quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

QUANDO A SOLUÇÃO É BOA, MANTÊM-SE



Na minha cabeça bulen sempre diversos cozinhados. É como aqueles fogões industriais em que se acumulam tachos, panelas, sertãs e outros recipientes, num número que espanta só de imaginar como será possível controlar tudo.

Estas divagações na ante-vigília, causadoras de alguma confusão mental, é possível que também as sofram, com variações próprias, outros bípedes da espécie humana. No meu caso são as horas em ue a alvorada espreita as em que mais colocam em fervura a minha ferve craneana. Mas, após acordar e atender o corpo, o automatismo que cuida da saúde mental faz com que esqueça a maior parte dos devaneios mentais.

Hoje, porém, uma das meditações ancorou com força, e deixou-me na dúvida de se serão muitos os parceiros no planeta que terão observado o mesmo que tentarei relatar.

Sabemos, por muito que escandaliza aos crentes dos livros sagrados, que se formos procurando o fio condutor, recuando para o passado, chegamos, inevitavelmente, já não digo às primeiras células, bactérias e por aí fora, numa sequência imparável, mas podemos estacionar na era dos grandes sáurios, dos quais ainda permanecem, practicamente sem alterações, algumas espécies de crocodilianos.

O que me interessou foi verificar que practicamente todos, se não a totalidade, dos quadrúpedes usam o mesmo tipo de mecânica articular nos seus membros posteriores e anteriores, que entre nós nomeamos de pernas e braços .

É, para mim, muito interessante ver que, apesar de tantas séries de evolução identificadas nos seres hoje presentes, não aparece uma alternativa ao braço, cotovelo e pé, com os ossos intermédios, e das articulações das pernas, com o joelho virado para a frente, como fulcro importante e, pelo que se observa, tão bem conseguido que não sofreu alteração visível.

De donde tinha que aparecer a razão do cabeçalho: A natureza, que não podemos identificar como um ser definido mas sim como uma inefabilidade, quando encontra uma solução que parece óptima, insiste em a manter. O que não acontece com todos os animais, especialmente quando saímos do reino dos mamíferos e outras espécies de quadrúpedes. Como exemplo imediato podemos referir que a estrutura de um corpo com cérebro no topo da coluna não foi seguida unanimemente; ou a visão biocular, entre outras variações.


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