Sobre
canhotos
Deixei por referir, cautelosamente,
por não me sentir suficientemente documentado, mas tampouco aceitar
que era uma invenção minha, que encontrei referências, colhidas
entre especialistas na matéria, que advogam da existência de muitos
nasciturnos com inclinação para serem canhotos, o facto de que
estes são o sobrevivente de uma concepção de gémeos especulares, ou seja, que embora sendo iguais correspondem a uma réplica face-a-face, como a imagem num espelho.
É maioritariamente aceite que o
ser destro ou canhoto está previamente definido pelo código
genético, e através da observação de fetos por meio da ecografia
descobriu-se que, já com o corpo incipiente, existe no feto uma
propensão a usar o braço e mão de um dos seus lados, e que depois
de nascer já o bebé nitidamente dá sinais de ser direito ou
esquerdo. Também está confirmado que sendo o cérebro estruturado de
forma diferente nos dois lóbulos, direito e esquerdo, o comando das
mãos está instintivamente localizado num mesmo lóbulo.
A existência de pessoas
ambidestras é aceite ser consequência da pressão familiar,
escolar e social, para seguir o comportamento manual da maioria. Só
muito recentemente e sociedade aceitou a existência normal de
pessoas instintivamente mais capacitadas na sua mão esquerda do que
na direita.
Todavia é possível, mas difícil
por razões de sigilo profissional, encontrar referências sérias de
obstetras sobre uma possível explicação para alguns casos de esquerdino. Não é assunto que os médicos obstetras gostem de
citar para o público não especializado, mas existem referências de
casos em que ao retirar a placenta depois de sair o bebé, junto a
ela vem um feto, de pequena dimensão, incipiente, que não
progrediu, que ficou sem desenvolver. O “sobrevivente” tanto pode
ser destro como canhoto, mas este sempre numa proporção inferior
entre a população europeia.
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