinidas para a realização dos comícios para diferentes eleições, é fundamental saber que a maior parte dos grupos partidários, e até dos candidatos individuais, raramente dispõem de fundos suficientes para poder financiar as suas campanhas. O normal é que peçam “donativos” ou contraiam empréstimos junto de entidades bancárias.

E aqui que surge a canga de compromissos monetários, onde reside a mais deplorável pressão para quem é eleito, já que a noção de não há almoços grátis, é recordada de imediato quando se elaboram os programas de governo e, em consequência, o orçamento geral do estado.

Estas competições políticas entre partidos induzem a existencia de analistas para ponderar as possibilidades dos mais importantes concorrentes. Após uma selecção prévia já se prevê quem pode ser o vencedor, sem desprezar alguma surpresa. O habitual é que se tenham concedido empréstimos a mais do que um dos partidos concorrentes. Sem ficar no clássico preto-no-branco o escolhido será pressionado a pagar a totalidade, se não com dinheiro vivo será com a concessão de negócios chorudos, que se supõe não só darem o retorno à entidade financiadora mas, também, que alguma compensação seja oferecida a quem tratou da adjudicação.

Este esquema, que pode parecer irreal, ou especulativo, vai ser acrescentado pela voracidade de uma longa fila de interesseiros, num espectro muito amplo e abrangente. Nesta lista entram familiares, amigos, colegas e outros que não deixam de se manifestar como merecedores de “uma atenção” dados os compromissos, não assinados, que entre eles existem.

Sem pontuar, porque se admite ser uma situação sempre repetida, é fácil discorrer que os dinheiros públicos escorrem dos dedos como se fosse areia seca. Imaginar que um orçamento público possa funcionar de forma blindada contra pressões ocultas, mas sempre existentes, mesmo que umas mais potentes do que outras, é uma utopia impossível de conseguir.

Esta doença interna, sem remédio possível, deve ser a razão de que algumas pessoas a quem se lhes ofereceu um posto importante, com um poder de decisão que sente ser previsível terá pressões e compromissos que lhe podem ser inaceitáveis, apresente uma desculpa, mais ou menos plausível, para não aceitar o lugar. Ou no caso de cair na armadilha por ingenuidade, quando sentir que não pode fazer o que lhe empurram, bata com a porta.

MEDITAÇÕES – Incitar polémicas


Receita para conseguir seguidores

Admito que entre os meus passeios diários pelas imensuráveis rotas que a Internet nos proporciona, e que na sua maioria desconheço, só o correio, as notícias do dia e algumas visitas no “facebook” já me dão suficiente pano para mangas. O pano que falta tenho que o procurar com alguma calma, recorrendo à leitura de livros arquivados, alguns já com 50 anos, ou mais, de casa. Denota a veteranice não só o facto de que as suas folhas vão ficando amareladas como, especialmente, porque quando foram editadas se dava muita importância ao papel, e por isso a letra, as linhas e a composição em geral era muito mais compacta do que actualmente. O mesmo texto, numa edição recente pode ter trezentas ou mais páginas, muitas delas em branco, no intuito de dar aos olhos a impressão de que aquilo que tem nas suas mãos é uma obra de primeira magnitude. Pode ser, ou que não ultrapasse o nível de consumo inócuo próprio daquilo que denominamos de livros de aeroporto.

Tentando dizer de outra forma. Mais crua e elucidativa. Estou consciente de que não aproveito sem uma fracção mínima das capacidades que oferece este meio de difusão electrónica. Pior do que isso, sei que irei desta para melhor sem me actualizar. Uma pena.

Em estado de reclusão caseira, como estamos a maioria dos cidadãos obedientes e sensatos (?) não tenho sequer um papagaio ou uma galinha, viva e poedeira, de quem me possa socorrer, sem a sua colaboração voluntária, de uma pena suficientemente grande e vistosa que pudesse colocar sobre a minha cabeça. Ou seja, e sem aderir ao desprezo do Bolsonaro e seus seguidores para os indígenas do enorme Brasil, não me posso transformar num índio com pena.

Retomando o fio da meada, que já está muito ensarilhada, o que estava pensando é que, no caso de desejar, ardentemente, que assim de repente, subitamente, se gerar um número de seguidores - inusitado, pela sua dimensão- o método mais eficaz e inefável para o conseguir, entre certamente outros, pode ser o de atear um fogo tão espectacular, indutivo e persuasivo, que funcionasse tal como um isolado ponto de luz para mosquitos e traças, numa escuridão total.

Chegado a esta importante descoberta, ocorre-me o corolário do relato daquela famosa assembleia dos ratos, sumamente preocupados com o tenaz gato que os dizimava implacavelmente. Foram várias as ideias e propostas que os roedores presentes colocaram para serem ponderadas e votadas. E a mais apoiada foi a de colocar uma coleira com um guiso ao gato, de modo que mesmo que ele andasse sorrateiramente, como é de seu natural, o cascavel denotasse a sua aproximação. FOI APROVADA POR UNANIMIDADE!

Mas...-surge sempre um mas que lixa tudo- o Presidente do concelho da rataria perguntou: E QUEM É QUE VAI COLOCAR A COLEIRA COM GUIZO AO GATO?

Traduzindo para a situação actual deste “escribidor” Que assunto pode atirar-se para a arena com possibilidade de criar uma polémica?

sexta-feira, 29 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – A linguagem



Utilizamos poucas palavras

Tenho uma lembrança, muito imprecisa, de ter lido um estudo sobre o uso, muito restrito, das palavras que temos disponíveis. E um outro, ainda mais pessimista, que refere ser intensiva a introdução de termos de outras línguas, nomeadamente do inglês, sem utilizar as correspondentes palavras de português. Esta segunda constatação não se pode considerar como novidade absoluta, pois que anteriormente viveu-se sob uma notória influência do francês tanto na literatura como na vida social.

Pessoalmente não me atrevo a dar opiniões sobre o uso da linguagem que se usa correntemente, dado que admito, sem rebuço, que não estudei linguística e que não passo de um diletante, e consciente de que ao utilizar, indiferentemente, três idiomas de raiz latina mas com grafias dispares, tenho que me socorrer dos dicionários, tanto da língua portuguesa como dos de sinónimos e antónimos. Estes últimos pela relutância a referir o mesmo vocábulo se pouco antes já o utilizei. Manias que sinto não ser só minhas, pois estes tratados editam-se continuadamente. Não serão só os “fazedores” e os adeptos das palavras cruzadas que utilizam estes compêndios

O que se constata de imediato ao procurar a grafia correcta de um termo é que, de facto, o quantitativo de palavras disponíveis é muito, muitíssimo até, superior ao que normalmente usamos. Quanto às compilações de sinónimos e antónimos, a minha apreciação pessoal é que nem todos eles são efectivamente equivalentes. Sinto que é notória alguma divergência conceptual que justifica a sua existência.

