domingo, 31 de maio de 2020

MEDITAÇÕES – Incitar polémicas


Receita para conseguir seguidores

Admito que entre os meus passeios diários pelas imensuráveis rotas que a Internet nos proporciona, e que na sua maioria desconheço, só o correio, as notícias do dia e algumas visitas no “facebook” já me dão suficiente pano para mangas. O pano que falta tenho que o procurar com alguma calma, recorrendo à leitura de livros arquivados, alguns já com 50 anos, ou mais, de casa. Denota a veteranice não só o facto de que as suas folhas vão ficando amareladas como, especialmente, porque quando foram editadas se dava muita importância ao papel, e por isso a letra, as linhas e a composição em geral era muito mais compacta do que actualmente. O mesmo texto, numa edição recente pode ter trezentas ou mais páginas, muitas delas em branco, no intuito de dar aos olhos a impressão de que aquilo que tem nas suas mãos é uma obra de primeira magnitude. Pode ser, ou que não ultrapasse o nível de consumo inócuo próprio daquilo que denominamos de livros de aeroporto.

Tentando dizer de outra forma. Mais crua e elucidativa. Estou consciente de que não aproveito sem uma fracção mínima das capacidades que oferece este meio de difusão electrónica. Pior do que isso, sei que irei desta para melhor sem me actualizar. Uma pena.

Em estado de reclusão caseira, como estamos a maioria dos cidadãos obedientes e sensatos (?) não tenho sequer um papagaio ou uma galinha, viva e poedeira, de quem me possa socorrer, sem a sua colaboração voluntária, de uma pena suficientemente grande e vistosa que pudesse colocar sobre a minha cabeça. Ou seja, e sem aderir ao desprezo do Bolsonaro e seus seguidores para os indígenas do enorme Brasil, não me posso transformar num índio com pena.

Retomando o fio da meada, que já está muito ensarilhada, o que estava pensando é que, no caso de desejar, ardentemente, que assim de repente, subitamente, se gerar um número de seguidores - inusitado, pela sua dimensão- o método mais eficaz e inefável para o conseguir, entre certamente outros, pode ser o de atear um fogo tão espectacular, indutivo e persuasivo, que funcionasse tal como um isolado ponto de luz para mosquitos e traças, numa escuridão total.

Chegado a esta importante descoberta, ocorre-me o corolário do relato daquela famosa assembleia dos ratos, sumamente preocupados com o tenaz gato que os dizimava implacavelmente. Foram várias as ideias e propostas que os roedores presentes colocaram para serem ponderadas e votadas. E a mais apoiada foi a de colocar uma coleira com um guiso ao gato, de modo que mesmo que ele andasse sorrateiramente, como é de seu natural, o cascavel denotasse a sua aproximação. FOI APROVADA POR UNANIMIDADE!

Mas...-surge sempre um mas que lixa tudo- o Presidente do concelho da rataria perguntou: E QUEM É QUE VAI COLOCAR A COLEIRA COM GUIZO AO GATO?

Traduzindo para a situação actual deste “escribidor” Que assunto pode atirar-se para a arena com possibilidade de criar uma polémica?

Sem comentários:

Enviar um comentário