Na
minha cabeça bulen sempre diversos cozinhados. É como aqueles
fogões industriais em que se acumulam tachos, panelas, sertãs e
outros recipientes, num número que espanta só de imaginar como será
possível controlar tudo.
Estas
divagações na ante-vigília, causadoras de alguma confusão mental,
é possível que também as sofram, com variações próprias, outros
bípedes da espécie humana. No meu caso são as horas em ue a
alvorada espreita as em que mais colocam em fervura a minha ferve
craneana. Mas, após acordar e atender o corpo, o automatismo que
cuida da saúde mental faz com que esqueça a maior parte dos
devaneios mentais.
Hoje,
porém, uma das meditações ancorou com força, e deixou-me na
dúvida de se serão muitos os parceiros no planeta que terão
observado o mesmo que tentarei relatar.
Sabemos,
por muito que escandaliza aos crentes dos livros sagrados, que se
formos procurando o fio condutor, recuando para o passado, chegamos,
inevitavelmente, já não digo às primeiras células, bactérias e
por aí fora, numa sequência imparável, mas podemos estacionar na
era dos grandes sáurios, dos quais ainda permanecem, practicamente
sem alterações, algumas espécies de crocodilianos.
O
que me interessou foi verificar que practicamente todos, se não a
totalidade, dos quadrúpedes usam o mesmo tipo de mecânica articular
nos seus membros posteriores e anteriores, que entre nós nomeamos de
pernas e braços .
É,
para mim, muito interessante ver que, apesar de tantas séries de
evolução identificadas nos seres hoje presentes, não aparece uma
alternativa ao braço, cotovelo e pé, com os ossos intermédios, e
das articulações das pernas, com o joelho virado para a frente,
como fulcro importante e, pelo que se observa, tão bem conseguido
que não sofreu alteração visível.
De
donde tinha que aparecer a razão do cabeçalho: A natureza, que não
podemos identificar como um ser definido mas sim como uma
inefabilidade, quando encontra uma solução que parece óptima,
insiste em a manter. O que não acontece com todos os animais,
especialmente quando saímos do reino dos mamíferos e outras
espécies de quadrúpedes. Como exemplo imediato podemos referir que
a estrutura de um corpo com cérebro no topo da coluna não foi
seguida unanimemente; ou a visão biocular, entre outras variações.
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