Introdução
Depois
de tanto ler e atingir o risco de ficar com a mioleira saturada, ou
feita em papas de aveia, como aconteceu a Alfonso Quijano, também
conhecido como Don Quijote, ainda cheguei a tempo de deduzir que, no
fim de contas, cada um de nós, passamos por uma série de capítulos,
viscisitudes ou experiências, que davam pano para escrever um destes
romances de aeroporto que, para conseguir um volume e peso que
justifique o preço que está na capa, enchem à volta de 500
páginas. Das quais habitualmente um 10 %, pelo menos, estão em
branco e o resto quase que só mostram palha, palavreado sem
préstimo, que se poderia dispensar, riscar, e assim deixar o texto
em cerca de cem paginas, se tanto.
A
minha vaidade pessoal, ou aquilo que se chama de ego, não atinge um
nível tão elevado que me incite para avançar direitamente ao
suicídio, já que entendo que não poderia sobreviver a uma
tentativa de escrever uma obra prima-segunda ou ainda mais afastada.
Mesmo assim recolhí, mentalmente alguns acontecimentos, vividos
pessoalmente ou apanhados de fontes merecedoras de crédito e
respeito, que colocados numa sequência intemporal são capazes de
constituir um passatempo sofrível.
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