Um
colega e amigo “pendurou” no fb um recorte de jornal que, visto
assim de repente, parece muito interessante, sensato e exemplar. Eu
até comentei que não parece plausível que nos dias de hoje se
repita esta atitude, tão cívica e respetadora da cidadania em
geral.
Copiei
o documento e aqui o recoloco para vossa apreciação:
Passadas
umas horas e recordando, memorísticamente, o que ao longo dos anos
fui lendo acerca do estado das finanças públicas, incluído o
periodo da monarquia, tanto absoluta como a parlamentária, chega-se
à conclusão de que estas demostrações de bondade e respeito para
a população em geral, em pouco alteram a realidade factual.
Sucede
que tanto actualmente como nos tempos pretéritos as máquinas
gobernamentais tem sido, e continuarão a ser, um redemominho que
engole tudo aquilo que lhes cai por perto. A corte de um rei incluía
uma extensa série de indivíduos que viviam à expensas do erário
publico. As finanças da casa real sempre padeceram de estar
deficitárias.
Quando
a corte se deslocava para uma cidade determinada, esta mudança
implicava não só o núcleo restrito da família real, como se
poderia imaginar se fossemos excessivamente simples. Eram centenas de
pessoas que constituiam a comitiva, desde conselheiros a criados,
nobres a clérigos, soldados e ecrivãos; uma pléiade de gente. E
todos tinham que ser alojados e alimentados às custas dos cidadãos
residentes. Tal benesse equivalia, de facto, a uma maldição. Era
como se sobre a povoação caísse uma praga de gafanhotos.
Manter
o fausto da casa-real e da corte em extensão, avaliado pelo que hoje
usufruímos, numa média aritmética, nos deve dar a impressão de
ser duma pobreza confrangedora. Os bens correntes eram mínimos,
discriminados na documentação de heranças com um pormenor que hoje
nos espanta. O conforto em que viviam, se o julgarmos pelos quadros e
filmes, era muito diferente, até pobre para as exigências actuais.
E,
apesar disso, e mesmo que existisse uma máquina fiscal exigente, as
arcas do estado estavam quase sempre vazias. Os reis, ou os seus
representantes, tinham que estar permanentemente negociando
empréstimos. E na maior parte das ocasiões era com os banqueiros
judeus que tinham que se comprometer. A dificuldade permanente era a
de poder satisfazer as dívidas acumuladas. E esta situação se
repetia, em geral, por todos os reinos europeus. Quantas vezes, para
se verem livres dos credores, se provocaram perseguições e
massacres dos semitas, com a desculpa de que este povo era, passadas
tantas gerações, ainda responsável pela morte de Jesus. Obviamente
a igreja oficial colaborava, intensamente, nesta farsa crimonosa e
macrabra.
Resumindo:
a notícia, antiga, onde se faz referência a um gesto humanista do
Rei, pode ser curiosa e até simpática. Mas no fundo não dava
efeitos palpáveis. Pior do que isso é o autismo dos governantes
actuais, num periodo aparentemente democrático, que agem mais por
interesses pessoais e corporativos do que para beneficiar a
população.
Sem comentários:
Enviar um comentário