O
pior ainda está para vir.
Quem
tenha um conhecimento, mesmo que mínimo dos termos usados na
agricultura tradicional, certamente que após a germinação
das searas , sabendo que a proliferação de ervas ruins,
indesejadas, tornava imperiosa a sua eliminação, e para tal existia
o recurso à contratação de “ranchos” de mulheres -porque
sempre se lhes retribuía abaixo dos homens- para
que de costas curvadas, -posição fortemente cansativa e dolorosa-
fossem retirando, manualmente, as ervas que retiravam o alimento
natural aos cereais. Com o "avanço tecnológico" e apesar do alarme quanto aos perigos para a saúde humana que o seu uso implicava, foi usada a chamada "monda química", não só por ficar mais barato mas também dispensava contratar pessoal. Era mais barato e eficiente.
De
forma parecida, e recorrendo à história, sabe-se que quando o quantitativo de humanos numa dada zona do
globo ultrapassava a sua capacidade de alimentação, era de prever
que surgisse alguma reacção inesperada que aliviasse daquele problema demográfico. Era
imperioso fazer um desbaste, fosse
por meio dum conflito bélico ou que surgisse uma conveniente
epidemia, das muitas que se cevaram com as pessoas. No Antigo
Testamento se conta como Jeová não tinha muitos problemas no que se
refere a dizimar povos inteiros.
Estamos
noutra fase de conhecimento, e aqui colocamos, como acção
correctora as pestes, sempre propagadas por entes invisíveis a olho
nu, sejam micróbios,
bactérias ou vírus.
E sabemos que todos eles, incluídos os vírus -que não são seres
vivos no conceito tradicional- devem estar na Terra desde tempos
muito anteriores ao do género humano.
Insiste-se em culpabilizar um determinado Vírus. Ora, parafraseando o
que dizia Vasco Santana a propósito de chapéus, vírus
há muitos e não se limitam a ser imensos como até sofrem mutações,
como
se brincassem.
O
nosso saber sobre esta pandemia e o seu vírus é incrementado todos
os dias, assim como constantemente surgem opiniões contraditórias, pelo menos
quanto à intensidade dos cuidados de protecção que devemos manter.
O instinto de contradição e independência que nos é natural torna
inevitável que optemos por decidir entre os dois extremos: seja com
máximos cuidados ou por deixar andar que se faz tarde! Ou seja Tudo
à balda e fé em Deus (ditado
para os fervorosos crentes)
Pessoalmente
fiz um muito pequeno inquérito, aproveitando uma escapadela à rua
para comprar um jornal, -mentiroso como todos eles- e perguntar às
pessoas que andavam mascaradas como se estivessem preparando um
assalto ao comboio ou, mais prosaico, ao caixeiro multibanco: Tem
algum familiar, amigo ou conhecido que saiba estar infectado pelo
perigosíssimo vírus?
Mesmo que a respostas tenham sido todas negativas o número de
inquiridos não foi suficiente para poder calcular a confiança que
poderia depositar numa consulta tão reduzida. Fica-me, porém (gosto
muito deste termo!)
o facto de que se lhe acrescentar o que me deram a saber pessoas com
quem falei pelo telefone, sinto que há
mais ruído do que nozes.
E,
aproveitando a embalagem, não resisto a colocar aqui uma notícia
falsa, que como outras muitas, é bastante verossímil.
Esta
pandemia veio mesmo a calhar para os grandes negócios. Não no
sentido de proporcionar vendas exorbitantes mas, por outra faceta, menos
referida, por desagradável.
Em primeiro lugar pode eliminar um bom número de “parasitas”,
digamos francamente, de pessoas com idade superior a 65 anos, que
além de não produzirem, consomem verbas que cumulativamente são
importantes. O estarem estes muito velhos -nada
do eufemismo idosos- previamente reunidos, até mesmo
amontoados, em locais propícios para a transmissão de doenças,
qualquer virose de forte poder tinha que ser uma bênção.(1)
Já
antes desta pandemia era voz corrente que devido à introdução de
novos métodos de trabalho, sempre baseados na informática, se
admitia que nem todos os elementos do quadro eram indispensáveis.
Uns porque não estavam preparados para novas funções e outros
porque os mecanismos modernos eram mais eficientes, não tinham
feriados nem férias...
Com a aplicação, generalizada, do fecho de
muita actividade profissional, sentia-se que desde mercados, lojas,
escritórios, transportes, etc. as empresas tiveram a porta de saída
aberta para colocar muito do seu pessoal numa reserva, sem garantias, fora do local de trabalho. Depois que o alarme deixasse de soar, podiam alegar que o
negócio foi por água abaixo e, em consequência, tem necessidade,
concedida pelo Governo, de despedir alguns ou mesmo todos os seus
trabalhadores.
Fechar a tenda. E voltar a abrir mais tarde (não
muito se for possível) seja com o mesmo nome ou com outro parecido.
Aqui reside o paralelismo anunciado no cabeçalho: AS MONDAS.
(1)
Recordo que quem escreve anda pelos 82!
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