quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ERAM AS MELHORES OPÇÕES ?



Apesar de reconhecer que muitas coisas melhoraram surge-me, com excessiva frequência, a dúvida de se foram tomadas as melhores opções no que afecta às populações de certas zonas do País.

Estou convencido de que caso se prestasse a atenção, pertinente e basilar, à demografia, às características dos seus munícipes e às suas fontes de rendimento, sentir-se-ia uma disparidade de acções entre aquilo que seria proveitoso para o progresso do que sempre existiu e as tentativas de imitar actividades que colidem com o idiossincrasia da população. Fantasia que, contrariamente ao que é apregoado, afasta para longe as melhores mentes que nasceram e se criaram no seio de hábitos, quase que ancestrais e que, sem dúvida, carecem de uma actualização.

As mudanças já havidas em muitas zonas rurais, arrisco-me a afirmar que quase sempre foram fruto de acções meramente comerciais, cegas a tudo o que ultrapasse a rentabilidade das suas empresas. Uma cegueira que leva os abnegados produtores do campo a serem tiranizados não só pelos intermediários mas, agora principalmente, pelas grandes superfícies comerciais, que impõem preços e características dos produtos que compram, impondo o preço, como mentalizam o cliente consumidor a rejeitar aquilo que não convêm ao empresário da cadeia.

Apesar de terem surgido iniciativas para escoar os produtos agrícolas e hortícolas que a natureza teima em desobedecer normativas, e com boa vontade e esforço para conseguir penetrar no mercado, dedicaram-se a comercializar aquilo que não obedecia às rigorosas regras do grande comércio. Lamentavelmente a realidade mostrou que estas iniciativas não conseguiram vencer a pressão restritiva da poderosa máquina trituradora, a que de facto comanda as preferências dos clientes.

Será impossível uma reacção concertada entre os produtores e os municípios ou regiões que, sem dúvida, deveriam esforçar-se, quase que exclusivamente, em atender os problemas dos seus conterrâneos?

Os problemas que subsistem, e até se agravaram ao longo das últimas décadas,não se limitam à comercialização dos produtos do seu trabalho.

Existem situações problemáticas a montante das colheitas. São centenas os estudiosos que em laboratórios e campos experimentais se preocupam e procuram soluções para contrariar o envenenamento dos terrenos, devido ao uso excessivo de herbicidas. Sem esquecerem o louco extermínio das necessárias abelhas, que são os garantes da polinização de searas e pomares. Uns laboriosos insectos que morrem aos milhares por efeito dos insecticidas. Todos sabem que o número de colmeias activas tem diminuido drásticamente. E ouviram falar em métodos alternativos aos insecticidas para poder afastar, ou eliminar, pragas que causam prejuízos. A pressão dos vendedores dos produtos das multinacionais se encarregam de evitar qualquer alternativa.

Outro capítulo que merecia ser analisado e ponderado numa base que atendesse à saúde dos consumidores é a dos aditivos que se aplicam a muitos produtos, tanto hortícolas como frutícolas, a fim de lhes melhorar o aspecto visual e prolongar a sua duração. Serão inócuos? A resposta imediata é dada pelos produtores, conscientes, que detestan os truques utilizados para conseguir frutos que apresentam uma uniformidade de cor em toda a sua superfície, como são exemplo os morangos e os tomates, que raramente são tão belos na forma e na cor quando criados numa parcela de onde se abastecem com confiança.

Não deveriam ser estes capítulos da investigação aqueles que mais mereciam a atenção e promoção por parte das entidades que se elegeram “democráticamente”? Uma selecção de indivíduos “isentos de interesses pessoais” que, nos seus discursos e documentos distribuídos para ganhar votos, sempre evitam referir os problemas reais dos seus eleitores.


Fica a dúvida de se, de facto, os eleitores são cegos ou se preferem ser manipulados não só no seu trabalho, naquilo que é o seu ganha-pão, como se encadeiam com eventos e actividades que em nada os beneficiam. Serão conscientes do que devem exigir aos seus eleitos?

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