terça-feira, 19 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Optimismo



Gostam de doces? Cá vão uns quilos de açúcar e mel

A noite passada foi a primeira que, nesta casa onde moramos, senti a chegada do Bom Tempo. O termómetro interior marcava 20 “degraus” Célsius. Sem que existisse ligado nenhum sistema de aquecimento. Agora sim que podemos ir à janela e gritar, a plenos pulmões e sem mascarilha que nos abafe a voz e a respiração, FORA COM O FRIO! JÁ PODEMOS IR À PRAIA, SEM LIGAR AOS RIDÍCULOS E CASTRADORES SEMÁFOROS, NEM AOS CONTROLADORES DE VÁRIAS ESPÉCIES.

Chegou o momento de colocar aqui, neste espaço desconhecido e raramente visitado, o que as pessoas querem ler, sem se preocupar do facto de estarem, voluntariamente, entrando, cantando e rindo, com satisfação plena no imaginário mundo da Alice.

Já podemos entrar no conglomerado das tentações, e retomar o ritmo de abandonar as roupas que nos induziram a usar meses atrás. Viva a nova moda de Primavera e Verão. Tanto faz que a da “época” anterior só se tenha usado uma vez, duas ou nenhuma. Já ficou fora de prazo! E a nova, fabricada por pessoas com olhos em bico, com salários que nem no século XIX nos aceitaríamos, é colocada em frente dos nossos olhos com preços da uva mijona, ou quase. E na montra seguinte encontramos mais engodos com que encher novos sacos de papel. ASSIM SIM QUE É VIDA!!!

Não resistimos a colmatar a vontade de engolir algum revigorante, que nos servem logo ali, em pé, ou agradavelmente sentados numa mesinha adequada. São só umas moedas! Ou uma nota com direito a troco. Sabemos que as mesmas porções, adquiridas na origem e engolidas em casa nos custariam menos, mas e o prazer? Nem se compara!

Por agora só podemos usar as mesas da restauração acompanhados pelos familiares directos. Por isso carregamos com as respectivas cadernetas pessoais, caso a fiscalização, sempre preocupada pela nossa saúde e bem-estar, nos inquirisse amavelmente -mas com ameaça de repressão incluída- Escolhido o prato entre a oferta que nos é apresentada, aguardamos serenamente, confiando na qualidade e quantidade. Caso o que nos colocam à frente não corresponda, exactamente, ao que imaginamos (?) nada nos impede de dar umas tristes garfadas e deixar quase tudo para ir ao lixo. Mas e o prazer? Não temos que tentar aproveitar aqueles restos! Que fastio só de recordar uma situação de que nos livramos. Com custos monetários? O que é que isso importa? Tendo o salário garantido e o recurso ao Crédito ao Consumo... o resto só serve para nos azedar a vida.

Na próxima visita apanharemos uns folhetos, bem ilustrados com fotografias de sonho, para programar as nossas viagens de férias. Com certeza que a possibilidade e as pagar às prestações vai ser mantida. Só se vive uma vez e as dívidas até podem não se pagar jamais. O Governo já nos mostrou como é possível!

E agora é a altura de entrar no MARAVILHOSO MUNDO DO HIPER. Ali nos deparamos, a cada passo ou desvio do olhar, com múltiplas “ofertas” (?) sempre a preços inconcebíveis, mesmo irresistíveis. No caso de que, antes de entrar no templo dos carrinhos a nossa lista, mental ou em papel, se bem que o efeito de restrição é igual, pois o facto marcar uns propósitos fixos, sem admitir desvios(?) é nulo. Carregamos um saquinho de batatas, um quilo de arroz e dois pacotes de massa, mais três litros de leite, “meio gordo por causa da linha...” Ao chegar à caixa nos damos conta de que o carro está cheio até não caber mais nada. E como aconteceu isso? Felizmente é um pensamento fugaz. Tudo aquilo era indispensável! A nossa obrigação era abastecer a despensa. Bem, chocolates, gelados, cremes, detergentes, etc. não estavam na lista. MAS ERA IMPERIOSO NÃO PERDER AQUELES PREÇOS, com descontos fabulosos (?)

E não me venhas aborrecer com a realidade, que não quero ver, das inúmeras embalagens que irão encher o caixote do lixo. Eu já levo tudo para o contentor e cumpro com o meu dever de cidadão cumpridor! Ou cidadã. E não são estas “mesquinhices” que me tiram o sono.

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