segunda-feira, 6 de abril de 2020

MEDITAÇÕES – A hora está a chegar.



Como agirá a União Europeia ?

É de prever que estando a unanimidade tão enfraquecida é pouco provável que se venham a tomar as medidas pertinentes para recuperação do que se perdeu nesta fase, mas, muito mais importante, em dar uma nova vida e força a este bloco europeu que, desde os outros continentes, desejam derrubar, e que consideram conseguir dentro de pouco tempo.

Lamentavelmente os males de que padece a Europa são tão profundos, endémicos e históricos, que só com um grande esforço e com mentes esclarecidas é que se pode tentar dar a mudança necessária. É uma tarefa hercúlea tentar superar todas as diferenças e querelas que se enquistaram na história das nações europeias.

A tentativa de conseguir um Mercado Comum na sequência da Comunidade do Carvão e do Aço, e depois da Eurátomo, sempre na mira de chegar à Moeda Única e a um Espaço sem fronteiras, aberto, teve e manteve uma constelação de forças adversas, tanto interiores como exteriores. Um conluio de magno poder económico que, interessado exclusivamente nos seus negócios privados, transformados em falsos interesses nacionais, contrariaram e em certos casos conseguiram neutralizar por completo muitos dos bons propósitos que estavam no roteiro da União Europeia.

Se, já no campo da história, os EUA investiram na recuperação da Europa Ocidental, não por serem intrinsecamente beneméritos mas porque, além de lhes proporcionarem bons negócios, a Europa, mais uma vez, servia de tampão ou de primeiro sacrificado, perante um possível avanço do comunismo soviético. Atendendo à realidade crua de que ninguém da nada por nada, os magnatas dos USA -curiosamente todos eles descendentes directos de europeus, mas mais atentos às suas contas e depósitos do que aos seus parentes do outro lado do Atlântico- além de se apoderaram da tecnologia alemã, e alguma francesa, ficaram donos das empresas sediadas na Europa, mas recapitalizadas com dólares. O Dinheiro é um senhor poderoso.

Pragmaticamente os novos tempos seguiram a receita de que negócio é negóciobusiness is business, e o resto são flores do campo. Com esta sabedoria se decidiu aproveitar a possibilidade de transferir a produção de alguns produtos (progressivamente quase todas as manufacturas europeias) para a Ásia Oriental, onde tinham mão-de-obra mais barata e sem pressões sindicais, além de que se "comprometiam a não plagiar". Ah Ah Ah !

Com esta miragem de melhorar os seus resultados, a Europa, e também os seus patrões sediados nos EUA, foram perdendo o domínio da economia de base.

Até aqui todos os leitores, que sei existem, são conhecedores e choram lágrimas interiores, sem encontrar uma possível solução. O mal está feito, mas sempre existem novos meios no fundo da despensa! E a Europa tem a necessidade, imperiosa, de reagir. 

Só terá alguma probabilidade de êxito se recuperarem e incrementarem a união que perderam. Ainda estão a tempo de reagir, e é mesmo necessário mudar as regras, tornando-as mais amplas e rígidas, solidárias mas exigentes, mesmo que alguns países tiverem que enviar “cônsules” com poder de fiscalização e decidir penalidades aos faltosos. O dar com uma mão e pretender sacar com a outra já se deve ter visto que não é um caminho a retomar. Já deu o que tinha a dar. E não foi bom.

Imaginando a possibilidade de uma evolução favorável, podia-se dar um alerta aos EUA “namorando” uma Rússia democrática, pós Putin. A colaboração com aquela nação, complexa e enorme, caso se fizesse seriamente, poderia alterar o balanço mundial. Seria um possível fiel da balança. A Europa isolada não terá grandes possibilidades de recuperação com a saída do Reino desUnido, e com a ameaça de outros dissidentes.

Precisamente deve-se salientar que a dissidência surge quando se vê que a base deixou de ser firme.



UM COMENTÁRIO PESSOAL que surge a propósito dos factos.

VOZES DE BURRO NÃO CHEGAM AOS CÉUS

É a conclusão a que devo chegar, após anos de dedicação às paredes, por verificar que os meus escritos não merecem ser um incentivo para abrir uma sala de comentários. Paciência. Que se está esgotando.

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