Enquanto escrevia recordei umas vivências familiares, que, por acaso correspondem à evolução verbal de um irmão, na fase inicial do seu domínio da oralidade: Uma delas aconteceu quando lhe colocaram um prato de sopa à frente, para ele comer, como é evidente. Negou-se redondamente! Não quero esta sopa! Porque? Se sempre gostas. É que tem um “bocadinho de mocala” (era uma mosquinha minúscula!)
A outra lembrança ocorreu na sua primeira sessão de cinema: poucos minutos de filme passaram e ele levantou-se. Quis sair. Não gostava daquilo. O que te desagradou? São só palavras, palavras, palavras!

Se alguma lição se pode tirar destas duas referências é que o domínio da linguagem, da sua assimilação, análise automática e compreensão leva o seu tempo. Inicialmente as crianças tem um vocabulário em arquivo e em uso muito incipiente, e mesmo nem todos os adultos usam o mesmo vocabulário, e nem sequer é comum a imagem ou o significado que um mesmo termo induz a todos os cidadãos.

Como exemplo bem reconhecido é que, no meio das profissões, tanto de trabalho manual como de nível superior, é habitual a existência de conjuntos definidos que utilizam linguagens próprias, que para os não iniciados, leigos no ramo, podem parecer impenetráveis.

Se não bastasse a “pobreza” da linguagem corrente ainda existe uma curiosidade de cariz social. Quando no diálogo aberto, quase informal, se pretende referir algum órgão concreto, especialmente se tiver um forte sentido sexual, procura-se um pseudónimo, inocente, que após um uso mais ou menos intensivo, fica tão interdito como o inicial. E o processo se repete, com a introdução de outra palavra inócua em aparência mas com uma evidente relação com a interdita. Deixo ao leitor um exercício engraçado, onde jogam, além do significado académico (por assim dizer) as diferenças entre singular e plural. Uma dica TOMATE.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Direitas e Esquerdas.



Verdades, falsidades e confusões.

Sempre que caímos na tentação de separar em dois grupos de pessoas, normalmente heterogéneas, e insistimos em lhes dar uma falsa imagem que os mantenha bem definidos e negue a existência de características, convicções e preconceitos que podem ser comuns arriscamos a perder a objectividade de que tanto nos orgulhamos.

A característica mais habitualmente tomada como destacável para separar os cidadãos em dois grupos. “irremediavelmente” antagónicos é o seu conservadorismo, tanto no sentido restrito de reter os bens materiais, adquiridos ou herdados, como no modo como se imagina deveria estar orientada -para não dizer controlada- a sociedade em geral. Esta fixação nos “valores” que se atribui, sem ser de todo correcta, aos direitistas (1) pois que, inclusive o mais miserável dos homens tem, instintivamente, o ímpeto de defender, nem que seja “com unhas e dentes” o pouco que considera ser seu.

Um dos “valores” que os que se consideram conservadores dão mais importância são os seus “pergaminhos”, e se a isso se lhe pode juntar bens materiais importantes e uma cultura respeitável, então o fosso que sentem entre “eles” e o “povão esquedalha” é mais fundo do que o agora célebre canhão da Nazaré. Argumentar que todos nascemos nus e sem nenhum pão no sovaco, não é argumento a ter em conta.

Tampouco de nada vale recordar que os primeiros pensadores que se dedicaram a levantar os alicerces do respeito social e da pretendida igualdade de direitos, não eram precisamente uns analfabetos, mas sim membros das classes superiores, que através da especulação filosófica chegaram a decidir que deviam procurar elevar a triste vida a que os pobres estavam condenados, e dar-lhes a oportunidade de lhes ser dado, altruísticamente, não só uma incipiente cultura, começando pelo ensino de escrever e ler, como ponto de partida para a maioria da plebe.

Outra faceta importante, e notória nesta fase da evolução da sociedade, é o da quantidade de novas adesões no campo dos conservadores. Pessoas que sem terem um passado com pergaminhos, e até com artes e manhas pouco recomendáveis, conseguiram subir na escala social, disputando a honorabilidade com aquelas famílias de renome histórico. Estes “penetras”, que não são poucos e até tem peso económico que os impõe como respeitáveis, conseguiram romper as barreiras elitistas. Podem ser criticados pelas costas, gozados nos círculos mais conservadores, e até odiados pelos seus antigos companheiros. Mas é o exemplo indiscutível de como a cultura, mesmo que por vezes se verifique ser rudimentar, deixou de

poder resguardar-se atrás de muralhas impenetráveis. Todos temos a obrigação de saber que a honorabilidade não se herda, mas consegue-se pelos seus feitos e carácter. Há “honoráveis” que não passam de canalhas, e populares que nos dão lições de correcção e humanidade.

A minha CONCLUSÃO é que insistir em “esquerdalha e direitalha” é continuar no passado e esquecer que a situação voluntária de cada pessoa neste falso espectro social é orientada, principalmente, pela cultura de que dispõe e, sem dúvida, do montante de bens que conseguiu adquirir. Tal como acontece com o cabelo, que pode passar do moreno para o loiro com muita facilidade e rapidez. É uma questão de manipular a aparência, e, evidentemente, de ter sempre dinheiro disponível.



  1. Permito-me recordar que esta qualificação de direita e esquerda é uma reminiscência histórica de quando, nas Cortes, se sentavam os nobres e respeitáveis do lado direito e o povo, a plebe, os trabalhadores e assimilados, do lado esquerdo.
  2.  Recordo uma anedota, mais descriptiva do que cómica, em que se relatava como decorreu uma distribuição de bens “confiscados” numa herdade no momento álgido da reforma agrária. Após distribuir terras, casas, alfaias de grande e pequeno porte, chegou a vez aos animais, desde o gado vacuno, caprino, ovelhas e galinhas. Neste momento levantou-se um dos colectivistas e, apontando o dedo com intenção de ser ouvido, disse: Nas galinhas ninguém mexe. São minhas!

segunda-feira, 25 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – E alguma vivência



Com papas e bolos. como aos tolos.

É tão bom poder ir à praia e levar o cão para que faça um chichi naquela coluna semafórica. E, por acréscimo, dar azo a que a pele se cubra de uma cor cativante. A ser possível o mais abrangente que um mínimo de recato nos permita.

Apesar desta libertação -a prazo?-, os “jovens” da minha criação -sempre gostei desta frase popular que irmanava sem concretizar- caso tivessem usufruído largamente dos benefícios do areal e das sempre gélidas águas atlânticas -é curiosa a ideia, falsa como as aparições e fantasmas, de que no Algarve a água está tão quentinha como nas costas do Mediterrâneo. Tretas!- e que o libido visual deixou de ter a importância de outrora, já nem para obrigar o cristalino a focar-se nas esculturais damas -algumas já com abdómen e celulite que em vez de andarem irreverentemente descascadas, melhor seria que optassem pelas vestimentas completas, em geral às riscas,que se usavam quando a praia da Cruz Quebrada era chique- que bambaleando ou aos saltinhos quando molham os pés sem se decidir a entrar, de corpo inteiro, no tão ansiado banho marítimo do mar tenebroso.

