quinta-feira, 9 de abril de 2020

MEDITAÇÕES – Pender para o deifico




E AS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO?

Quando nos assustarmos e, em complemento, deixarmos de acreditar, plenamente, na possibilidade de terem efeito positivo as medidas que, quase unanimemente, tem sido tomadas pelos governos, nacionais a quem se delegaram as rédeas de condução, podemos estar mesmo à beira de abandonar a racionalidade e retomar o caminho de atribuir tudo o que nos afecta, tanto no bom como no mau, a entidades incontroláveis.

A época em que nos encontramos, pelo menos na zona ocidental do globo, é propícia a julgar que muito do que sucede é fruto de umas tenebrosas e ocultas conspirações, de uma ligação perversa entre o grande capital, a política civil que lhe é anexa, algumas das sociedades reservadas, algumas cúpulas militares e inclusive outras que se movem sob o manto das religiões. Admite-se, tacitamente, que a cidadania civil mais cumpridora e laboriosa se encontra muito indefesa, se não totalmente, perante as manobras que se estudam e decidem em comités restritos, mas muito poderosos. Em corolário quase inevitável caímos na convicção de que existe uma temível e quase invencível conspiração, que age com o fito de conseguir o poder total e universal. Não são sonhos, são pesadelos!

Menos alarmante, mas igualmente difícil de engolir, é a que se manteve em vigor, e pode estar latente ainda hoje, de sermos periodicamente alvo de punições deificas, apesar de que uma visão desapaixonada nos elucide de que muitas das vítimas de uma punição geral nada tinham a penar, a não ser o famoso pecado original. Mesmo assim custa a engolir que todos os prejudicados eram merecedores de castigo. Humanamente devemos entender que a maioria das pessoas, vítimas efectivas ou propícias, não se podem considerar como pecadores premeditados, sem possível remissão.

Numa situação deste teor há quem se decida ou seja induzido a recorrer à ajuda divina, seja directamente ao seu Deus ou a algum dos seus colaboradores, uma espécie de mediador encartado. Muitos destes peditórios de ajuda é usual que sigam acompanhados da proposta de compensação, espiritual ou monetária, por parte do dito crente. Nada que se possa comparar a um suborno! Só que, pelo sim, pelo não, sempre é bom anunciar que se sabe agradecer...

Dos meus escritos anteriores aquilo que transcende desta fase epidémica, mas que é muito mais ameaçadora e merecedora de atenção, é a noção de que o Dragão Asiático está, sub-repticiamente, devorando a invejada Sociedade Ocidental. E esta epidemia vem mesmo a calhar para esta conquista sem tiros. No entanto e pessoalmente, duvido de que os países ocidentais se decidam a se unir para este confronto subtil mas extremamente perigoso.

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