Fizeram-se
as melhores escolhas ?
Os
membros da humanidade sempre se destacaram por ser muito curiosos,
adeptos e ambiciosos. Meter o nariz no desconhecido ou em coisas que
não entendiam foi sempre o caminho precursor do progresso, desde o
conseguir acender uma fogueira até as invenções mais complexas.
O
tema surgiu-me ao recordar as notícias recentes de que se enviou
uma nave, não tripulada, recheada de instrumentos de precisão a fim
de fazer medições diversas mais próximo da superfície do sol do
que jamais se tinha conseguido. E, obviamente, enviar para a Terra os
parametros que daí possam ter medido. Outras naves viajam, em
trajectos que durarão anos terrestres para pesquisar Marte, Saturno
e Júpiter, assim como algumas luas satélites destes planetas.
Sempre iniciativas justificadas pela necessidade de conhecer melhor o
que nos é difícil de entender. E estas pesquisas já não se
resolvem por simples meditação acurada, nem sequer com o recurso de
lapis e papel, ou outros meios de ajuda relativamente simples e
fáceis de conseguir.
Estas
e outras viagens planetárias consomem não só avultadas verbas, em
geral concedidas como sendo imprescindíveis para o progresso da
humanidade, como a concentração de meios humanos de primeira ordem.
Tudo se iniciou com o ímpeto nascido após o terminus da segunda
guerra mundial e a entrada na guerra fria, com o imediato despique
entre o ocidente, liderado pelos USA e o bloco soviético, que
implicou um progressivo incremento do poder militar, agora já com o
recurso ao misseis balísticos intercontinentais.
Todavia
estes financiamentos, fabulosos, tinham que se feitos de uma forma
encoberta, dando-lhe o aspecto de pesquisas científicas, civis, a
fim de não criar anticorpos com a sociedade que ainda estava numa
fase de penúria. Preparou-se o ambiente mental para fazer passar
como de importância inegável a tal NASA, de que tanto nos falaram e
que hoje, dizem ,está com carência, parcial, de fundos.
Depois,
como prémio de consolação, alguns dos logros tecnológicos
conseguidos poderam ser aplicados na evolução dos artefactos
disponíveis para a população com capacidade para os usufruir. Não
deve ser fácil quantificar a percentagem de custos, tanto em
materiais como em dedicação de humanos, que foi repercutindo, e
continua a ser, na redução das verbas que se desejava fossem
canalizadas para melhorar a vida normal da cidadania em geral, e qual
o total que se terá consumido “a fundo perdido” com a
absolescência consequente dos sucessivos projectos.
Os
cientistas de hoje estão, social e económicamente, muito longe das
condições com que trabalhavam os pioneiros anteriores. Um recuo
temporal que não necesita ir até Copérnico ou Leonardo da Vinci.
Hoje são batalhões de sábios, empregados e pagos pelo erário
público, mais instalações e equipamentos sofisticados que implicam
custos importantes, e tudo isto, e mais, para ser dedicado a
inúmeras pesquisas que parecem ter sido inspiradas pelos cadernos de
banda desenhada do séc XX, e anteriormente pelo visionário Julio
Verne. O financiamento, jamais tornado público por serem Razões
de Estado, e aquela ficção de que os Estados somos nós, os
cidadãos não identificados, não passa de ser uma treta para nos
manter calados.
Para
colaborar na ocultação do que se gasta existem, entre outras fontes
de financiamento, aparentemente desligadas das despesas militares,
igualmente herméticas mas hábeis na camuflagem: entre elas as
fundações, que, como é sabido, agem como
identidades beneméritas a troco de compensações fiscais de maior
vulto do que as suas doações (o balanço contabilístico
lhes é sempre favorável).
Assim conseguem estar bem vistas pela cidadania despreocupada.
E, pelo caminho, oferecem lugares bem remunerados a políticos em
fase de defeso, além da consavida receita de Quem parte e reparte
...
Não
podemos negar o interesse científico que pode existir em certos
trabalhos de pesquisa, mesmo no que respeita á procura de outros
planetas habitáveis, enquanto que comparativamente pouco ou nada se
faz para recuperar o que se tem estragado no nosso lar terrestre.
Também podemos referir outros campos de saber, dando como exemplo as
avultadas verbas atribuídas para completar o conhecimento das
particulas elementares, daquelas em que matéria e energia se
confundem como estava já previsto desde décadas atrás. Dizem que
são temas da “ciencia pura”, e que já se conseguiram aplicações
benéficas. Dizem-se tantas coisas...
Chegados
a este ponto e alertados pelos cada vez mais densos estudos de como
os humanos somos responsáveis pela degradação do ambiente e
contribuímos -mesmo que parcialmente- para o aquecimento
global do planeta, nos cabe perguntar, a gritos apesar de que ninguêm
ouve nem atende, se as decisões de despesas para fins não de
necessidade premente é justificável. Ou seja, agora que se
emporcalhou todo o planeta só podemos chorar perante o leite
derramado?
E
a solução que nos propóem é a de imaginar um êxodo, muito
problemático, para que um selecto mini-grupo de humanos va povoar
outro corpo celeste compatível com a nossa fisiologia. Nada se diz
do futuro que deixariam para os muitos milhões de habitantes que
restariam indefesos. Serão abandonados ao triste destino de serem
imolados pelos resultados da falta de critério!
É
lamentável que hoje existam mentes tão primárias que não
entendam, ou que nos queiram vender como real, a história bíblica
da Arca de Noé. Que obviamente não passa de uma fábula. Pode
ser vista como uma mensagem de esperança para quem acredita num
sumo-poder. Mesmo que, parcialmente, corresponda a relatos de
inundações de facto acontecidas, apesar de não serem extensivas a
todo o globo. Até podemos conceder que se refere a um derreter
intenso dos gelos polares e a consequente subida do nível dos mares.
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