quarta-feira, 8 de abril de 2020

MEDITAÇÕES – Justifica-se ou não



A PANDEMIA CONTINUA

A modernidade impulsou a histeria perante a pandemia actual, e promoveu uma noção errada, por exagerada, do seu perigo e das consequências que podem advir à humanidade em geral. Podemos descansar: esta não será uma razia bíblica.

Mas é precisamente a rapidez da sua difusão, este surgir de focos em qualquer ponto do globo, que se pensa ser espontâneo, se não provocado por alguma entidade demoníaca, o que torna esta peste diferente das anteriores.

As pessoas em geral, mesmo que existam cidadãos capacitados para discorrer e fazer as interligações que nos podem passar em frente do nariz -mas que desatendemos- não viram a ligação inevitável entre a tão aplaudida globalização e a difusão de doenças, sejam víricas ou de fontes já nossas conhecidas anteriormente, como as microbianas, bacterianas, amibianas e outras.

Soube-se que a maioria das pestes que flagelaram a humanidade tiveram um agente difusor, fossem pulgas, mosquitos, ratos, carnes inquinadas, ou inclusive de partículas da nossa respiração -aerossóis- que se difundiam pelo ar até encontrar um hospedeiro. Aquilo que era chamado de miasmas. E esta do coroa-17 ou outro número qualquer, não escapa à regra. Já nos explicaram que o vírus não é um animal, nem um vegetal, que não tem vida própria, que é um simples hospede perigoso e invisível. É algo inanimado mas que se reproduz e modifica. Uma prenda da natureza que nos acompanha na Terra desde muito antes de aparecer o género humano.

Então a que se deve o alarido actual? Precisamente pela sua difusão tão extensa e rápida. Como se conseguiu esta distribuição tão geral e equitativa? Pois simplesmente pela referida globalização, tanto no comércio mundial de mercadorias, que não se imaginava poderem estar contaminadas com algo invisível, como pelo anormal fluxo de pessoas a viajar, como nunca se fez, de um lado para outro.

Alguns pessimistas previam, sem poder equacionar o como e quando, seria que esta doideira de colocar pessoas e bens numa transfega imensurável podia “dar para o torto”. Denunciaram-se sintomas evidentes dos magnos problemas que a modernidade levada aos extremos estava afectando a vida no planeta. Muitos se alarmaram, e com certa razão, com a progressiva poluição das águas e, claro, dos mares. Do como estávamos transformando céus, terra e mar em lixeiras que não se recuperam com a mesma velocidade com que as estragámos. Mas sempre olhando para o lado ou mesmo fechando os ditos. Outras besteiras se fizeram e continuam a fazer, apesar das denúncias: desmatagens totais; colocar dejectos em órbitas terrestres e mesmo em percursos estelares; materiais tóxicos, não degradáveis, que se enviam para países pobres (como é o caso de Portugal com lixo da Europa) ou varrem debaixo do tapete quando os largam nalguma fossa abissal oceânica.

Pode parecer uma listagem de temas que nada tem que os ligue ao problema da epidemia actual. MAS ESTÁ TUDO LIGADO.

Felizmente, como está previsto pelos científicos, esta pandemia vai terminar muito mais depressa do que outras anteriores, pelo simples facto, biológico, de que entre os muitos infectados serão bastantes aqueles que gerarão, dentro de si mesmos, anticorpos que, mais adiante, também se difundirão entre a população, tanto de modo espontâneo como propositado através de vacinas criadas ex-professo.

Mas caso não se trave a loucura de viajar em massa e a destruição física do planeta, é de prever que outras pestes surgirão. E cada vez mais virulentas.

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