A
LUSA GUERRA DE TRONOS
De
entrada garanto que jamais vi nem sequer um episódio desta série,
que me dizem ter tido um sucesso enorme. Aliás, esta e outras séries
que afirmam ser de excelente feitura só se conseguem visionar com um
contrato suplementar. E as pesoas, cujo dinheiro transborda dos
bolsos, aceitam ser exploradas continua e insistentemente. Seraá que
algu~em pode negar o ter uma sociedade vítima do consumismo?
Seja
como for o simil que proponho fica-se, aparentemente, por usar a fama
de um sucesso comercial para o comparar com o eternamente latente
conflito norte-sul, ou sul-norte, pois depende do ponto de
observação, que existe em Portugal. Curiosamente se olharmos para o
mapa rectangular, os polos dos oponentes estão, pelo menos quanto ao
“sul”, bastante descentrados, uma vez que abaixo de Lisboa ainda
resta um bom pedaço de nação, que pelos vistos não entra no
conflito. Como se de Setúbal para baixo existisse um deserto
inhabitado.
Outro
esclarecimento que admito ser desnecessário é o de que sou avesso a
lutas partidárias, tanto internas como entre polos opostos. Não sou
adepto de qualquer “ideologia” e muito menos de facções
sócio-políticas. O que, a meu entender não me impede de observar e
criticar nos meus adentros, e até de o manifestar, com reservas.
A
luta, mais ou menos surda, mas ao mesmo tempo gritante, que existe
entre os elementos adictos ao PSD, e similares, contra o actual chefe
Rui Rio, eleito por sufrágio livre e directo entre os filiados, e os
lisboetas, que se consideram como os únicos defensores válidos do
seu campo, é patética. Tudo inventam e deturpam para tentar
denegrir o actual chefe, sem deixar transparecer, nem ao de leve, que
o seu único e principal defeito -por assim dizer-, é o de ser um
“homem do norte”. Para a tribo dos afincados na capital isso é
inaceitável, intolerável. FORA! FORA!
O
caso mais notório e actual de como “tudo serve” é o que o
Calimero nos apresentou. Depois de “jurar sobre o Livro Sagrado”
que seria um apoiante fiel e eterno de Rui Rio, poucas semanas
decorreram até que se decidisse a abandonar o lugar que aceitara e
tentar fundar um novo partido, de cariz totalmente ambíguo e que,
caso vingar, só serviria para enfraquecer o PSD uma vez que a sua
única função é o tentar oferecer um fogacho de notoriedade ao
Calimero. Em simultaneidade, caso esta fantasia pessoal se mantenha
em pé até as próximas eleições, só pode conseguir um descenso
do peso político-nacional do PSD quando computado nas urnas.
Mesmo
que se admita que este novo partido possa atingir um número efectivo
de adeptos relativamente pouco importante, quem mais será afectado
deverá ser o próprio PSD. Posto isso é de admirar que os PSDs, não
apreciadores de ter Rui Rio à fente das tropas, não ataquem com
unhas e dentes esta iniciativa, pessoal e intransmissível, do ego de
Calimero.
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