Receita
para conseguir seguidores
Admito
que entre os meus passeios diários pelas imensuráveis rotas que a
Internet nos proporciona, e que na sua maioria desconheço, só o
correio, as notícias do dia e algumas visitas no “facebook” já
me dão suficiente pano para mangas. O pano que falta tenho que o
procurar com alguma calma, recorrendo à leitura de livros
arquivados, alguns já com 50 anos, ou mais, de casa. Denota a
veteranice não só o facto de que as suas folhas vão ficando
amareladas como, especialmente, porque quando foram editadas se dava
muita importância ao papel, e por isso a letra, as linhas e a
composição em geral era muito mais compacta do que actualmente. O
mesmo texto, numa edição recente pode ter trezentas ou mais
páginas, muitas delas em branco, no intuito de dar aos olhos a
impressão de que aquilo que tem nas suas mãos é uma obra de
primeira magnitude. Pode ser, ou que não ultrapasse o nível de
consumo inócuo próprio daquilo que denominamos de livros de
aeroporto.
Tentando
dizer de outra forma. Mais crua e elucidativa. Estou consciente de
que não aproveito sem uma fracção mínima das capacidades que
oferece este meio de difusão electrónica. Pior do que isso, sei que
irei desta para melhor sem me actualizar. Uma pena.
Em estado de reclusão caseira, como
estamos a maioria dos cidadãos obedientes e sensatos (?) não tenho
sequer um papagaio ou uma galinha, viva e poedeira, de quem me possa
socorrer, sem a sua colaboração voluntária, de uma pena
suficientemente grande e vistosa que pudesse colocar sobre a minha
cabeça. Ou seja, e sem aderir ao desprezo do Bolsonaro e seus
seguidores para os indígenas do enorme Brasil, não me posso
transformar num índio com pena.
Retomando o fio da meada, que já
está muito ensarilhada, o que estava pensando é que, no caso de
desejar, ardentemente, que assim de repente, subitamente, se gerar um
número de seguidores - inusitado, pela sua dimensão- o
método mais eficaz e inefável para o conseguir, entre certamente
outros, pode ser o de atear um fogo tão espectacular, indutivo e
persuasivo, que funcionasse tal como um isolado ponto de luz para
mosquitos e traças, numa escuridão total.
Chegado a esta importante
descoberta, ocorre-me o corolário do relato daquela famosa
assembleia dos ratos, sumamente preocupados com o tenaz gato que os
dizimava implacavelmente. Foram várias as ideias e propostas que os
roedores presentes colocaram para serem ponderadas e votadas. E a
mais apoiada foi a de colocar uma coleira com um guiso ao gato, de
modo que mesmo que ele andasse sorrateiramente, como é de seu
natural, o cascavel denotasse a sua aproximação. FOI APROVADA POR
UNANIMIDADE!
Mas...-surge
sempre um mas
que lixa tudo- o Presidente do concelho da rataria perguntou: E QUEM É QUE VAI COLOCAR A COLEIRA COM GUIZO AO GATO?
Traduzindo para a situação actual
deste “escribidor” Que assunto pode atirar-se para a arena com
possibilidade de criar uma polémica?
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