domingo, 30 de setembro de 2018

IN ILLO TEMPORE - 1



Introdução

Depois de tanto ler e atingir o risco de ficar com a mioleira saturada, ou feita em papas de aveia, como aconteceu a Alfonso Quijano, também conhecido como Don Quijote, ainda cheguei a tempo de deduzir que, no fim de contas, cada um de nós, passamos por uma série de capítulos, viscisitudes ou experiências, que davam pano para escrever um destes romances de aeroporto que, para conseguir um volume e peso que justifique o preço que está na capa, enchem à volta de 500 páginas. Das quais habitualmente um 10 %, pelo menos, estão em branco e o resto quase que só mostram palha, palavreado sem préstimo, que se poderia dispensar, riscar, e assim deixar o texto em cerca de cem paginas, se tanto.

A minha vaidade pessoal, ou aquilo que se chama de ego, não atinge um nível tão elevado que me incite para avançar direitamente ao suicídio, já que entendo que não poderia sobreviver a uma tentativa de escrever uma obra prima-segunda ou ainda mais afastada. Mesmo assim recolhí, mentalmente alguns acontecimentos, vividos pessoalmente ou apanhados de fontes merecedoras de crédito e respeito, que colocados numa sequência intemporal são capazes de constituir um passatempo sofrível.

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