A
PANDEMIA CONTINUA
A
modernidade impulsou a histeria perante a pandemia actual, e promoveu
uma noção errada, por exagerada, do seu perigo e das consequências
que podem advir à humanidade em geral. Podemos descansar: esta não
será uma razia bíblica.
Mas
é precisamente a rapidez da sua difusão, este surgir de focos em
qualquer ponto do globo, que se pensa ser espontâneo, se não
provocado por alguma entidade demoníaca, o que torna esta peste
diferente das anteriores.
As
pessoas em geral, mesmo que existam cidadãos capacitados para
discorrer e fazer as interligações que nos podem passar em frente
do nariz -mas que
desatendemos- não viram a ligação inevitável entre a
tão aplaudida globalização e a difusão de doenças, sejam víricas
ou de fontes já nossas conhecidas anteriormente, como as
microbianas, bacterianas, amibianas e outras.
Soube-se
que a maioria das pestes que flagelaram a humanidade tiveram um
agente difusor, fossem pulgas, mosquitos, ratos, carnes inquinadas,
ou inclusive de partículas da nossa respiração -aerossóis-
que se difundiam pelo ar até encontrar um hospedeiro. Aquilo que
era chamado de miasmas. E esta do coroa-17 ou outro número
qualquer, não escapa à regra. Já nos explicaram que o vírus não
é um animal, nem um vegetal, que não tem vida própria, que é um
simples hospede perigoso e invisível. É algo inanimado mas que se
reproduz e modifica. Uma prenda da natureza que nos acompanha na
Terra desde muito antes de aparecer o género humano.
Então
a que se deve o alarido actual? Precisamente pela sua difusão
tão extensa e rápida. Como se conseguiu esta distribuição
tão geral e equitativa? Pois simplesmente pela referida
globalização, tanto no comércio mundial de mercadorias, que
não se imaginava poderem estar contaminadas com algo invisível,
como pelo anormal fluxo de pessoas a viajar, como nunca se fez, de um
lado para outro.
Alguns
pessimistas previam, sem poder equacionar o como e quando, seria que
esta doideira de colocar pessoas e bens numa transfega imensurável
podia “dar para o torto”. Denunciaram-se sintomas evidentes dos
magnos problemas que a modernidade levada aos extremos estava
afectando a vida no planeta. Muitos se alarmaram, e com certa razão,
com a progressiva poluição das águas e, claro, dos mares. Do como
estávamos transformando céus, terra e mar em lixeiras que não se
recuperam com a mesma velocidade com que as estragámos. Mas sempre
olhando para o lado ou mesmo fechando os ditos. Outras besteiras se
fizeram e continuam a fazer, apesar das denúncias: desmatagens
totais; colocar dejectos em órbitas terrestres e mesmo em percursos
estelares; materiais tóxicos, não degradáveis, que se enviam para
países pobres (como é o
caso de Portugal com lixo da Europa) ou varrem debaixo do
tapete quando os largam nalguma fossa abissal oceânica.
Pode
parecer uma listagem de temas que nada tem que os ligue ao problema
da epidemia actual. MAS ESTÁ TUDO LIGADO.
Felizmente,
como está previsto pelos científicos, esta pandemia vai terminar
muito mais depressa do que outras anteriores, pelo simples facto,
biológico, de que entre os muitos infectados serão bastantes
aqueles que gerarão, dentro de si mesmos, anticorpos que, mais
adiante, também se difundirão entre a população, tanto de modo
espontâneo como propositado através de vacinas criadas ex-professo.
Mas
caso não se trave a loucura de viajar em massa e a destruição
física do planeta, é de prever que outras pestes surgirão. E cada
vez mais virulentas.
LEITOR IDENTIFICADO
ResponderEliminarLá muito optimista não é...