Além
das alterações da vida “caseira”
É
pouco provável que no dia em que for declarado o fim da epidemia.
Pelo menos macroscópicamente, pois que sempre existe a noção de
que os vírus não desaparecem na totalidade, que podem ficar
“hibernando” e até evoluindo para novas estirpes. Razão pela
qual não podemos lançar muitos foguetes.
Sem
alarmes exagerados é aconselhável manter a consciência de que a
humanidade forma parte do total de seres que connosco convivem no
planeta Terra. E, para não ficar descansados, ainda se admite que
podemos receber do espaço exterior algumas aportações com origens
desconhecidas.
Mas
temos que nos aguentar com o que ainda está ao nosso alcance. Como
aqueles carecas caricatos que penteiam uns longos cabelos das
“bancadas laterais” com o propósito de colmatar o desguarnecido
campo sem relva. Em linguagem caseira diria que temos que nos
governar com a prata da casa.
E
sendo assim, para a imensa maioria da população, se a porca já
torcia o rabo, as previsões para o inevitável próximo futuro são
para um nível certamente pior do que o que se aguentou no passado
recente.
Como
se diria familiarmente “Que Deus nos apanhe confessados!” Uma
máxima só válida para aqueles crentes que optam por não especular
acerca das preferências e decisões do tal Deus imaginário. Seja
qual for a visão de cada um, aquilo que podemos apelidar de Fado,
Destino ou Inesperado, e sem atribuir responsabilidades etéreas,
será penoso, cru, bastante encruado, para assim dizer.
Mas
já houve quem começasse a jogar cartas para a mesa com o propósito
de limpar a sua imagem. Nomeadamente o Enorme e temível devorador
Dragão Chinês (1). Já se prontificou e realizou o envio de
material sanitário para ajudar os países afectados pelo vírus que,
sem dúvida , teve a sua origem no seu território; mesmo que se
admita não ter sido propositadamente.
Um
gesto com uma dimensão mais do que simbólica, mesmo que
quantitativamente, para a China, não passe de uma gota de água no
oceano.
Sem
exagero aquilo que se conhece da sua história nos pode elucidar de
que, comparativamente, Maquiavel era um menino do coro, apesar de
consciente e cínico q.b. (2)
Como
se estivéssemos no meio de um jogo de tabuleiro, sossegados,
e nervosos por enjaulados, na nossa casa. Neste Jogo de Guerra
o facto real é que o Ocidente, nesta altura da evolução económica,
está nas mãos do Oriente, nosso fornecedor de tudo, ou quase tudo.
O que se comercializa nas nossas lojas e até aquilo que exportamos.
Tentar afastar, que não “matar” este Dragão, por ser
impossível, implica uma acção conjunta de todos os países da
órbita ocidental. Uma união muito mais ampla e bem coordenada
da que se ergueu contra o nazismo na segunda guerra mundial.
Mesmo
que algumas cabeças pensantes, e mesmo governantes, se capacitem e
decidam tentar unir os actuais parceiros, só para poder sobreviver,
a sua tarefa seria muito difícil. E as possibilidades de conseguir
uma união geral julgo que continuariam a ser muito baixas.
(1)
Que, para quem estudou a genealogia da espécie draconiana, se
reconhece ser o procriador de todos os dragões e similares que se
instalaram no imaginário ocidental europeu. E não só. Mas esta
noção não invalida o facto de que o homem, mesmo que estivesse
totalmente isolado, sem contacto com outros povos, não tardaria um
clicar de olhos, em imaginar um ser supremo que fosse o responsável
do bem e do mal.
(2)
A propósito recordo uma afirmação, que passou a ser referência
histórica na língua ocidental. A existência, invisível, de uma
quinta coluna.
Foi durante o cerco da cidade de Madrid pelas tropas rebeldes,
fascistas, que o general Emílio Mola, numa arenga emitida pela
rádio, afirmou que sobre Madrid avançavam quatro
colunas militares,
mas que dentro já tinham uma outra coluna, a
quinta, constituída
por civis adictos ferrenhos dos sitiantes.
E, de facto, os seus apoiantes estavam lá!
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