Gostam
de doces? Cá vão uns quilos de açúcar e mel
A
noite passada foi a primeira que, nesta casa onde moramos, senti a
chegada do Bom Tempo. O termómetro interior marcava 20 “degraus”
Célsius. Sem que existisse ligado nenhum sistema de aquecimento.
Agora sim que podemos ir à janela e gritar, a plenos pulmões e sem
mascarilha que nos abafe a voz e a respiração, FORA COM O FRIO! JÁ
PODEMOS IR À PRAIA, SEM LIGAR AOS RIDÍCULOS E CASTRADORES
SEMÁFOROS, NEM AOS CONTROLADORES DE VÁRIAS ESPÉCIES.
Chegou
o momento de colocar aqui, neste espaço desconhecido e raramente
visitado, o que as pessoas querem ler, sem se preocupar do facto de
estarem, voluntariamente, entrando, cantando e rindo, com satisfação
plena no imaginário mundo da Alice.
Já
podemos entrar no conglomerado das tentações, e retomar o ritmo de
abandonar as roupas que nos induziram a usar meses atrás. Viva a
nova moda de Primavera e Verão. Tanto faz que a da “época”
anterior só se tenha usado uma vez, duas ou nenhuma. Já ficou fora
de prazo! E a nova, fabricada por pessoas com olhos em bico, com
salários que nem no século XIX nos aceitaríamos, é colocada em
frente dos nossos olhos com preços da uva mijona, ou quase. E na
montra seguinte encontramos mais engodos com que encher novos sacos
de papel. ASSIM SIM QUE É VIDA!!!
Não
resistimos a colmatar a vontade de engolir algum revigorante, que nos
servem logo ali, em pé, ou agradavelmente sentados numa mesinha
adequada. São só umas moedas! Ou uma nota com direito a troco.
Sabemos que as mesmas porções, adquiridas na origem e engolidas em
casa nos custariam menos, mas e o prazer? Nem se compara!
Por
agora só podemos usar as mesas da restauração acompanhados pelos
familiares directos. Por isso carregamos com as respectivas
cadernetas pessoais, caso a fiscalização, sempre preocupada pela
nossa saúde e bem-estar, nos inquirisse amavelmente -mas
com ameaça de repressão incluída- Escolhido o prato
entre a oferta que nos é apresentada, aguardamos serenamente,
confiando na qualidade e quantidade. Caso o que nos colocam à frente
não corresponda, exactamente, ao que imaginamos (?) nada nos impede
de dar umas tristes garfadas e deixar quase tudo para ir ao lixo. Mas
e o prazer? Não temos que tentar aproveitar aqueles restos! Que
fastio só de recordar uma situação de que nos livramos. Com custos
monetários? O que é que isso importa? Tendo o salário garantido e
o recurso ao Crédito ao Consumo... o resto só serve para nos azedar
a vida.
Na
próxima visita apanharemos uns folhetos, bem ilustrados com
fotografias de sonho, para programar as nossas viagens de férias.
Com certeza que a possibilidade e as pagar às prestações vai ser
mantida. Só se vive uma vez e as dívidas até podem não se pagar
jamais. O Governo já nos mostrou como é possível!
E
agora é a altura de entrar no MARAVILHOSO MUNDO DO HIPER. Ali nos
deparamos, a cada passo ou desvio do olhar, com múltiplas “ofertas”
(?) sempre a preços inconcebíveis, mesmo irresistíveis. No
caso de que, antes de entrar no templo dos carrinhos a nossa lista,
mental ou em papel, se bem que o efeito de restrição é igual, pois
o facto marcar uns propósitos fixos, sem admitir desvios(?) é nulo.
Carregamos um saquinho de batatas, um quilo de arroz e dois pacotes
de massa, mais três litros de leite, “meio gordo por causa da
linha...” Ao chegar à caixa nos damos conta de que o carro está
cheio até não caber mais nada. E como aconteceu isso? Felizmente é
um pensamento fugaz. Tudo aquilo era indispensável! A nossa
obrigação era abastecer a despensa. Bem, chocolates, gelados,
cremes, detergentes, etc. não estavam na lista. MAS ERA IMPERIOSO
NÃO PERDER AQUELES PREÇOS, com descontos fabulosos (?)
E
não me venhas aborrecer com a realidade, que não quero ver, das
inúmeras embalagens que irão encher o caixote do lixo. Eu já levo
tudo para o contentor e cumpro com o meu dever de cidadão cumpridor!
Ou cidadã. E não são estas “mesquinhices” que me tiram o sono.
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