Dando liberdade à mente
Se
aceitarmos o princípio de que a liberdade de pensamento e de
expressão é um direito indiscutível e democrático, atrevo-me a
vos maçar, com umas especulações gratuitas.
Antes
de entrar em matéria creio que se
impõe-se
deixar bem explícito que o escribidor de serviço é um ignorante,
muito mais ignorante do que o nível em que já me tinham
classificado.
Sendo
assim, sem abdicar da liberdade de atrevimento, considero que muitas
das teorias que nos tem sido apresentadas não passam disso mesmo, de
ser teorias, mais ou menos plausíveis mas nem sempre confirmadas na
totalidade. Algumas carregadas de fórmulas matemáticas (que
os cépticos, como eu, consideram poderem ser tão amanhadas como os
tais sete dias da criação descritos nas Sagradas Escrituras)
e apoiadas en observações astronómicas não só efectuadas desde a
superfície do planeta onde estamos radicados, como em aparelhos
viajantes que perscrutam o espaço infinito, sem nunca chegarem ao
infinito propriamente dito. Entre o que se imagina e o que se
consegue provar, é pertinente admitir que o conhecimento vai sendo
incrementado paulatinamente.
Não
me parece sensato negar a existência de uns poços sorvedouros no
firmamento, que antes de ser confirmada a sua existência (dizem
que sim, que existem!),
eu tenho que confiar não nos meus olhos, cansados e bastante
defeituosos, que os bichos irão comer dentro de pouco tempo, mas na
seriedade de quem nos transmite suas descobertas. Daí que assinamos
por baixo em que existem, e mais do que um, umas portas de fuga, de
transferência num só sentido -por
enquanto não sabemos se existem novas incorporações- As observações e deduções apontam a que tudo o que
passar esta fronteira, do buraco negro, deixa de existir deste lado,
que é transferido para outro lado, desconhecido.
Entre as opiniões que
se apresentaram há pelo menos uma com a qual não posso estar de
acordo. É quando dizem que do outro lado dos buracos negros deve
encontrar-se uma grande lixeira, um vazadouro sujo e mal cheiroso,
uma espécie de esgoto sideral e não um outro mundo, com vida e
civilizações. Considero este racicíneo como um exagero de
auto-convencimento dos humanos.
Admito que é muito
difícil imaginar situações diferentes do que conhecemos na Terra.
Mas se já estamos preparados para aceitar que, nesta vastidão do
cosmos de que fazemos parte, é provável que existam outros planetas
habitados, seja qual for o aspecto físico desses seres
desconhecidos, e qual o seu grau de conhecimentos, ou daquilo que
valorizamos como civilização em que se encontram, dar mais um passo
na aceitação de novas possibilidades é só “avançar um pé”.
Não pode custar muito.
Paralelamente podemos
aceitar, sem vaidade, que os princípios que regem a física e a
química, num outro universo (neste
caso formado com transferências deste universo “nosso”),
os elementos químicos, atómicos e moleculares, devem ser iguais aos
da Terra, e dos corpos celeste que nos acompanham, pois que os
espectros que nos chegam correspondem a uma homogeneidade geral.
Vamos supor que quando
um corpo atravessa o buraco negro, e é transferido para outro
universo, ao longo desta viagem sofre, ao longo desta traumática
passagem, uma trituração, uma decomposição tão completa que, do
outro lado uma nuvem de poeira, uma mistura de elementos ou de
partículas totalmente caótica. Porque razão estas partículas não
seguirão um processo de atracções, ligações, combinações e
formação de compostos? E até de corpos sólidos e de novos corpos
celestes com dimensões consideráveis? Tudo deveria ser possível,
tal como se supõe que aconteceu neste universo onde vogamos.
É muito improvável,
ou quase impossível, que do outro lado possa existir uma reprodução
especular do que existe no “nosso” lado. Mesmo nesta
complexidade de galáxias à nossa volta nada nos garante que a
evolução num dos muitos corpos semelhantes ao nosso planeta, não
se tenha gerado toda uma complexa estrutura, com vida própria,
baseada no silício ou no enxofre. Pensar que só aquilo que
conhecemos é a solução possível, é um excesso de vaidade. E O
HOMEM PECOU SEMPRE DE SER VAIDOSO E CONVENCIDO.
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