Como
agirá a União Europeia ?
É
de prever que estando a unanimidade tão enfraquecida é pouco
provável que se venham a tomar as medidas pertinentes para recuperação
do que se perdeu nesta fase, mas, muito mais importante, em dar uma
nova vida e força a este bloco europeu que, desde os outros
continentes, desejam derrubar, e que consideram conseguir dentro de
pouco tempo.
Lamentavelmente
os males de que padece a Europa são tão profundos, endémicos e
históricos, que só com um grande esforço e com mentes esclarecidas
é que se pode tentar dar a mudança necessária. É uma tarefa
hercúlea tentar superar todas as diferenças e querelas que se
enquistaram na história das nações europeias.
A
tentativa de conseguir um Mercado Comum na sequência da
Comunidade do Carvão e do Aço, e depois da Eurátomo,
sempre na mira de chegar à Moeda Única e a um Espaço sem
fronteiras, aberto, teve e manteve uma constelação de forças
adversas, tanto interiores como exteriores. Um conluio de magno poder
económico que, interessado exclusivamente nos seus negócios
privados, transformados em falsos interesses nacionais, contrariaram
e em certos casos conseguiram neutralizar por completo muitos dos
bons propósitos que estavam no roteiro da União Europeia.
Se,
já no campo da história, os EUA investiram na recuperação da
Europa Ocidental, não por serem intrinsecamente beneméritos mas
porque, além de lhes proporcionarem bons negócios, a Europa, mais
uma vez, servia de tampão ou de primeiro sacrificado, perante um
possível avanço do comunismo soviético. Atendendo à realidade
crua de que ninguém da nada por nada, os magnatas dos USA
-curiosamente todos eles
descendentes directos de europeus, mas mais atentos às suas contas e
depósitos do que aos seus parentes do outro lado do Atlântico-
além de se apoderaram da tecnologia alemã, e alguma francesa,
ficaram donos das empresas sediadas na Europa, mas recapitalizadas
com dólares. O Dinheiro é um senhor poderoso.
Pragmaticamente
os novos tempos seguiram a receita de que negócio é negócio, business is business, e o resto são flores do campo. Com esta sabedoria se decidiu aproveitar a possibilidade de
transferir a produção de alguns produtos (progressivamente
quase todas as manufacturas europeias) para
a Ásia Oriental, onde tinham mão-de-obra mais barata e sem
pressões sindicais, além de que se "comprometiam a não plagiar". Ah
Ah Ah !
Com
esta miragem de melhorar os seus resultados, a Europa, e também os
seus patrões sediados nos EUA, foram perdendo o domínio da
economia de base.
Até
aqui todos os leitores, que sei existem, são conhecedores e choram
lágrimas interiores, sem encontrar uma possível solução. O mal
está feito, mas sempre existem novos meios no fundo da despensa! E a
Europa tem a necessidade, imperiosa, de reagir.
Só terá
alguma probabilidade de êxito se recuperarem e incrementarem a união
que perderam. Ainda estão a tempo de reagir, e é mesmo necessário
mudar as regras, tornando-as mais amplas e rígidas, solidárias mas
exigentes, mesmo que alguns países tiverem que enviar
“cônsules”
com poder de fiscalização e decidir penalidades aos faltosos. O dar
com uma mão e pretender sacar com a outra já se deve ter visto que
não é um caminho a retomar. Já deu o que tinha a dar. E não foi bom.
Imaginando
a possibilidade de uma evolução favorável, podia-se dar um alerta
aos EUA “namorando” uma Rússia democrática, pós Putin. A
colaboração com aquela nação, complexa e enorme, caso se fizesse
seriamente, poderia alterar o balanço mundial. Seria um possível
fiel da balança. A Europa isolada não terá grandes possibilidades
de recuperação com a saída do Reino desUnido, e com a ameaça de
outros dissidentes.
Precisamente
deve-se salientar que a dissidência surge quando se vê que a base
deixou de ser firme.
UM
COMENTÁRIO PESSOAL que surge a propósito dos factos.
VOZES
DE BURRO NÃO CHEGAM AOS CÉUS
É
a conclusão a que devo chegar, após anos de dedicação às
paredes, por verificar que os meus escritos não merecem ser um
incentivo para abrir uma sala de comentários. Paciência. Que se
está esgotando.
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