segunda-feira, 24 de abril de 2017

SENTIR VERGONHA

TER VERGONHA

Dou como certo que cada um de nós chega o dia, o momento, em que ficamos envergonhados por alguma coisa teve origem nalgum acto que cometemos. Normalmente este fase de penitência mental passa com relativa rapidez. Até que, inesperadamente, e mais se temos consciência de que outros observaram, votamos a sentir este peso mental, seja porque algo aconteceu que pode macular a nossa honra, por acanhamento ou por termos faltado ao decoro. Por sorte em ocasiões os fados nos favoreceram e verificamos que, pelo menos aparentemente, ninguém deu por isso; daí que não houve desonra a lamentar.

Mas existe um sentimento de vergonha mais difícil de engolir, seja em seco ou em molhado. Refiro aquilo que qualificamos como de vergonha alheia. Em principio sinto que este sentimento, penoso e sem possibilidade de poder controlar e muito menos de anular, pode aparecer por diversas razões, mas sempre porque uma entidade ou uma pessoa, a quem dedicamos amizade e fidelidade, manifesta-se com afirmações e propósitos que não encaixam com a personalidade que mereceu a nossa afeição.

As mesmas atitudes se tomadas por indivíduos que nos sejam indiferentes podem provocar rejeições viscerais, mas numa escala não afectiva.

Podia tentar alongar este tema,como é meu hábito, mas como o impacto que me marcou foi profundo, não me sinto em condições de continuar. Como escrevi antes, subentende-se que a vergonha própria deixa menos marcas do que a vergonha alheia. Neste momento não me sinto em condições de tentar raciocinar a fim de explicar esta diferença de grau.


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