sábado, 6 de abril de 2019

DUBITANDO AD VERITATEM PERVESSIMUS




Duvidando chegaremos à verdade.

Algumas destas máximas passaram para os ditados populares. Neste caso o mais parecido que encontrei foI “Quando a esmola é muita o santo (ou o pobre) desconfia. Mas a mensagem permanece válida, e precisamente nesta altura, em que já estamos na campanha eleitoral, não oficialmente mas oficiosamente, todos sentimos que, mais uma vez, o chorrilho de promessas que não se pretende cumprir, aparece em caudal máximo, mas não maior nem menor do que nas outras ocasiões equivalentes.

As décadas de democracia e eleições livres já devem ter calejado os cidadãos para estimar a sua desconfiança. Os mais revoltados com a falta de vergonha dos políticos optam por lhes dar um voto de castigo, que imaginam conseguir não comparecendo no se colégio eleitoral, ou seja em não votar. Simplesmente sucede que as regras de contagem e valorização da votação aplicam-se aos votos correctos, daí que nulos ou abstenções não diminuem o lugar que cada um dos partidos representados. Tanto faz contar seis milhões de votos úteis como se fossem seiscentos. A percentagem é que manda. o

A única forma de mostrar o desacordo com a acção dos partidos -considerados na sua globalidade, é a de oferecer o nosso voto a um pequeno partido que quase se possa garantir não conseguirá lugar no parlamento. Ou seja oferecer à contagem um voto de facto inútil, mas que entrará no total a ponderar.

Esta meditação é consequência de aceitar a importância da ambição de enriquecer, de “subir na vida”, do compadrio e abre a porta para o aliciamento com compensações económicas "por baixo da mesa". Podemos afirmar, com pouca possibilidade de erro, que existem muitas formas para conseguir que um mandatado aceite facilitar alguns interesses pouco claros. São estes pecados humanos, mais comuns do que a inocente mordida na maçã que deu o mítico progenitor Adão, - que por sinal até lhe ficou engasgada na garganta- são muito poucas,mesmo excepcionais, as pessoas que não caem nesta verdadeira canção do bandido.

Presume-se que entre estes raros exemplares devem figurar, como imunizados, os eremitas (cada dia devem ser menos) caso se consigam manter isolados do  pecaminoso mundo real  Mas se este optativo isolamento não os impedir de terem visões e sonhos pecaminosos, como nos referem relatos de algumas vidas de santos temos que recordar um anterior escrito,  que nos alerta que se os eremitas sonham com mulheres nuas e fornicação pecaminosa não devemos acreditar que estão possessos, e incitados por bruxas ou diabos. Se eles estão obcecados pela sexualidade é reflexo de que a conhecem com um grau suficiente de credibilidade.


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