WEB
SUMMIT
Esta
iniciativa, que mais se parece à lenda da panela cheia de oiro que
“existe” no ponto em que o arco-íris, ou arco-da-velha, toca o
chão, não sendo nada nova entronca em mitos antigos, alguns que se
mantiveram até o descobrimento da América onde se reactivaram como
foi o caso das cidades de oiro e o da fonte de eterna
juventude.
Pois
este negócio (para os organizadores) do web summit agarrou,
como uma lapa ou uma carraça, à febre das novas tecnologias, às
iniciativas locais de preparar ”ninhos de empresas” sempre
vocacionadas em aplicações baseadas na informática. Tudo limpo e
asseado, sem suar nem cansar, e com possibilidades de retornos
fabulosos. EMBORA SER EMPRESÁRIOS E ENRIQUECER!
Recordo uma história, da primeira
metade do século passado, em que se valorizava o efeito social que
se previa quando se realizasse um Ano Eucaristico em Barcelona.
Constava que iam comparecer tantos sacerdotes, todos eles desejosos
de celebrar a Eucaristia, que não teriam altares suficientes e ainda
menos ajudantes para colaborar junto do oficiante.
Esta
memória surgiu depois de ler uma coluna onde se referia que a maioria
das iniciativas para criar novas empresas, faliram pouco tempo depois
de abrir. Insinuava que foi devido a que os fundos disponíveis para
aqueles pretensos novos empresários, não foram suficientes para os
manter com a cabeça fora da água, e , inevitavelmente,
afogaram-se. PAZ À SUA ALMA, cândida aliás. Ou que o mercado com
que contavam não estava preparado, ou já saturado. Seja como for o
que se deduz é que, mais uma vez, se verificou que as citações
bíblicas não eram de modo algum gratuitas, que foram
muitos os chamados e poucos os escolhidos.
A situação de se criar um excesso
de oferta nem sequer é original ou isolada. Existem muitas
histórias, inventadas ou não, que relatam as agruras sofridas por
quem acode a uma chamada impessoal e ao chegar encontra uma fila de
interessados que dá a volta ao quarteirão.
Termino com uma história. Já com
longas e brancas barbas, que tem o seu início num anúncio de
jornal, no qual se oferece um emprego bem remunerado para homens com
muita força. A personagem alvo na história é um homem com pouco
físico mas com muita força de vontade, e mais até de necessidade
para arranjar emprego. Ao chegar, já depois da hora, mandam-no
sentar-se e aguardar. Ao pé dele estava um verdadeiro hércules, com
uma largura de costas comparada a um armário roupeiro de três
portas. Entrou primeiro este robusto concorrente e saiu quase de
imediato.
Fez sinal ao nosso herói e mal este
entrou, o gerente ou quem fosse encarregado de seleccionar,
mostrou-lhe uma barra de ferro, dobrada como um laço e apontando-a
lhe perguntou se ele seria capaz de a endireitar.
- - Crac! Já está!- Como que já está? Está na mesma, feita num oito!
- - Desculpe, eu queria dizer que já está a perna partida.
- Pois claro, isto é canja! Vou
tirar o casaco para dar espaço aos meus músculos. Agarra na barra
em forme de U fechado e apoiando-a contra a sua perna direita
dispõe-se para a endireitar.
Nem
sempre sabemos avaliar as nossas reais capacidades ou desconhecemos o
que esperam dos concorrentes numa proposta pouco definida. Se a
necessidade ou a vontade de singrar se sobrepõem à realidade
factual, o que se deve fazer é avançar para outra, mas
documentando-se previamente.
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