quarta-feira, 13 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Opiniões sobre o Maio




Passeio por duas compilações de Rifões, Provérbios

Como poderão apreciar estas duas compilações, sendo orientadas para um público rural, insistem em apresentar as características dos meses sob o ponto de vista do campo.

Edição de 1780 

    Quem em Maio come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
    Guarda pão para Maio e lenha para Abril.
    Uma água em Maio e três de Abril valem por mil.
    Maio couveiro não é vinhateiro.
    Maio come o trigo, e Agoste bebe o vinho.
    Primeiro de Maio corre o lobo e o veado.
    entre muitos outros
Editados em 1928 (138 anos mais tarde)

Água de Maio, pão para todo o ano.
A quem em Maio come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
Chovam 30 Maios e não chova em Junho.
De Maio a Abril não há muito que rir.
Lavra de Maio e adubação de São João não dão pão.
Em Maio as cerejas leva uma a uma o Gaio; em Junho a cesto e a punho.
Em Maio come as cerejas ao borralho.
Em Maio nem à porta de casa saio.
Em Maio verás a água com que regarás.
Favas o Maio as dá, e o Maio as leva.
Guarda o melhor saio para Maio.
Guarda pão para Maio, lenha para Abril e o melhor tição para o S. João.
A erva o Maio a dá, e o Maio a leva.
Maio faz o pão e Agosto o milhão.
Maio frio, Junho quente, torna o lavrador valente.
Maio hortelão, muita palha e pouco pão.
Maio jardineiro enche o celeiro.
Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
Maio pardo e ventoso, faz o ano formoso.
Maio que não der trovoada não dá coisa estimada.
Maio serôdio ou temporão, espiga no chão.
Peixe de Maio, a quem vo-lo pedir, dai-o.
Pela Ascensão coalha a amêndoa e nasce o pinhão.
Quando em Maio não troa (troveja) não é ano de broa.
Quando Maio chegar, quem não lavrou há-de chorar.
Quem em Maio não merenda, aos mortos se encomenda.
Quem quiser mal à vizinha, dê-lhe em Maio uma sardinha e em Agosto a vindima.
Touro, galo e barbo, todos tem sezão em Maio.
Trigo, quer serôdio quer temporão, fica em Maio em grão.


ACTUALIZAÇÃO - Este Maio de 2020 vai ser conhecido, durante uns tempos, pelas alterações na vida das pessoas que se regularam formalmente pelos receios do impacto que a pandemia actual, cuja principal característica reside na rapidez com que de instalou em toda a Terra.

Por enquanto, nesta cantinho europeu que se chama de Portugal, as perdas humanas não tem sido tão numerosas como se temia, apesar de todavia não se ter encontrado um tratamento de recuperação sempre eficaz, nem uma vacina preventiva.

Os maiores prejuízos já se considera que serão de ordem económica e social. Desemprego e pobreza, mais a incerteza de se, ou quando, se conseguirá recuperar a situação, mais de aparência do que real, de estabilidade. Ou seja, será conseguido um regresso ao passado recente? E quem nos vai ajudar nesta altura?

Mesmo que as investigações possam desviar a origem de uma origem maliciosa e propositada, a história do que sucedeu durante as grandes pestes anteriores e de como a recuperação teve que abrir novos caminhos, hoje o que mais tememos é que o descalabro humano e económico nos empurre para sermos, muitos europeus, um petisco a ser devorado por uma potência que, com outras armas e capacidades, repita a invasão dos bárbaros vindos do Oriente, de além dos Urais.

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