GEMEOS
UNIVITELINOS
A questão dos irmãos gémeos para
mim foi sempre um tema fascinante, e só quando em adulto estudei o
tema com mais atenção é que encontrei as justificações para as
diferenças visíveis entre irmãos gémeos. Por uma decisão
pessoal limito-me aqui a referir os Gémeos idênticos, com o mesmo
sexo, denominados monozigóticos 0u
univitelinos. Em
oposição aos dizigóticos, que
embora engendrados na mesma altura o foram pela fecundação de dois
óvulos, diferentes, e duas moléculas do esperma, também
diferentes.
Os
monozigóticos partilham o mesmo ADN, e o resto das características
pessoais, excepto as impressões digitais, que
só se definem depois do nascimento, por influências do meio
exterior, alimentação e outros factores não definidos.
Contrariamente ao que se aceita socialmente, ambos tem a mesma idade,
mesmo que tenham nascido um antes e outro depois das 24/0 horas. O
que veio à luz decide a idade de ambos. O outro não tem culpa de
vir a seguir.
Os
dizigóticos podem ser parecidos como dois irmãos de idades
diferentes, mas com os mesmos pais, mas tal situação não os obriga
a serem do mesmo sexo nem idênticos no seu aspecto. Assim como podem
ter sexos diferentes. Afinal cada um foi engendrado por 2+2 grupos de
células diferentes.
O
que me incitou a escrever esta meditação foi a constância de que
muitos gémeos monozigóticos são
manipulados pelos seus pais, ou quiçá pelas suas mães, vestindo-os
com roupas idênticas, ou mesmo com pequenas variantes quando já
atingem a infância, mais concretamente quando já falam e andam.
Este consentimento no mostrar a igualdade sempre me causou estranheza, no sentido de como duas pessoas, com nomes diferentes
aceitassem, sem se revoltarem, o serem apresentados como repetidos.
É
possível que existam casos de univitelinos, já adultos, que se
esforcem para rebater a simetria que carregam com o seu parceiro de
matriz. E se estes são habilidosos podem passar como simples irmãos,
parecidos mas não exactamente iguais.
Recordo
algumas situações, pois foram várias e com os mesmos seres, em que
na empresa onde trabalhava tinham dois fornecedores de paletes de
madeira que eram gémeos idênticos. Por vezes tinha necessidade de
falar com eles, ou mais concretamente com o que me aparecia, para lhe
recomendar alguma variante no seu fornecimento. Obviamente não sabia
a qual deles estava a falar. No dia seguinte, ao encontrar um dos
manos e querer saber se tiveram alguma dificuldade no que lhe
indicara. Ao não conseguir identificar qual era , lhe perguntava,
com um sorriso de não estar a gozar, se ele era ele ou era o
outro...
Ontem,
precisamente, coincidi, numa sala de espera, com dois homens com
idade entre 40 e 50 anos, que sendo nitidamente gémeos idênticos, vestiam
roupas muito semelhantes, com o mesmo tipo e padrão mas com
diferentes cores, mas próximas entre si. O calçado era também
muito parecido, senão o mesmo modelo, e inclusive ambos usavam
igual corte de cabelo, além da cor grisalha em mescla, assim como
ambos mostravam manter uma barba cuidada, em tudo propícia a induzir
o observador a não os identificar como um e outro. Mas quem era um e
qual era o outro? Nunca saberia como os identificar; é o que nos
acontece na maioria dos casos.
Esta
visão, com desconhecidos e esporádica, fez-me pensar em como se tem
utilizado a possível confusão, entre dois gémeos idênticos, em
filmes, peças de teatro e romances, em geral para dar maior
intensidade em argumentos de crimes, desaparecimentos, trocas de
casais sem o conhecimento de um dos parceiros, sempre para dar
crédito a confusões com propósitos pouco honestos.
Na
vida real, quotidiana, dos gémeos idênticos, mesmo aceitando que se
podia prestar a situações cómicas, até hilariantes, permanece em
mim a dúvida se esta duplicidade não chega a ser inconveniente para aqueles que a desfrutam, ou sofrem.
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