E as alegrias não se ficam por aqui. Já podemos entrar mascarados no restaurante e, após sentados e escolhidos o spratos que espera-se sejam apetitosos, retirar a máscara, pois que de outro modo não nos seria fácil, ou cómodo, beber nem comer. Neste capítulo em concreto tivemos ocasião, concretamente num bom restaurante no Cairo, de ver, ao vivo e a cores, como a dama de um casal, foi comendo e bebendo sem retirar a máscara social, obrigatória não para prevenção de um vírus maligno mas por preceitos da sua religião, que lembramos é uma das três do famoso livro de receitas para atingir o eterno bem estar.

Neste mesmo dia, estando de visita turística na explanada da fortaleza-castelo do Cairo, vimos como um casal de noivos, ainda com as vestimenta festiva. A noiva com vestido comprido e cara tapada, colocaram-se bem arrumadinhos para que o fotógrafo lhes pudesse deixar uma recordação “eterna” do seu passeio de boda. MAS fizeram sinal ao homem da máquina fotográfica, a fim de que aguardasse que a noiva, já esposa, destapasse a sua formosa cara. A seguir ao instantâneo, voltou a colocar a máscara preceitual.

Moral das histórias: sempre é possível encontrar uma saída à norma se for conveniente.

sábado, 23 de maio de 2020

MEDITAÇÕES - As mondas


O pior ainda está para vir.

Quem tenha um conhecimento, mesmo que mínimo dos termos usados na agricultura tradicional, certamente que após a germinação das searas , sabendo que a proliferação de ervas ruins, indesejadas, tornava imperiosa a sua eliminação, e para tal existia o recurso à contratação de “ranchos” de mulheres -porque sempre se lhes retribuía abaixo dos homens- para que de costas curvadas, -posição fortemente cansativa e dolorosa- fossem retirando, manualmente, as ervas que retiravam o alimento natural aos cereais. Com o "avanço tecnológico" e apesar do alarme quanto aos perigos para a saúde humana que o seu uso implicava, foi usada a chamada "monda química", não só por ficar mais barato mas também dispensava contratar pessoal. Era mais barato e eficiente.

De forma parecida, e recorrendo à história, sabe-se que quando o quantitativo de humanos numa dada zona do globo ultrapassava a sua capacidade de alimentação, era de prever que surgisse alguma reacção inesperada que aliviasse daquele problema demográfico. Era imperioso fazer um desbaste, fosse por meio dum conflito bélico ou que surgisse uma conveniente epidemia, das muitas que se cevaram com as pessoas. No Antigo Testamento se conta como Jeová não tinha muitos problemas no que se refere a dizimar povos inteiros.

Estamos noutra fase de conhecimento, e aqui colocamos, como acção correctora as pestes, sempre propagadas por entes invisíveis a olho nu, sejam micróbios, bactérias ou vírus. E sabemos que todos eles, incluídos os vírus -que não são seres vivos no conceito tradicional- devem estar na Terra desde tempos muito anteriores ao do género humano.

Insiste-se em culpabilizar um determinado Vírus. Ora, parafraseando o que dizia Vasco Santana a propósito de chapéus, vírus há muitos e não se limitam a ser imensos como até sofrem mutações, como se brincassem.

O nosso saber sobre esta pandemia e o seu vírus é incrementado todos os dias, assim como constantemente surgem opiniões contraditórias, pelo menos quanto à intensidade dos cuidados de protecção que devemos manter. O instinto de contradição e independência que nos é natural torna inevitável que optemos por decidir entre os dois extremos: seja com máximos cuidados ou por deixar andar que se faz tarde! Ou seja Tudo à balda e fé em Deus (ditado para os fervorosos crentes)

Pessoalmente fiz um muito pequeno inquérito, aproveitando uma escapadela à rua para comprar um jornal, -mentiroso como todos eles- e perguntar às pessoas que andavam mascaradas como se estivessem preparando um assalto ao comboio ou, mais prosaico, ao caixeiro multibanco: Tem algum familiar, amigo ou conhecido que saiba estar infectado pelo perigosíssimo vírus? Mesmo que a respostas tenham sido todas negativas o número de inquiridos não foi suficiente para poder calcular a confiança que poderia depositar numa consulta tão reduzida. Fica-me, porém (gosto muito deste termo!) o facto de que se lhe acrescentar o que me deram a saber pessoas com quem falei pelo telefone, sinto que há mais ruído do que nozes.


E, aproveitando a embalagem, não resisto a colocar aqui uma notícia falsa, que como outras muitas, é bastante verossímil.

Esta pandemia veio mesmo a calhar para os grandes negócios. Não no sentido de proporcionar vendas exorbitantes mas, por outra faceta, menos referida, por desagradável.

Em primeiro lugar pode eliminar um bom número de “parasitas”, digamos francamente, de pessoas com idade superior a 65 anos, que além de não produzirem, consomem verbas que cumulativamente são importantes. O estarem estes muito velhos -nada do eufemismo idosos- previamente reunidos, até mesmo amontoados, em locais propícios para a transmissão de doenças, qualquer virose de forte poder tinha que ser uma bênção.(1)

Já antes desta pandemia era voz corrente que devido à introdução de novos métodos de trabalho, sempre baseados na informática, se admitia que nem todos os elementos do quadro eram indispensáveis. Uns porque não estavam preparados para novas funções e outros porque os mecanismos modernos eram mais eficientes, não tinham feriados nem férias... 

Com a aplicação, generalizada, do fecho de muita actividade profissional, sentia-se que desde mercados, lojas, escritórios, transportes, etc. as empresas tiveram a porta de saída aberta para colocar muito do seu pessoal numa reserva, sem garantias, fora do local de trabalho. Depois que o alarme deixasse de soar,  podiam alegar que o negócio foi por água abaixo e, em consequência, tem necessidade, concedida pelo Governo, de despedir alguns ou mesmo todos os seus trabalhadores. 

Fechar a tenda. E voltar a abrir mais tarde (não muito se for possível) seja com o mesmo nome ou com outro parecido. Aqui reside o paralelismo anunciado no cabeçalho: AS MONDAS.

(1) Recordo que quem escreve anda pelos 82!

PROCUREM INFORMAÇÃO

Não estou louco nem isolado com esta preocupação. Procurem informação e lá encontrarão artigos, referências e opiniões que se ajustam ao alarme que ofereço GRATUITAMENTE.



