Não
desfazendo ...
Alguém
que a morte lá tem, e que recordo com saudade, dizia sempre que
vinha a propósito: Ouvindo o que as pessoas opinaram,
nomeadamente acerca de si mesmo e, por tabela, de como avaliavam os
outros, era muito raro, ou mesmo nunca acontecia que alguém se
declarasse ser burro. Ou o
equivalente: não ter o discernimento apurado que era
necessário dispor para competir, mesmo que verbalmente, em pé de
igualdade com os que o rodeavam.
E
se, por uma quebra de convicção positiva caísse “na real”
esperava que, de imediato e magnánimamente, aqueles que o escutavam
não demorassem a rebater aquela sua afirmação, mesmo sabendo que o
linguarudo estava totalmente certo.
Mais
uma vez socorro-me da compilação de ditados populares para ilustrar
esta participação:
- A ignorância do bem é a causa do mal.
- A ignorância é má conselheira.
- A ignorância e o vento são do maior atrevimento.
- A ignorância é um mal, mas não é contagioso.
- O ignorante a todos repreende e mais fala do que não entende.
- O ignorante e a candeia, a si queima e a outros alumeia.
- O ignorante é o que mais fala.
- Sabe muito a raposa, mas quem a apanha sabe mais.
- Sabe o que digo? Que cevada não é trigo.
- O saber escondido, da ignorância vista pouco dista.
- Saber muitas artes é ter pouco dinheiro.
- Saber muitas línguas é ser muitas vezes homem.
- Saber muito não evita que nos enganemos um pouco.
- O saber não está numa cabeça só.
- O saber não pesa na cabeça.
- O sábio desabafa escrevendo e o néscio maldizendo.
- O sábio sabe que não sabe e o néscio cuida que sabe.
- O sábio só deve ter a si por guardião de seu segredo.
- Todos querem saber, mas ninguem quer pagar.
- Nada duvida quem nada sabe.
- Quem não sabe pergunta.
- Burro calado se torna sábio.
- Burro velho não aprende línguas.
E
há muitos mais à solta por aí.
TENHAM
UMA BOA PÁSCOA, mas cuidado com as amêndoas e os doces em geral.
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