sábado, 16 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Insistimos no SUICÍDIO absurdo




Aceitamos o lixo dos outros a troco de uns cobres.

Ontem vi, num noticiário que não fixei, as lamentações de um cidadão pelo facto de que, também no seu concelho, estavam recebendo camionetes de caixa enorme carregadas com lixo urbano -se calhar não só de origem caseira- que nos enviavam, via marítima desde o Sul da Itália, zona onde se afirma que a recolha e “despacho” do lixo é um grande negócio dominado pela MÁFIA LOCAL.

Não posso afirmar que o que aceitam neste concelho lusitano difira muito do que se soube acontecia noutro. E desconheço quantos mais não terão aceite este trato infame. Sempre é referido que para aceitar o seu lixo nos pagam dez euros por tonelada (?) Pode ser um bom negócio. Mas quem autorizou, seja através do Ministério do Ambiente ou directamente pelas autarquias a esta vergonhosa e potencialmente perigosa recepção? 

E quem fica com os tais euros de compensação? Haverá muitas mãos, com unhas grandes como aves de rapina, interessadas na partilha deste vergonhoso suborno? Sim, porque este assunto ultrapassa o nível dos habituais abusos de gestão.

Não podemos fazer fé no que a voz do povo afirma desde o Minho até Vila Real de Santo António. Se existem suspeitas, e possivelmente até provas, de que o comportamento de muitos autarcas deixa muito que desejar, pelo menos sob a rasoira da ética, e referem casos de preferências inexplicáveis, de manipulação dos Planos de Urbanização, de compadrio e de adjudicações “a dedo” sem cumprir as regras “obrigatórias”. 

Se deixamos tapar isto sem pressionar para que se cumpram as normas legais e democráticas, nem por sombras podemos deixar de MANIFESTAR A NOSSA REPULSA, COMO CIDADÃOS CUMPRIDORES, de que o território nacional possa ser utilizado, a troca das tais dez moedas, -que nos fazem lembrar o que se refere a propósito de Judas-

Curiosamente no Jornal PÚBLICO, de hoje, sábado 16, e na pág 18, em destaque, na 4ª coluna, o articulista GONÇALO SANTOS cita que num órgão oficial da China (ali tudo o que se publica é oficial!) reclamam do “LIXO ESTRANGEIRO” e dos riscos de poluição que comporta a reciclagem de lixo oriundo de países “estrangeiros” ricos.

Esta denúncia pode ser um possível ataque de diversão consequência de que se afirma -mesmo que não com convicção absoluta- que a pandemia actual teve a sua origem, e dispersão, em laboratórios secretos da China. Mas, mesmo com dúvidas de manipulação, a referência não deixa de ser sintomática. 

Num escrito anterior, -cujo cabeçalho não tentei encontrar- referi os problemas que, para o ambiente em geral e com consequências ainda não devidamente ponderadas, tem origem no CONSUMISMO, incitado poderosamente pelas máquinas publicitárias.

Ninguém pode negar a invasão de embalagens não degradáveis, tanto nos terrenos como nas águas doces de que dependemos, e dos mares que são -ou eram- o nosso reservatório de vida e saúde. Mas a grande economia, que comanda os governos nacionais, faz ouvidos moucos. Não se atrevem a legislar no sentido de imediatamente se proibir a distribuição e venda de artigos, tanto de alimentação como de uso indiferenciado, em embalagens de plástico não degradável a curto prazo. 

EM VERDADE O QUE SE DIZ SER BIO-DEGRADÁVEL LIMITA-SE A DESFAZER-SE EM PEQUENOS PEDAÇÕS, sem que os compostos de síntese desapareçam. DAÍ ADVÊM OS MICROPLÁSTICOS QUE ANIMAIS E PESSOAS INGERIMOS SEM NOS DAR CONTA, mesmo ao respirar e beber água, que nos dizem ser potável.


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