terça-feira, 7 de abril de 2020

MEDITAÇÕES – Terão que acontecer mudanças



Além das alterações da vida “caseira”

É pouco provável que no dia em que for declarado o fim da epidemia. Pelo menos macroscópicamente, pois que sempre existe a noção de que os vírus não desaparecem na totalidade, que podem ficar “hibernando” e até evoluindo para novas estirpes. Razão pela qual não podemos lançar muitos foguetes.

Sem alarmes exagerados é aconselhável manter a consciência de que a humanidade forma parte do total de seres que connosco convivem no planeta Terra. E, para não ficar descansados, ainda se admite que podemos receber do espaço exterior algumas aportações com origens desconhecidas.

Mas temos que nos aguentar com o que ainda está ao nosso alcance. Como aqueles carecas caricatos que penteiam uns longos cabelos das “bancadas laterais” com o propósito de colmatar o desguarnecido campo sem relva. Em linguagem caseira diria que temos que nos governar com a prata da casa.

E sendo assim, para a imensa maioria da população, se a porca já torcia o rabo, as previsões para o inevitável próximo futuro são para um nível certamente pior do que o que se aguentou no passado recente.

Como se diria familiarmente “Que Deus nos apanhe confessados!” Uma máxima só válida para aqueles crentes que optam por não especular acerca das preferências e decisões do tal Deus imaginário. Seja qual for a visão de cada um, aquilo que podemos apelidar de Fado, Destino ou Inesperado, e sem atribuir responsabilidades etéreas, será penoso, cru, bastante encruado, para assim dizer.

Mas já houve quem começasse a jogar cartas para a mesa com o propósito de limpar a sua imagem. Nomeadamente o Enorme e temível devorador Dragão Chinês (1). Já se prontificou e realizou o envio de material sanitário para ajudar os países afectados pelo vírus que, sem dúvida , teve a sua origem no seu território; mesmo que se admita não ter sido propositadamente.

Um gesto com uma dimensão mais do que simbólica, mesmo que quantitativamente, para a China, não passe de uma gota de água no oceano.

Sem exagero aquilo que se conhece da sua história nos pode elucidar de que, comparativamente, Maquiavel era um menino do coro, apesar de consciente e cínico q.b. (2)

Como se estivéssemos no meio de um jogo de tabuleiro, sossegados, e nervosos por enjaulados, na nossa casa. Neste Jogo de Guerra o facto real é que o Ocidente, nesta altura da evolução económica, está nas mãos do Oriente, nosso fornecedor de tudo, ou quase tudo. O que se comercializa nas nossas lojas e até aquilo que exportamos. Tentar afastar, que não “matar” este Dragão, por ser impossível, implica uma acção conjunta de todos os países da órbita ocidental. Uma união muito mais ampla e bem coordenada da que se ergueu contra o nazismo na segunda guerra mundial.

Mesmo que algumas cabeças pensantes, e mesmo governantes, se capacitem e decidam tentar unir os actuais parceiros, só para poder sobreviver, a sua tarefa seria muito difícil. E as possibilidades de conseguir uma união geral julgo que continuariam a ser muito baixas.


    (1) Que, para quem estudou a genealogia da espécie draconiana, se reconhece ser o procriador de todos os dragões e similares que se instalaram no imaginário ocidental europeu. E não só. Mas esta noção não invalida o facto de que o homem, mesmo que estivesse totalmente isolado, sem contacto com outros povos, não tardaria um clicar de olhos, em imaginar um ser supremo que fosse o responsável do bem e do mal.
    (2) A propósito recordo uma afirmação, que passou a ser referência histórica na língua ocidental. A existência, invisível, de uma quinta coluna. Foi durante o cerco da cidade de Madrid pelas tropas rebeldes, fascistas, que o general Emílio Mola, numa arenga emitida pela rádio, afirmou que sobre Madrid avançavam quatro colunas militares, mas que dentro já tinham uma outra coluna, a quinta, constituída por civis adictos ferrenhos dos sitiantes. E, de facto, os seus apoiantes estavam lá!

Sem comentários:

Enviar um comentário