Assim
como ainda existem “mulheres a dias”, a horas ou ajudantes
técnicas para limpezas em tempo parcial. Isso sem referir as muitas
damas, e “carvalhelhos” (?) que prestam os seus corpos para
actividades naturais mas, falsamente, mal vistas pelos cidadãos,
que se auto-qualificam como normais e cumpridores.
Muitas
destas considerações sociais foram alteradas quando se deu o
estatuto legal de que existem as variantes, que sempre estiveram
presentes e activas, mas tacitamente toleradas enquanto se fingia que
não se dava por elas. Hoje saltaram para a ribalta sem inibição,
mesmo com descaramento, inclusive provocatório. É uma das frutas do
tempo, incluída no rol das grandes bananas da chiquita,
incongruência que nos leva a pensar que esta marca devia ser
exclusiva das produzidas na Madeira do Ronaldo. E não quero referir
a denúncia da má língua, sempre disposta a difamar, acerca do
tamanho do pedúnculo do busto. Haja respeito e pudor.
Pois
bem, indo ao que íamos.
Tal
como deve acontecer a muitos mortais em certos dias, mesmo ao acordar
de uma noite que deveria ter sido repousante, sentimos que estamos
virados do avesso, o mau humor,
a falta de paciência, o rejeitar manter uma atitude onde prevaleça
a falsidade do politicamente correcto, e outras atitudes que se
encaixam em nos dar uma vida social e comunitária ilusória,
dissimulada e mais alguns sinónimos. São dias em que o
instinto nos pressiona a partir a loiça,
e nem sequer nos oferecemos a possibilidade, posterior, de poder
começar de novo. Admito que uma estado anímico deste género deve
estar, quase sempre, presente nos que, coerentes, decidem optar pelo
suicídio. No que me atange não estou, por enquanto, nesta fase.
Todavia,
complementarmente ao que imagino pode passar pela mente do suicida,
penso que o cidadão em questão deve ter muita coragem, ter os
tomates bem carregados, a transbordar. Não sei qual o órgão
equivalente nas mulheres, pois que se fossem os ovários não haveria
suicidas depois da menopausa. Portanto esta noção de dar uma
importância máxima aos testículos não passa de um sintoma do
egoísmo exacerbado dos machos.
De
qualquer modo e mesmo sabendo as causas que me conduziram,
cumulativamente, à crispação mental que se apoderou do meu
espírito, certamente que maligno e detestável, sinto um grande
alívio pelo facto de me libertar da necessidade “social” de ter
que fingir que não avalio, como de facto avalio, o comportamento de
certas e determinadas pessoas. Sentir que a minha vontade para
dedicar amizade, com a predisposição de esquecer as
incompatibilidades, é arrasada uma e outra vez, numa continuidade
difícil de observar e até de desculpar.
Desculpar
as ideias de cada um, sempre e tanto que as reservem para si mesmos e
se inibam de as vociferar provocatóriamente aos quatro ventos, com
uma agressividade intolerável entre pessoas que se admite serem
educadas (há
educação boa, má e péssima, além da falta absoluta)
é uma obrigação que todos temos. Obrigação imposta pelo facto de
estar no seio da sociedade onde temos que caber todos. Quem não
quiser modular o seu comportamento deveria isolar-se no topo de um
monte e tornar-se eremita convicto, e ali moer o seu fígado sem
estragar o dos outros.
É
evidente que além das circunstâncias pessoais, que nos podem
conduzir a um estado de ânimo de quase desespero, podíamos tentar
fazer uma compilação de factores, sem ligação imediata entre si,
e chegar a uma espécie de relatório, com alíneas e títulos
intermédios destacáveis. Não me sinto com capacidade nem vontade
para estudar o que outros já destrinçaram anteriormente. Basta-me,
com pesar, o declarar que estou virado do avesso.
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