CONSEQUÊNCIAS DAS ILHAS DE PLÁSTICO NO PLANETA

A Organização das Nações Unidas (ONU) está advertindo desde há muito tempo a comunidade internacional sobre os danos causados pelo lixo oceânico na economia e no meio ambiente. Estes resíduos destroçam os ecossistemas marinhos ao provocarem a morte de mais de um milhão de animais por ano. Além disso, encarecem em milhares de milhões de dólares a conservação dos oceanos prevista inicialmente pelo Convênio sobre a Diversidade Biológica da ONU.
Da mesma forma, o plástico oceânico compromete a subsistência e a prosperidade de muitas pequenas comunidades que vivem da pesca, prejudica a qualidade do ar, contamina a atmosfera e contribui para o aquecimento global. Neste sentido, pesquisadores da Universidade do Havaí descobriram em 2018 que o polietileno — um dos plásticos descartáveis mais utilizados — emite gases de efeito estufa, como o etileno e o metano, quando se descompõe ao sol.
Mesmo assim, organizações como o Greenpeace denunciam que o plástico flutuante significa tão só 15% do total, enquanto 85% permanece escondido debaixo da água — em profundidades de até 11.000 metros ou, inclusive, preso no gelo do Ártico —. O lixo oceânico prolifera de tal forma que até o Fórum Econômico Mundial (WEF) prevê que em 2050 os oceanos poderiam conter mais toneladas de plástico do que de peixes.
 

sexta-feira, 22 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – AUTISTAS


Uma constatação triste. E um mau presságio.

Para quem tenha uma propensão a confundir o significado de termos semelhantes, neste caso entre automobilistas e autistas, posso, com alguma ironia, dizer que primeiro nos dedicamos, com intensidade vocacional, a ser automobilistas, e daí poluidores do ar. Sem descurar o poder de persuasão que tem a máquina publicitária comandada pelo exclusivo interesse de nos conduzir, cegamente, como um enorme rebanho, ao consumismo. Uma vez agarrados a esta degradação da antiga e frágil -como se verificou- força do senso comum para evitar que, sem meditar o suficiente, gastássemos mais do que produzimos, não só ficando eternamente com saldos nulos mas pior até:com saldo devedor.

Uma degradação mental colectiva que só beneficia o grande capital, mas que dá a sensação de ser agradável e nos elevar acima da tristeza companheira da pobreza. Todo este tema é complexo e que carece de muitas páginas para o poder destrinçar, em especial porque traz, inevitavelmente, efeitos colaterais que são de difícil anulação.

Sem o dizer neste momento é óbvio que o maior problema, que está incrementando-se segundo a segundo, sem que surja um movimento com força apelativa para não só o retardar como -e seria mais importante- convencer a cidadania global e, em especial, os grandes capitalistas cujas anteparas lhes impedem de ver que a situação, que eles não só promovem como se beneficiam, é equivalente à história do avarento que pretendia conseguir que o seu burro trabalhasse rijamente enquanto lhe reduzia a ração todos os dias. Como era de prever a quem tivesse a mente lúcida, o burro morreu não só exausto como de fome.

Para nos desorientar e ainda mais nos incitar, com fúria vandálica, a reentrar no destravado consumismo, nos obrigaram a seguir um recolhimento que nos tem impedido de gastar, incluídos os muitos que deixaram de ter um ingresso pelo seu trabalho, parado, seja obrigatoriamente ou por reflexo do mercado em geral. Os governantes, também eles cativos da famosa e bem manipulada economia “real” e com um segundo propósito - mesmo que apresentado como sendo o mais importante- de acalmar o nervosismo dos cidadãos, já decidiram abrir a cancela, mesmo que com umas “medidas” pseudo-restritivas com as quais pretendem “salvar a face”.

E assim, sem mais delongas, voltaremos ao mesmo: CONTINUAR A ENCHER O GLOBO DE LIXO NÃO DEGRADÁVEL. E DESTRUIR O AMBIENTE QUE NOS ACOLHE, QUE É A NOSSA VIDA.

É aqui onde quero insistir, sabendo de que o meu esforço não dará resultados positivos. Dizer que a cidadania tem a obrigação de afirmar, através de um movimento social intenso, que estamos decididos a não nos abastecer usando embalagens não degradáveis. De preferência vender e comprar a peso ou por volume. Escolhendo o vidro como envasamento dado que este material é facilmente reciclável. Embora implique a recolha das embalagens vazias. Nada de anormal, pois temos a experiência de década anteriores à invasão dos termoplásticos, em que o comprador carregava a embalagem vazia para adquirir uma nova, cheia. Existia um depósito em dinheiro que completava o circuito e que se perdia caso não se cumprisse.

É evidente que conseguir esta mudança na distribuição de bens de consumo em geral, e alimentares incluídos, iria causar um enorme transtorno no GRANDE NEGÓCIO DAS GRANDES E MÉDIAS SUPERFÍCIES. Teriam que se adaptar para sobreviver. Já lucraram muito, MUITÍSSIMO, com este negócio, sem se preocuparem com a degradação do planeta.

Os chineses. Que por vezes esquecemos ser um povo com uma civilização multi-milenar, já entenderam a mudança que vai chegar, cedo ou tarde. Já estão abrindo lojas com artigos a granel ! Eu vi e já comprei na que está perto de casa!

Finalmente: PASSEMOS AO COVID – 19

Sem tirar a importância que esta pandemia adquiriu, convêm estar cientes de que outras muitas dizimaram, e com maior intensidade, as populações em épocas anteriores à actual. A mais próxima foi chamada gripe espanhola, da qual faleceram muitos milhares, milhões, de pessoas.

Mas todas as pestes passaram, mataram e até tiveram réplicas, mas a humanidade recuperou sempre, aguardando o seguinte problema. Actualmente temos mais meios de prevenção e de tratamento, e por outro lado a transferência massiva de pessoas de um país a outro, e mesmo entre continentes, facilitou a propagação da epidemia.

Se, obcecados com este perigo actual descuramos aquilo que é certo vir a acontecer, e que para o travar ou eliminar não existirão vacinas, nem meios para remediar os desastres que, inconscientemente, e com muita obsessão, continuamos a produzir, não será o capital que nos salvará, NEM ELES, como seres humanos que são, por muito que o esqueçam, SE SALVARÃO.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – O que nos empurra



Porque sentimos o impulso de escrever?

Já com o sol ligado e a sua luz entrando a jorros pela casa adentro, mas mantendo-me deitado no famoso estado de “dolce far niente” a cabeça pensadora matutava em qual ou quais seriam as motivações para dar às teclas e emitir disparates. Após um exaustivo (??) exame mental vislumbrei que podem ser bastantes, mesmo que pouco variem entre si.

No meu caso pessoal, como não me chegou nenhum cheque que me obrigasse a seguir as normas estipuladas para merecer a o apoio à comunicação social. Entre outras razões destaca o facto de, efectivamente,a minha voz -neste caso escrita- não ultrapassar o nariz, e podemos valorizar a minha difusão social como inexistente.

Posto isto, e o que mais adiante se verá, (estava ansioso para colocar esta frase, mesmo que não existisse razão para tal) tentarei definir e destrinçar (outra palavra que tinha na ponta da caneta, à espera de ocasião) algumas das muitíssimas razões que incitam o obcecado escriba.

