sábado, 29 de setembro de 2018

MEDITAÇÕES – 20


QUEM APOSTA ?

Dada a evolução recente nos quadros superiores da Justiça em Portugal, e dando fé ao pouco que conheço pessoalmente deste tema, embora o suficiênte para verificar que não bastam sentenças favoráveis ao demandante, uma vez que as possibilidades de colocar paus nas rodas são muitas e permitem protelar o cumprimento do estipulado pelos juízes até uma data indefinida, que julgo pode estar perto de coincidir com o aparecimento de dentes nas galinhas, não me atrevo a prever como marcharão os processos mais mediáticos após estas mudanças. Mais correctamente: imagino o pior.

Já vi opiniões, identificadas, que nada de bom prenunciam. E outros que não escondem a satisfacção, prevendo que raros serão os indiciados para comparecer a julgamento, que muitos capítulos serão considerados prontos para arquivamento, e que o cidadão normal, o inerme, o que não atingiu o estatuto de intocável, ficará com um desânimo total, após de ter criado uma ilusão, pelos vistos totalmente utópica, de que desta vez as coisas não ficariam penduradas, como tem sido habitual.

Não me admiraria que aqueles, poucos, que já tiveram periodos de prisão efectiva venham a receber chorudas indemnizações do Estado (pagas por todos os já citados cidadãos comuns). Outros, para disfarçar esta prevista lavagem de culpas, podem ser “castigados” com multas simbólicas e penas suspensas in eternum.

Reconheço que as minhas tentativas de criar um diálogo, escrito, com algum leitor já mostraram, fartamente pela ausência de respostas (um fartar que se assemelha mais a uma greve de fome) prenuncia que também desta feita, não terei seguidores. Já estou habituado.

Sem comentários:

Enviar um comentário