COMO
IMAGINAMOS OS EXTRATERRESTRES
Longe
vão os tempos em que as mentes especuladoras imaginavam a existência
de seres residentes noutros planetas, ao estilo dos selenitas
(semelhantes a galináceos)
que os intrépidos irmãos Lumiére encontraram ao visitar a Lua.
De
então para cá há centenas de “testemunhas fidedignas” que
afirmamn sermos visitados insistentemente. Com propósitos nada
claros a julgar pelo que os especuladores descrevem. Foi comum, e
persistem hoje, entre os vocacionados a imaginar como seriam os seres
de outro mundo, apoiarem-se em animais nossos conhecidos na Terra,
incorporando partes de uns e outros, tal como se gerassem uma nova
quimera.
Os
avanços científicos e, em concreto a noção das distâncias que
nos separam de outros mundos, e dos limites que ainda se consideram
como impossíveis de ultrapassar, pelo menos enquanto não surjam
novas teorias na física e astronomia, fecham-nos no que respeita a
visitar ou sermos visitados. Por enquanto a velocidade da luz é um
obstáculo inultrapassável. Que inclui a dificuldade, até hoje sem
resolver, de poder transmitir matéria dum ponto a outro, seja na
Terra como fora dela.
Como
conseguir? As mentes mais expeditas dizem que isso se conseguirá
enviando os átomos como mensagens de radio e reconstruindo o
objecto, ou a pessoa, no outro lugar. Para tal, além de muitos
problemas tecnológicos ainda nem sequer esboçados, implicaria a
existência de um equipamento receptor e reestruturador no ponto onde
desejássemos enviar o tal tele-transporte. Ou seja, que não
bastaria fazer pontaria a um planeta determinado se não existisse,
disponível, uma aparelhagem receptora e reconstrutiva. Daí que
antes deste teletransporte teriam que ter ido os montadores,
fossem humanos ou robots comandados desde a Terra ou uma base de
terrestres em local próximo.
Apesar
destas dificuldades, por enquanto impossíveis de ultrapassar,
continuamos a imaginar seres extraterrestres. E, como sempre
aconteceu, a base destas criações é função do que conhecemos ou
que damos como ser possível no futuro mais ou menos próximo.
Quando
se admite que os seres imaginários devem ter um aspecto plausível a
especulação, mais uma vez, parte do que sabemos. Assim sendo os
humanoides em questão, possivelmente dissemelhantes de nos,
devem ter um conhecimento científico bastante superior ao nosso. E
isso implica terem um cérebro ainda mais volumoso do que o nosso.
Por isso é habitual serem representados como dolicocéfalos
em grau superlativo. Ter tanto poder mental liberta-os dos esforços
físicos e, em consequência imaginam-se corpos frágeis, qual
pigmeus anoréticos.
Outros
inventivos já dispensam o corpo físico. Reduzem estes seres,
hipotéticos, a uma espécie de hologramas, que devem deslocar-se
pela força do pensamento, e esta não deve obedecer às nossas leis
da física. Mas então como se explicam as pretensas
naves galácticas que se afirma nos visitam com insistência?
Poder
acreditar nas notícias, nunca confirmadas oficialmente, de visitas
de seres de outros mundos colide, frontalmente, com todo o progresso
que se tem feito na astronomia e no envio de naves exploratórias.
Estes sucessos estão baseados nas teorias da relatividade restrita e
geral, cujos postulados iniciais nos foram dados por Einstein.
Admitindo
que as fronteiras do conhecimento são colocadas, constantemente,
mais longe dados os avanços que, progressivamente, se alcançam,
devemos ser cientes de que faltam grandes saltos até conseguir, se
tal for possível, ultrapassar o nosso sistema solar e mesmo a nossa
galáxia. Se hoje outros seres nos conseguem visitar é pertinente
deduzir que, comparativamente, somos uns primitivos e que os nossos
foguetões equivalem às pirogas dos nativos que tão brilhantemente
colonizamos.
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