Pensando
no bico de obra em que se meteram
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José, pelo que fui ouvindo, e sem contar com que a adiafa em que te
meteste vai transformar-se num almoço de casamento (o nosso, que
não houve? Engraçado!) implica muita azáfama e preparo. Assim, de
repente, e não conhecendo a vossa casa por dentro, sinto que será
pertinente ter preparadas tantas camas quanto for possível. Haverá
mobiliário em condições? E as roupas de cama e banho? Ou será
necessário comprar reforços?
Não
falaste em convidar os primos, capitaneados pelo ALMEIDA E SOUSA de
santo Tirso. Caso venham, tens ideia de os acomodar na noite? Assim
como nem te lembraste de que posso ter os meus compromissos, que, em
princípio se centram nas pessoas que deposito mais confiança nos
dois salões, e que, ultimamente ficaram sob a sua orientação.
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E tu sabes donde para o teu irmão Óscar? Tens o seu número de
telelé? E será que vive acompanhado de fixo, mesmo que sem passar
pela igreja ou no cartório. Tens que entrar em contacto com ele,
quanto antes.
-
Retomemos a organização. Não fujas. Desta vez não podes tratar
só desde longe.
Reforços
para limpeza geral serão mesmo necessários, e logo de manhã
tenho, ou temos, que falar com a Dona Idalina a fim de que trate de
conseguir ajuda de confiança e ela se encarregue de as orientar. E
estou a falar só da casa, sem entrar na adega!
Temos
que fazer contas com esta senhora, que já deve ter gasto as reservas
que deixaste, e não chegam, nem de perto, para comprar mais cera,
detergentes, lixívia, sabão, panos, esfregonas, e tudo o mais que
fará falta, como seja sabonetes e champu para as casas de banho, e
até algumas escovas de dentes e pasta para quem não vier prevenido.
Sem falar em muito papel higiénico. O melhor será que acompanhe a
Idalina nas compras para que não se acanhe e se sinta mais apoiada.
E
que equipa de cozinha teremos? Aquela malta espera comer muito mas
não quer sopas de couves nem carapaus grelhados. Temos que pensar
nisso, seja na Vila, de preferência, ou numa agência idónea.
Tampouco podemos armar em ricos nem em pobretanas, os dois extremos
seriam ofensivos e criticados.
Quando
tivermos a lista de presenças pronta, contando com os da mata, que
te indicará o Ernesto, que os conhece a todos, incluído o homem da
máquina, temos que ver o espaço que necessitamos; as mesas e
cadeiras. As empresas de festas de casamento encarregam-se de alugar
e trazer mobiliário, toalhas e roupa de mesa, vestir as cadeiras e
trazer alguns empregados de mesa. Podemos tratar destes contactos via
Internet.
Se
decidires ocupar a adega, coisa na qual estou de acordo contigo, será
necessário desimpedir do que lá houver e sem dúvida carece de uma
limpeza de vigas, teias de aranha, paredes e chão. Tens que dar uma
olhadela e decidir, também com a ajuda do Ernesto, se é
aconselhável dar uma caiação. E a instalação eléctrica? Terá
potência suficiente para iluminar as mesas, as pessoas e a
comida.´mais uma instalação de música ambiental, escolhida
criteriosamente (nada de pimba) e em surdina. O mais certo é que
tenhas que contratar um eletricista encartado para verificar e, se
for caso disso, reforçar a rede.
Se
o a quantidade de presenças for alarmante, e ´se o teu Amigo
Medeiros-Presidente se puser a jeito, quiçá a solução seja de
facto o salão do clube. Mas, a meu ver, só em última hipótese.
Há mais coisas a prever, como pode ser o alugar umas arcas de frio
para ter garrafas frescas. E uma instalação de som, mesmo que mínima.
Estou
vendo um volume de trabalho e de responsabilidades em que não me
sinto capacitada para conduzir. Excede as nossas experiências. O
mais ajuizado, já que não de preocupas com a despesa, é tratar de
contratar uma empresa de catering bem organizada e com referências
de bem servir e agir. Eu estou ao pé, de corpo e alma, e armada de
experiências diversas, para ajudar nesta empreitada, mas tu é que
és o dono da casa e deves dizer da tua sentença. Não tens muito
tempo para pensar.
- Caso penses aproveitar este "invento" para publicitar indirectamente a tua atitude social, pergunta ao Medeiros se pode dar um lamiré, com direito a cadeira e prato, a algum jornalista esfomeado daregião. Há sempre quem faça reportagens por um "prato de cozido".
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Está tudo pensado. Enquanto falavas vi que esta adiafa se tornou um
monstro, ou que nunca imaginei que se passasse de umas galinhas em
fricassé, uns lombos de porco assados e muitos doces caseiros. Minha
querida esposa, estou nas tuas mãos. Faz como entenderes ser melhor
e eu estarei sempre ao teu lado; só escaparei para fazer as minhas
necessidades.
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