Como
é público e notório o
tempo em que vivemos está sob uma forte pressão da evolução da
informática, mãe do moderno automatismo e também mãe descastada
daqueles que foram seus filhos preferidos, agora preteridos em
oposição aos que aderiram, com deleite e ilusão na maré do
progresso. Bem hajam tanto os “desprezados” como os agora
estimados.
Se
nos basearmos na -nem sempre bem valorizada- biologia, é racional
que se admita que, no seio da população deste País, existem entre
nós cabeças ágeis, estudiosas e com o ímpeto necessário para se
aventurar em novos capítulos ainda por desbravar. Alguns destes
investigadores já deram provas não só de abrir caminhos mas também
de orientar o seu trabalho para tarefas produtivas.
Mas
surgiram os primeiros escolhos sociais e económicos. Por um lado
temos que para que uma descoberta ou novidade
tecnológica se torne
factível comercialmente, ou seja, que possa partir pelo oceano fora, crescer e implantar-se, carece de um factor que os estudiosos que
descobriram o filão habitualmente não dispõem, e que é
indispensável: Capital de risco.
Sucede
que a economia nacional não gera, por si só, grandes rendimentos e
nem sequer aqueles que os usufruem habitualmente sintam vocação
para investir em temas que, além de não dominarem, não lhes
oferecem as garantias de um grande retorno, e com brevidade. Pior do
que esta deficiência de montantes disponíveis entre membros da
sociedade civil, verificou-se, numa evolução escandalosa nas
décadas mais recentes, que as reservas de capital público,
incluídas verbas que nos entregaram no intuito de conseguir dar o
salto em frente, imprescindível caso se deseje poder ombrear com os
(teoricamente)
parceiros europeus, quando foram entregues, em geral em quantitativos
muito avultados, sob
a capa de empréstimos a remunerar e restituir, sumiram-se
sem justificação,
escandalosamente.
De
onde não nos pode causar admiração saber que algumas das boas
descobertas conseguidas pelos nossos investigadores ficaram no sono
dos justos no fundo de uma gaveta. Ou, noutros casos, só conseguiram
ver avançar os seus projectos aliando-se a entidades estrangeiras
dispostas a investir com o seu capital, ou que ganharam a confiança
da banca do seu país, para conseguir os tão necessários e
indispensáveis fundos.
Mas
há uma consequência social,
muito importante mas que nos esforçamos para não ver nem sentir,
que consiste no potencial problema, já actual em zonas que até
poucos anos antes eram sede de grandes indústrias, que empregavam
numerosos operários, e que tanto eles como seus descendentes se
encontram perdidos, empurrados para uma pobreza inactiva. Uma
situação tão generalizada entre os urbanitas que os sociólogos já qualificada, em surdina, como potencialmente
explosiva.
Um
sintoma bem recente de como esta evolução tecnológica, aliada à
globalização -que só
interessa ao grande capital-
afectou fortemente, no sentido de empurrar para a pobreza sectores da
sociedade que, sem serem ricos, sentiam-se razoavelmente bem e com
horizontes abertos para progredir, mas que o
seu capital de conformismo está esgotado,
ou em vias de isso.
Foi
o que deu a presidência dos EUA a um demagogo, que, mesmo sendo um
político neófito, tal como todos os profissionais que o
antecederam, tem uma experiência inusual nos meios de comunicação
visual e audio-visual. Dirigiu-se, astutamente, aos cidadãos da
chamada faixa da ferrugem, os
blue-collar, operário
de colarinho azul. En entre os dos estados de economia agrícola, os
seus equivalentes são citados como redneck
pescoço vermelho, queimado do sol)de colarinho
azul, em antítese
com os citadinos, bem vestidos, bem alimentados e bem instalados,
conhecidos como os de colarinho
branco. Vistos pelos
operários e pelos camponeses com pouca simpatia por estarem ligados
ao status que os governa e sentem que pouco os atende.
Historicamente sabemos, ou deveriamos estar cientes, de que foi
em momentos de crise social, de falta de emprego e degradação da
economia doméstica,
que os demagogos Mussolini e Hitler, auto classificando-se de
socialistas, com adendas só perceptíveis pelos seus financiadores,
se elevaram ao poder prometendo trabalho e “paz”. O trabalho que
proporcionaram foi, principalmente, na indústria bélica e em obras
públicas, com financiamento dos banqueiros judeus. (1)
Hoje,
as obras públicas não conseguem oferecer muitas oportunidades de
trabalho mal qualificado. Os equipamentos mecânicos disponíveis,
também neste campo, se encarregam de eliminar a ajuda humana até o
mínimo. São terreno fértil para as empresas poderosas e para
conseguir desviar verbas com as quais conseguir apoios
indispensáveis. Mas muito pouco oferece de benefício para aqueles
que ficaram abandonados.
(1)
Será
que toda “a minha gente” conhece a razão de porque existem
judeus na banca?
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