  • A primeira deve ser a de ter muito tempo disponível e nada que fazer, ou esquecer obrigações mais importantes.
  • Outro impulso, igualmente tresloucado, pode ser o pensar que se tem algo de muito importante e ser imperioso o “dar a conhecer ao mundo” E sabe-se quão difícil é vencer a ilusória vaidade.
  • Pode acontecer que o potencial escribidor imagine que pode entrar no restrito grupo dos que, escrevendo para desconhecidos, a granel, com isso tenha a possibilidade de ganhar o seu sustento. Tal como se diz que dizem nas Sagradas Escrituras: Podem ser muitos os chamados e muito poucos os escolhidos.
  • Casos pode haver em que o empurrão seja consequência de um desafio, de um chamamento à arena, vindo de um provocador. Esta seria uma situação justificativa. Pouco usual, mas possível.
  • Grave, gravíssimo para a saúde das meninges, deve ser o caso em que os pensamentos do potencial escriba sejam tão profundos e magnos, que ele mesmo se considere obrigado, não sabe bem por quem concretamente, a oferecer à cultura e ao saber da humanidade, aquelas conclusões -sem dúvida muito importantes- a que ele chegou. Não pode deixar o tema no fundo de uma gaveta, a apodrecer e ser deglutido por aqueles insectos, papirófagos que são chamados de peixinho-de-prata.
  • Finalmente, e fazendo uma extrapolação, recordar o rifão que nos elucida sobre Quando o diabo não sabe no que fazer, faz colheres, ou apanha moscas com o cu. Devem ser colheres de pau e o apanhar moscas com o rabo, ou cauda, tentam-nos cavalos e ruminantes em geral, mas penso que sem grande êxito.



quarta-feira, 20 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Mais regras a cumprir



Desta vez aparecerá a Polícia de Choque?

É factual que, habitualmente, mas não com garantia de ser eterna, a atitude da população, a cidadania, ou o povo -se não usarmos este termo com o cariz despeitoso habitual- tem um comportamento notório de respeitador e sossegado -descontando o modo como são incitados os membros das claques futebolísticas- Desta constatação nasceu aquela frase “batida” de o povo está sereno!

Todavia, do mesmo modo em que o leite -quando era pertinente ser fervido, “por causa das moscas”- mantinha-se calmo no fervedor até o momento, espectacular, em que repentinamente aumentava de volume e entornava pelo fogão. Um exemplo que nos elucida sobre o valor do aviso TUDO DURA ATÉ QUE ACABA! Ou uma variante: É preferível prevenir do que perverter!

Pois, nestes meses de receio perante o tal Covid-19, do qual se avisou à população seria mais mau do que o pintam, -e este era valorizado como o supra-sumo da malignidade- lhe acontece como sucedeu ao pastor que avisava de que o lobo ia atacar... Ou seja, a disparidade notória as notícias, entre alarmistas e tranquilizadoras, pode ter induzido a muitos cidadãos ao estado de surda revolta contra a pressão isolacionista. Muitos, além dos que quebraram as normas oficiais de modo subtil e esporádico, já estão pré-dispostos a saltar da borda fora. QUEREM IR EMBORRALHAR-SE NA PRAIA E GOZAR DOS MINIS SLIPS.

Concretamente atrevo-me a dizer -mesmo que não seja este o meu caso, pois já passei da fase em que ansiava mergulhar nas águas gélidas do Atlântico- que muitos não estão conformes com as regras de restrição num ambiente em que o sol se encarrega, com a sua radiação ultravioleta -e não ultraviolenta!- de eliminar os vírus nefastos. Por isso não me admiraria de saber que “a malta” não ligasse a semáforos da treta, nem a banheiros, cabos de mar nem fuzileiros navais -não confundir com funileiros navais, que no norte seriam picheleiros nabais- O que fazer num caso de manifesta desobediência?

Uma possível acção, calma e descontraída, era o de uns passeios da dupla PR e Primeiro Ministro, pelos areais, em calção e sandálias, ou mesmo descalços, e sem mascarilha, mas comendo um gelado de lamber. Num ameno convívio e umas selfies fariam como quem retirava o púcaro do lume no último momento, evitando o derrame do lácteo alimento. Descuido que depois que obrigava a limpar os efeitos. O que não aconselharia era que convidassem o Presidente da Assembleia para os acompanhar... nunca se sabe como podia reagir o tal “povão” que se quer mantenha a calma nacional.

A outra solução seria a mais séria, e adequada para mostrar o músculo de quem manda: enviar um bom contingente de polícia de choque, com as protecções e armas pertinentes para agir contra manifestações não autorizadas. Se me avisarem com tempo, garanto que ficarei agarrado à TV, sem máscara, preparado para um fartote.

terça-feira, 19 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Optimismo



Gostam de doces? Cá vão uns quilos de açúcar e mel

A noite passada foi a primeira que, nesta casa onde moramos, senti a chegada do Bom Tempo. O termómetro interior marcava 20 “degraus” Célsius. Sem que existisse ligado nenhum sistema de aquecimento. Agora sim que podemos ir à janela e gritar, a plenos pulmões e sem mascarilha que nos abafe a voz e a respiração, FORA COM O FRIO! JÁ PODEMOS IR À PRAIA, SEM LIGAR AOS RIDÍCULOS E CASTRADORES SEMÁFOROS, NEM AOS CONTROLADORES DE VÁRIAS ESPÉCIES.

Chegou o momento de colocar aqui, neste espaço desconhecido e raramente visitado, o que as pessoas querem ler, sem se preocupar do facto de estarem, voluntariamente, entrando, cantando e rindo, com satisfação plena no imaginário mundo da Alice.

Já podemos entrar no conglomerado das tentações, e retomar o ritmo de abandonar as roupas que nos induziram a usar meses atrás. Viva a nova moda de Primavera e Verão. Tanto faz que a da “época” anterior só se tenha usado uma vez, duas ou nenhuma. Já ficou fora de prazo! E a nova, fabricada por pessoas com olhos em bico, com salários que nem no século XIX nos aceitaríamos, é colocada em frente dos nossos olhos com preços da uva mijona, ou quase. E na montra seguinte encontramos mais engodos com que encher novos sacos de papel. ASSIM SIM QUE É VIDA!!!

Não resistimos a colmatar a vontade de engolir algum revigorante, que nos servem logo ali, em pé, ou agradavelmente sentados numa mesinha adequada. São só umas moedas! Ou uma nota com direito a troco. Sabemos que as mesmas porções, adquiridas na origem e engolidas em casa nos custariam menos, mas e o prazer? Nem se compara!

Por agora só podemos usar as mesas da restauração acompanhados pelos familiares directos. Por isso carregamos com as respectivas cadernetas pessoais, caso a fiscalização, sempre preocupada pela nossa saúde e bem-estar, nos inquirisse amavelmente -mas com ameaça de repressão incluída- Escolhido o prato entre a oferta que nos é apresentada, aguardamos serenamente, confiando na qualidade e quantidade. Caso o que nos colocam à frente não corresponda, exactamente, ao que imaginamos (?) nada nos impede de dar umas tristes garfadas e deixar quase tudo para ir ao lixo. Mas e o prazer? Não temos que tentar aproveitar aqueles restos! Que fastio só de recordar uma situação de que nos livramos. Com custos monetários? O que é que isso importa? Tendo o salário garantido e o recurso ao Crédito ao Consumo... o resto só serve para nos azedar a vida.

