sábado, 25 de agosto de 2018

MEDITAÇÕES - 12 . Escolheram



Fizeram-se as melhores escolhas ?

Os membros da humanidade sempre se destacaram por ser muito curiosos, adeptos e ambiciosos. Meter o nariz no desconhecido ou em coisas que não entendiam foi sempre o caminho precursor do progresso, desde o conseguir acender uma fogueira até as invenções mais complexas.

O tema surgiu-me ao recordar as notícias recentes de que se enviou uma nave, não tripulada, recheada de instrumentos de precisão a fim de fazer medições diversas mais próximo da superfície do sol do que jamais se tinha conseguido. E, obviamente, enviar para a Terra os parametros que daí possam ter medido. Outras naves viajam, em trajectos que durarão anos terrestres para pesquisar Marte, Saturno e Júpiter, assim como algumas luas satélites destes planetas. Sempre iniciativas justificadas pela necessidade de conhecer melhor o que nos é difícil de entender. E estas pesquisas já não se resolvem por simples meditação acurada, nem sequer com o recurso de lapis e papel, ou outros meios de ajuda relativamente simples e fáceis de conseguir.

Estas e outras viagens planetárias consomem não só avultadas verbas, em geral concedidas como sendo imprescindíveis para o progresso da humanidade, como a concentração de meios humanos de primeira ordem. Tudo se iniciou com o ímpeto nascido após o terminus da segunda guerra mundial e a entrada na guerra fria, com o imediato despique entre o ocidente, liderado pelos USA e o bloco soviético, que implicou um progressivo incremento do poder militar, agora já com o recurso ao misseis balísticos intercontinentais.

Todavia estes financiamentos, fabulosos, tinham que se feitos de uma forma encoberta, dando-lhe o aspecto de pesquisas científicas, civis, a fim de não criar anticorpos com a sociedade que ainda estava numa fase de penúria. Preparou-se o ambiente mental para fazer passar como de importância inegável a tal NASA, de que tanto nos falaram e que hoje, dizem ,está com carência, parcial, de fundos.

Depois, como prémio de consolação, alguns dos logros tecnológicos conseguidos poderam ser aplicados na evolução dos artefactos disponíveis para a população com capacidade para os usufruir. Não deve ser fácil quantificar a percentagem de custos, tanto em materiais como em dedicação de humanos, que foi repercutindo, e continua a ser, na redução das verbas que se desejava fossem canalizadas para melhorar a vida normal da cidadania em geral, e qual o total que se terá consumido “a fundo perdido” com a absolescência consequente dos sucessivos projectos.

Os cientistas de hoje estão, social e económicamente, muito longe das condições com que trabalhavam os pioneiros anteriores. Um recuo temporal que não necesita ir até Copérnico ou Leonardo da Vinci. Hoje são batalhões de sábios, empregados e pagos pelo erário público, mais instalações e equipamentos sofisticados que implicam custos importantes, e tudo isto, e mais, para ser dedicado a inúmeras pesquisas que parecem ter sido inspiradas pelos cadernos de banda desenhada do séc XX, e anteriormente pelo visionário Julio Verne. O financiamento, jamais tornado público por serem Razões de Estado, e aquela ficção de que os Estados somos nós, os cidadãos não identificados, não passa de ser uma treta para nos manter calados.

Para colaborar na ocultação do que se gasta existem, entre outras fontes de financiamento, aparentemente desligadas das despesas militares, igualmente herméticas mas hábeis na camuflagem: entre elas as fundações, que, como é sabido, agem como identidades beneméritas a troco de compensações fiscais de maior vulto do que as suas doações (o balanço contabilístico lhes é sempre favorável). Assim conseguem estar bem vistas pela cidadania despreocupada. E, pelo caminho, oferecem lugares bem remunerados a políticos em fase de defeso, além da consavida receita de Quem parte e reparte ...

Não podemos negar o interesse científico que pode existir em certos trabalhos de pesquisa, mesmo no que respeita á procura de outros planetas habitáveis, enquanto que comparativamente pouco ou nada se faz para recuperar o que se tem estragado no nosso lar terrestre. Também podemos referir outros campos de saber, dando como exemplo as avultadas verbas atribuídas para completar o conhecimento das particulas elementares, daquelas em que matéria e energia se confundem como estava já previsto desde décadas atrás. Dizem que são temas da “ciencia pura”, e que já se conseguiram aplicações benéficas. Dizem-se tantas coisas...

Chegados a este ponto e alertados pelos cada vez mais densos estudos de como os humanos somos responsáveis pela degradação do ambiente e contribuímos -mesmo que parcialmente- para o aquecimento global do planeta, nos cabe perguntar, a gritos apesar de que ninguêm ouve nem atende, se as decisões de despesas para fins não de necessidade premente é justificável. Ou seja, agora que se emporcalhou todo o planeta só podemos chorar perante o leite derramado?

E a solução que nos propóem é a de imaginar um êxodo, muito problemático, para que um selecto mini-grupo de humanos va povoar outro corpo celeste compatível com a nossa fisiologia. Nada se diz do futuro que deixariam para os muitos milhões de habitantes que restariam indefesos. Serão abandonados ao triste destino de serem imolados pelos resultados da falta de critério!

É lamentável que hoje existam mentes tão primárias que não entendam, ou que nos queiram vender como real, a história bíblica da Arca de Noé. Que obviamente não passa de uma fábula. Pode ser vista como uma mensagem de esperança para quem acredita num sumo-poder. Mesmo que, parcialmente, corresponda a relatos de inundações de facto acontecidas, apesar de não serem extensivas a todo o globo. Até podemos conceder que se refere a um derreter intenso dos gelos polares e a consequente subida do nível dos mares.

Sem comentários:

Enviar um comentário