É
satisfatório encontrar, sem procurar, que alguém, neste caso um
político, colunável e conhecido, como é o caso de Feliciano
Barreiras Duarte, escreve e
assina um artigo num jornal diário (1) dedicado, exclusivamente, a
uma das facetas, presentes na cidadania actual. A que a mim, que
estou de partida, mais me apenam. Curioso que seja precisamente um
político que aponta esta característica social, uma vez que temos a
ideia, criada e sedimentada, de que os partidos políticos preferem a
maioria ignorante, moldável, servil, alheada, apática.
Gostaria
de transcrever a totalidade do artigo em questão. Mas é longo e os
meus (poucos) seguidores são avessos contumazes a ler mais do que
vinte palavras seguidas. Veremos, seguindo o artigo de F.B.D. Que
refere concretamente esta característica, se bem que com outras
palavras. Por isso refreio o meu impulso e deixarei só uns
destaques, que considero elucidativos.
Já
o título é sumamente esclarecedor: O PODER DAS (novas) IGNORÂNCIAS.
Wim
Wenders vaticinou que o século XXI iria ser o século da
imagem...com conteúdos apoiados
numa forte
componente de atratividade … por via da imagem em movimento, dos
clipes, dos vídeos, das fotos, etc.
…
Sim,
novas ignorâncias, que são filhas de uma espécie de uma nova
categoria humana em que a videovida, a vida mediocre e “despida”
em directo, amplia a crise de valores...
Numa
sociedade que se alimenta do superficial, de tudo o que é
“rapidinho”, generalista e que tem que acontecer “no agora”...
Temos
que combater este poder das (novas) ignorâncias... a
chico-espertice, o generalismo, a mediocridade, a ignorância...
Os
resultados estão bem à vista. E têm muito que ver coma crise de
participação política... e sobretudo com a perda de qualidade dos
próprios sistemas juridico-políticos.
… e
continua o texto.
Para
mim é muito interessante que seja um dos políticos, que se diz
estar em contacto com a população, quem se lamente, publicamente,
da forma como se preparou, desde cima, a estupidificação da
cidadania. O que esperavam? Nas suas fileiras encontram um excesso de
gente mal preparada para a sociedade,(mas
excelentemente diplomada para a política de baixo nível através
das escolas dos JJJ) e
também um excesso de ganaciosos e oportunistas. Diria eu que mesmo
que fosse só um já seria de mais.
(1)
neste caso o I de 13 de Fevereiro 2017, pág 28
Sem comentários:
Enviar um comentário