Na próxima visita apanharemos uns folhetos, bem ilustrados com fotografias de sonho, para programar as nossas viagens de férias. Com certeza que a possibilidade e as pagar às prestações vai ser mantida. Só se vive uma vez e as dívidas até podem não se pagar jamais. O Governo já nos mostrou como é possível!

E agora é a altura de entrar no MARAVILHOSO MUNDO DO HIPER. Ali nos deparamos, a cada passo ou desvio do olhar, com múltiplas “ofertas” (?) sempre a preços inconcebíveis, mesmo irresistíveis. No caso de que, antes de entrar no templo dos carrinhos a nossa lista, mental ou em papel, se bem que o efeito de restrição é igual, pois o facto marcar uns propósitos fixos, sem admitir desvios(?) é nulo. Carregamos um saquinho de batatas, um quilo de arroz e dois pacotes de massa, mais três litros de leite, “meio gordo por causa da linha...” Ao chegar à caixa nos damos conta de que o carro está cheio até não caber mais nada. E como aconteceu isso? Felizmente é um pensamento fugaz. Tudo aquilo era indispensável! A nossa obrigação era abastecer a despensa. Bem, chocolates, gelados, cremes, detergentes, etc. não estavam na lista. MAS ERA IMPERIOSO NÃO PERDER AQUELES PREÇOS, com descontos fabulosos (?)

E não me venhas aborrecer com a realidade, que não quero ver, das inúmeras embalagens que irão encher o caixote do lixo. Eu já levo tudo para o contentor e cumpro com o meu dever de cidadão cumpridor! Ou cidadã. E não são estas “mesquinhices” que me tiram o sono.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – A sociedade está castrada



Como nos domesticaram ?

Ontem editei o meu escrito que bate na mesma tecla, mas noutra escala do teclado. Hoje reajo ao ver o alheamento absoluto (excepto um bom e fiel amigo, que não é um bacalhau, e que “milita” num campo que não é o meu) que se desprezou a minha tentativa de acordar “o pessoal”. Mesmo assim, e apesar desta constatação, não abdico de tentar especificar, MAIS UMA VEZ, os já quase irreversíveis males que estamos causando ao planeta.

Mas, se por um lado, sinto que não devo baixar os braços na tentativa de criar um incipiente movimento reactivo, também sinto o impulso de procurar uma explicação que nos esclareça o como e porque aderimos, com tanta fruição, ao hábito de esbanjar, muitas das vezes em bens totalmente supérfluos, num montante monetário superior ao que produzimos.

Uma situação que, como temos a obrigação de saber, e deveríamos ter sempre presente, reflecte-se macroscópicamente na sempre crescente, em progressão geométrica, dívida pública. Ou, para que não esteja a par desta linguagem, do deficit público.

Admito, mas contrariado, que sendo este um mal estendido a muitos países, mesmo entre os nossos sócios na UE, a razão nos deve alertar sobre a mensagem que um ditado popular nos dá: O mal de muitos meu conforto é, ou o equivalente: Mal de muitos consolo de parvos.

Os que pretendem que não nos preocupemos com as grandes dívidas do orçamento geral do Estado, alegando que ESTAS DÍVIDAS JAMAIS SERÃO PAGAS, mentem, velhacamente, pois isto não passa de uma fanfarronice dado que, fingem esquecer, propositadamente, que mais tarde ou mais cedo chegará a inevitável INFLACÇÃO. Há muitas maneiras de apanhar moscas. Seja por uma desvalorização da moeda ou por um aumento constante, em espiral, dos preços dos bens essenciais.

A situação actual está simplesmente agarrada ao comércio consumista, de bens dispensáveis mas que a publicidade lhes oferece a imagem de serem imprescindíveis. Tais como a moda nas roupas, viaturas e outros artigos de ilusória primeira necessidade, temos que analisar como e porque esta febre, pestífera, foi instalada.

Terminada a segunda guerra mundial e ao longo da “guerra fria”, as famílias tinham o seu bolso bastante vazio. O mais premente era a alimentação, o agasalho e a saúde. Por isso se incrementaram os serviços estatais de saúde. A maioria das pessoas não podiam sequer sonhar em procurar a medicina privada, porque não lhes era possível pagar! Tentavam minorar os sintomas com remédios caseiros, mesmo desconhecendo se eram indicados naquela situação.

O vestir estava muito controlado no seio da família: os fatos eram virados para expor a face do avesso do tecido; calças e saias perdiam a dobra para as adaptar à altura do utente, ou eram ajustadas para outro membro da família. Não havia desperdício de comida; o que sobrava de uma refeição, caso sobrasse!, era guardado e, se possível reciclado aumentando o seu volume. Sem me alongar fica a imagem de que na maioria das economias familiares não se alongava mais o braço do que a manga permitia.

Mas como a penúria permanente não é agradável e proveitosa para os industriais, desejosos de recuperar a sua influência na sociedade, aproveitaram a máquina publicitária, que estava oleada desde que os conflitos bélicos, e a utilizaram profusamente. Já se tinha consolidado a noção de que a rentabilidade de uma produção dependia do quantitativo e da aceitação no mercado. Era para ali que tinham que se orientar e investir.

Quem consta ter sido o pioneiro na comercialização dos seus produtos dizem que foi Henri Ford. Quando fez contas ao incremento de produção dos seus veículos, após a introdução da montagem em série, viu que tinha que escoar rapidamente os carros que saíam da linha. Daí que decidiu foi aumentar os salários do seu pessoal fabril e lhes conceder facilidades de pagamento. Ou seja, os seus operários foram os que ajudaram a escoar os seus produtos.

A lição foi aprendida pelos outros industriais, pelo menos os então actualizados. Não só se decidiram a aumentar salários como a sua promoção através da propaganda se tornou mais extensiva. Era premente, indispensável, alargar o campo da distribuição e captação de novos clientes, convencendo-os das excelências, inigualável, dos seus produtos. Que nem sempre eram novidades em si mesmos, mas que mudavam de cor, de embalagem, mesmo de nome, mas o conteúdo era sensivelmente igual ao que era antes da mudança visual.

Esta receita continua a ser válida, e com mais ou menos artifícios nos conseguem empurrar a desistir do que já se tinha e comprar o novo. Mesmo que no fundo é a mesma coisa com outro “penteado”.

E a população em geral, incluídos os mais letrados ou ilustrados, os diplomados e os que se consideram intelectuais, que se gabam de estar vacinados contra os malefícios da publicidade, cedo ou tarde caem nas mesmas ratoeiras onde tombam aqueles “ignorantes” que tanto desprezam.

UM ANEXO INESPERADO


Um familiar, ainda um par de anos mais idoso do que eu, depois de ler a minha ultima “meditação” , mandou-me um comentário, em castelhano, que tomo a liberdade de transcrever, eliminando algumas passagens de índole pessoal. Diz assim:

Não entendo a burrice dos humanos actuais. Inutilizaram a juventude no aspecto social. Já parecem todos norte-americanos. E os pais não sabemos, não podemos ou não queremos lutar. POR SABER QUE NÃO CONSEGUIRÍAMOS NADA.


