sexta-feira, 21 de setembro de 2018

MEDITAÇÕES - 17

CALIMERO ou
A LUSA GUERRA DE TRONOS

De entrada garanto que jamais vi nem sequer um episódio desta série, que me dizem ter tido um sucesso enorme. Aliás, esta e outras séries que afirmam ser de excelente feitura só se conseguem visionar com um contrato suplementar. E as pesoas, cujo dinheiro transborda dos bolsos, aceitam ser exploradas continua e insistentemente. Seraá que algu~em pode negar o ter uma sociedade vítima do consumismo?

Seja como for o simil que proponho fica-se, aparentemente, por usar a fama de um sucesso comercial para o comparar com o eternamente latente conflito norte-sul, ou sul-norte, pois depende do ponto de observação, que existe em Portugal. Curiosamente se olharmos para o mapa rectangular, os polos dos oponentes estão, pelo menos quanto ao “sul”, bastante descentrados, uma vez que abaixo de Lisboa ainda resta um bom pedaço de nação, que pelos vistos não entra no conflito. Como se de Setúbal para baixo existisse um deserto inhabitado.

Outro esclarecimento que admito ser desnecessário é o de que sou avesso a lutas partidárias, tanto internas como entre polos opostos. Não sou adepto de qualquer “ideologia” e muito menos de facções sócio-políticas. O que, a meu entender não me impede de observar e criticar nos meus adentros, e até de o manifestar, com reservas.

A luta, mais ou menos surda, mas ao mesmo tempo gritante, que existe entre os elementos adictos ao PSD, e similares, contra o actual chefe Rui Rio, eleito por sufrágio livre e directo entre os filiados, e os lisboetas, que se consideram como os únicos defensores válidos do seu campo, é patética. Tudo inventam e deturpam para tentar denegrir o actual chefe, sem deixar transparecer, nem ao de leve, que o seu único e principal defeito -por assim dizer-, é o de ser um “homem do norte”. Para a tribo dos afincados na capital isso é inaceitável, intolerável. FORA! FORA!

O caso mais notório e actual de como “tudo serve” é o que o Calimero nos apresentou. Depois de “jurar sobre o Livro Sagrado” que seria um apoiante fiel e eterno de Rui Rio, poucas semanas decorreram até que se decidisse a abandonar o lugar que aceitara e tentar fundar um novo partido, de cariz totalmente ambíguo e que, caso vingar, só serviria para enfraquecer o PSD uma vez que a sua única função é o tentar oferecer um fogacho de notoriedade ao Calimero. Em simultaneidade, caso esta fantasia pessoal se mantenha em pé até as próximas eleições, só pode conseguir um descenso do peso político-nacional do PSD quando computado nas urnas.

Mesmo que se admita que este novo partido possa atingir um número efectivo de adeptos relativamente pouco importante, quem mais será afectado deverá ser o próprio PSD. Posto isso é de admirar que os PSDs, não apreciadores de ter Rui Rio à fente das tropas, não ataquem com unhas e dentes esta iniciativa, pessoal e intransmissível, do ego de Calimero.

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