Após
consultar o dicionário da língua lusitana que tenho na mesa de
trabalho, e que por ter sido compilado e editado antes do repelente
desacordo ortográfico,
merece o meu mais profundo respeito e até veneração. Caso este
sentimento for permitido por aqueles que o reservam, em regime de
exclusividade, para entidades com chancela vaticana. Sendo também
coerente afirmo a minha convicção de que ser céptico implica
carregar um peso social difícil de suportar e, caso não bastasse,
ser visto como um ser indesejável, a-social, dada a sua insistência
em destruir as convicções que tanto agradam a muitos cidadãos,
valorizados como normais.
O
dicionário diz: céptico é aquele que duvida de tudo o que não
é evidente; incrédulo; pirrónico;
pessimista; teimoso; obstinado.
O
que me faltava saber! Dando fé à cultura sou, e não sabia,
seguidor de Pirrão, que consta ter sido um filósofo grego que
viveu, pouco mais ou menos, entre 360 a.C. E 270 a.C. Para compensar,
pelo menos anímicamente, existe no santoral cristão o conhecido
Santo Tomé, que insistia em que só acreditava se visse ou tocasse.
Um sentimento bastante comum entre os galanteadores. Como podem
testemunhar as meninas que são assediadas por aqueles “polvos”,
tantas são as mãos que anseiam por manusear os seus corpo. Mas
também pode ser que, na actualidade, as reticências femininas
tenham desaparecido.
Mesmo
depois de consultar, a vol-d'oiseau, alguns
textos filosóficos não fiquei minimamente tranquilo por saber que
os cidadãos, na sua imensa maioria, não apreciam ou nem sequer
aceitam que alguém tente liberta-los de algumas convicções,
crenças ou mitos que não resistem a uma abordagem racional.
A reacção habitual é a de se fechar e afastar-se de quem o
contrarie, com a mesma tensão que aplicaria a um apestado.
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