Os comandos estão nas mãos de jovens, que não entendem esta luta que propões. Não conheceram os tempos passados. Tenho amigos, que foram colegas de trabalho, com idades entre 45/55 que não compreendem as coisas que escrevemos, Conclusão: fomos postos de lado já muito antes de agora. Só incomodamos.

FIM DA TRANSIÇÃO

domingo, 17 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Tristeza


É LAMENTÁVEL, mas indiscutível

Confirmei, sem a mais mínima dúvida, que os poucos interessados em ler estes apontamentos não reagem como cidadãos inteiros. São mais apáticos do que as galinhas; que tem o carisma de serem considerados uns animais sumamente estúpidos.

Com este não retorno das pessoas como as que me foi dado ponderar, após serem “seleccionadas”, nem sequer atrevo a qualificar como representativas da actual sociedade. Seria uma realidade sumamente desesperante que, de facto, estes poucos cidadãos fossem uma amostra credível, do total que reside neste jardim à beira-mar plantado.

Mas cabe admitir que aquilo que me preocupa sem ser por mim mesmo, dado que o meu “prazo de validade” já foi ultrapassado, é o estado do País, e por extensão do Planeta, que deixaremos às sucessivas gerações. Que até podem ser menos extensas do que as curvas de progressão geométrica mostram até hoje.

sábado, 16 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Insistimos no SUICÍDIO absurdo




Aceitamos o lixo dos outros a troco de uns cobres.

Ontem vi, num noticiário que não fixei, as lamentações de um cidadão pelo facto de que, também no seu concelho, estavam recebendo camionetes de caixa enorme carregadas com lixo urbano -se calhar não só de origem caseira- que nos enviavam, via marítima desde o Sul da Itália, zona onde se afirma que a recolha e “despacho” do lixo é um grande negócio dominado pela MÁFIA LOCAL.

Não posso afirmar que o que aceitam neste concelho lusitano difira muito do que se soube acontecia noutro. E desconheço quantos mais não terão aceite este trato infame. Sempre é referido que para aceitar o seu lixo nos pagam dez euros por tonelada (?) Pode ser um bom negócio. Mas quem autorizou, seja através do Ministério do Ambiente ou directamente pelas autarquias a esta vergonhosa e potencialmente perigosa recepção? 

E quem fica com os tais euros de compensação? Haverá muitas mãos, com unhas grandes como aves de rapina, interessadas na partilha deste vergonhoso suborno? Sim, porque este assunto ultrapassa o nível dos habituais abusos de gestão.

Não podemos fazer fé no que a voz do povo afirma desde o Minho até Vila Real de Santo António. Se existem suspeitas, e possivelmente até provas, de que o comportamento de muitos autarcas deixa muito que desejar, pelo menos sob a rasoira da ética, e referem casos de preferências inexplicáveis, de manipulação dos Planos de Urbanização, de compadrio e de adjudicações “a dedo” sem cumprir as regras “obrigatórias”. 

Se deixamos tapar isto sem pressionar para que se cumpram as normas legais e democráticas, nem por sombras podemos deixar de MANIFESTAR A NOSSA REPULSA, COMO CIDADÃOS CUMPRIDORES, de que o território nacional possa ser utilizado, a troca das tais dez moedas, -que nos fazem lembrar o que se refere a propósito de Judas-

Curiosamente no Jornal PÚBLICO, de hoje, sábado 16, e na pág 18, em destaque, na 4ª coluna, o articulista GONÇALO SANTOS cita que num órgão oficial da China (ali tudo o que se publica é oficial!) reclamam do “LIXO ESTRANGEIRO” e dos riscos de poluição que comporta a reciclagem de lixo oriundo de países “estrangeiros” ricos.

Esta denúncia pode ser um possível ataque de diversão consequência de que se afirma -mesmo que não com convicção absoluta- que a pandemia actual teve a sua origem, e dispersão, em laboratórios secretos da China. Mas, mesmo com dúvidas de manipulação, a referência não deixa de ser sintomática. 

Num escrito anterior, -cujo cabeçalho não tentei encontrar- referi os problemas que, para o ambiente em geral e com consequências ainda não devidamente ponderadas, tem origem no CONSUMISMO, incitado poderosamente pelas máquinas publicitárias.

Ninguém pode negar a invasão de embalagens não degradáveis, tanto nos terrenos como nas águas doces de que dependemos, e dos mares que são -ou eram- o nosso reservatório de vida e saúde. Mas a grande economia, que comanda os governos nacionais, faz ouvidos moucos. Não se atrevem a legislar no sentido de imediatamente se proibir a distribuição e venda de artigos, tanto de alimentação como de uso indiferenciado, em embalagens de plástico não degradável a curto prazo. 

EM VERDADE O QUE SE DIZ SER BIO-DEGRADÁVEL LIMITA-SE A DESFAZER-SE EM PEQUENOS PEDAÇÕS, sem que os compostos de síntese desapareçam. DAÍ ADVÊM OS MICROPLÁSTICOS QUE ANIMAIS E PESSOAS INGERIMOS SEM NOS DAR CONTA, mesmo ao respirar e beber água, que nos dizem ser potável.


sexta-feira, 15 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Penar por culpa alheia



Será psicose causada pelo isolamento?

Numa fase de insónia matinal, que posso localizar no tempo porque ao abrir os olhos vi que a claridade da alvorada já era intensa, lutei interiormente, com um peso na consciência. Sentia-me esmagado com as culpas que podemos admitir como próprias, relativamente a feitos e factos que não nos podem ser decididamente imputados.

Porém, se esta introdução pode dar a noção de tomar como pessoal, e esquecer que apesar de ser só um problema mental, que abrange a todos os cidadãos, vejo-me obrigado a deduzir que, quando em pesadelo, eu sentia-me pessoalmente culpado. Ou seja, não constava no argumento da peça o aceitar a extensa distribuição das culpas do passado. Mas tampouco aceito, assim de pé para a mão (uma das tais frases feitas que tem um sentido bastante críptico) que seja o único mortal, ainda vivo apesar do temível vírus, que se possa sentir culpado por acontecimentos em que não teve a mais leve acção.

É muito provável que o meu desassossego onírico tenha sido consequência do ter escrito -com a vaidosa e petulante ilusão de ser lido por uma larga série de seguidores- sem vontade de ofender nem denunciar individualmente a ninguém, uma quase eterna situação de abuso sobre vítimas inocentes que proporcionaram fortunas fabulosas a indivíduos desprovidos de escrúpulos. Ainda numa sequela desta derradeira frase é preceituário, ou deveria ser, que sem a necessidade de utilizar um pregoeiro que desse notícia pelas ruas e praças, que algumas das famílias hoje bem situadas e respeitadas, usufruem de boas fortunas que se ergueram pela actividade de mercadores de escravos. E atrevo-me a alvitrar que não é esta memória que lhes tira o sono.

Retomando a razão do porque fui, interiormente, empurrado para este enorme problema histórico-social e admitindo que a imensa maioria dos contemporâneos passam, sensatamente, ao largo deste tema, sucede que durante décadas fui sentindo algo parecido a um remorso, misto de responsabilidade, imaginada, como membro da sociedade e sentimento de que ainda hoje existem vítimas, directas ou indirectas, do comércio de mão de obra sem liberdade.

Fazer uma análise social, mesmo que rudimentar, sobre o que de facto se pode admitir ser um peão social com liberdade, nos pode levar rapidamente a concluir que, de facto, a liberdade que com tanto ardor citamos, de facto é muito mais restrita do que o que fomos induzidos a pensar.

Sendo pessimista ou realista (sem ser monárquico, pois são situações só semelhantes na aparência semântica ) depressa somos levados a vislumbrar que a liberdade efectiva de muitas pessoas, em especial aqueles que dependem de um salário e sem garantias de firmeza, é muito restrita.

A situação social que se gerou por efeito secundário da pandemia em curso, e que não se sabe quando estabilizará, se repetirá e até onde os seus efeitos sociais nos afectarão, além da morte irremediável de uma percentagem dos humanos que ainda circulam por este mundo, é tenebrosa.

As mudanças que, quase inevitavelmente, acontecerão, tem o ferrete de poder alterar, para pior, o esquema de vida a que muitos se habituaram. A alteração que o ocidente sofreu com a substituição da força motriz natural, mesmo contando coma potência conseguida com recurso às primitivas rodas hidráulicas, mas que a descoberta da máquina de vapor, e depois dos motores eléctricos, e recentemente com a informática, possibilitou a industrialização e a consequente desumanização das massas humanas, incitadas a abandonar a tristeza da agricultura subserviente e passar a ser uma massa anónima e mal retribuída de operários, recolocados em habitáculos insanos, miseráveis.

No século XX, e em consequência da evolução tecnológica e da ânsia da economia, a sociedade foi incitada, fortemente pressionada, para o consumismo. Contava-se não só na distribuição de uma parte dos lucros conseguidos pela alteração dos meios de produção (mais eficazes) como, posteriormente, com a deslocalização de muitas actividades fabris para zonas do mundo onde a mão de obra ainda era mais barata.

Tudo isto é conhecido. Mas falta referir que muitos postos de trabalho se tornaram excedentários e que o dinheiro distribuído já não era proporcional à produção dos habitantes dos respectivos países. Entrou-se numa espiral progressiva na deficit nacional.

A actual crise epidémica deu, entre outras, uma consequência social muito importante ao se fecharem muitas actividades cuja, reabertura não pode ser garantida. O recurso a proporcionar uma retribuição social a muitos desempregados conduz a um incremento dos impostos internos aos ainda empregados e consumidores em geral -dá-se com uma mão e tira-se com a outra- e a um endividamento nacional, carrega-se sobre a dívida externa que já existiaa, quase que eternamente.

Se as lições da história nos mostram ser repetitivas, é triste imaginar que retomaremos uma fase muito difícil na vida das classes mais desfavorecidas. Mesmo que a epidemia decresça ou mesmo termine, nem que seja aparentemente, nada poderá vir a ser como antes. E o passado nos orienta no sentido de que, inevitavelmente, serão os mais fracos os que “pagarão as favas

E por referir as favas, que poucos jovens gostam por não estarem habituados ao seu paladar, será que se pode prever um regresso paulatino das populações, já citadinas, para a lavoura? E neste caso, quase hipotético, encontrarão as terras na mesma situação em que as deixaram' quando desiludidos ou iludidos pelas possibilidades de progresso social que a cidade lhes oferecia, de mão beijada?

quarta-feira, 13 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Opiniões sobre o Maio




Passeio por duas compilações de Rifões, Provérbios

Como poderão apreciar estas duas compilações, sendo orientadas para um público rural, insistem em apresentar as características dos meses sob o ponto de vista do campo.

Edição de 1780 

    Quem em Maio come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
    Guarda pão para Maio e lenha para Abril.
    Uma água em Maio e três de Abril valem por mil.
    Maio couveiro não é vinhateiro.
    Maio come o trigo, e Agoste bebe o vinho.
    Primeiro de Maio corre o lobo e o veado.
    entre muitos outros
Editados em 1928 (138 anos mais tarde)

Água de Maio, pão para todo o ano.
A quem em Maio come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
Chovam 30 Maios e não chova em Junho.
De Maio a Abril não há muito que rir.
Lavra de Maio e adubação de São João não dão pão.
Em Maio as cerejas leva uma a uma o Gaio; em Junho a cesto e a punho.
Em Maio come as cerejas ao borralho.
Em Maio nem à porta de casa saio.
Em Maio verás a água com que regarás.
Favas o Maio as dá, e o Maio as leva.
Guarda o melhor saio para Maio.
Guarda pão para Maio, lenha para Abril e o melhor tição para o S. João.
A erva o Maio a dá, e o Maio a leva.
Maio faz o pão e Agosto o milhão.
Maio frio, Junho quente, torna o lavrador valente.
Maio hortelão, muita palha e pouco pão.
Maio jardineiro enche o celeiro.
Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
Maio pardo e ventoso, faz o ano formoso.
Maio que não der trovoada não dá coisa estimada.
Maio serôdio ou temporão, espiga no chão.
Peixe de Maio, a quem vo-lo pedir, dai-o.
Pela Ascensão coalha a amêndoa e nasce o pinhão.
Quando em Maio não troa (troveja) não é ano de broa.
Quando Maio chegar, quem não lavrou há-de chorar.
Quem em Maio não merenda, aos mortos se encomenda.
Quem quiser mal à vizinha, dê-lhe em Maio uma sardinha e em Agosto a vindima.
Touro, galo e barbo, todos tem sezão em Maio.
Trigo, quer serôdio quer temporão, fica em Maio em grão.


ACTUALIZAÇÃO - Este Maio de 2020 vai ser conhecido, durante uns tempos, pelas alterações na vida das pessoas que se regularam formalmente pelos receios do impacto que a pandemia actual, cuja principal característica reside na rapidez com que de instalou em toda a Terra.

Por enquanto, nesta cantinho europeu que se chama de Portugal, as perdas humanas não tem sido tão numerosas como se temia, apesar de todavia não se ter encontrado um tratamento de recuperação sempre eficaz, nem uma vacina preventiva.

Os maiores prejuízos já se considera que serão de ordem económica e social. Desemprego e pobreza, mais a incerteza de se, ou quando, se conseguirá recuperar a situação, mais de aparência do que real, de estabilidade. Ou seja, será conseguido um regresso ao passado recente? E quem nos vai ajudar nesta altura?

Mesmo que as investigações possam desviar a origem de uma origem maliciosa e propositada, a história do que sucedeu durante as grandes pestes anteriores e de como a recuperação teve que abrir novos caminhos, hoje o que mais tememos é que o descalabro humano e económico nos empurre para sermos, muitos europeus, um petisco a ser devorado por uma potência que, com outras armas e capacidades, repita a invasão dos bárbaros vindos do Oriente, de além dos Urais.