Podemos
avaliar-nos convincentemente? Sou igual ou diferente?
São
perguntas e não afirmações. Traduzem situações que tem
alterado o meu descanso nocturno (Podem
aproveitar esta frase nalguma redacção ou no preenchimento da
declaração do IRS) em inúmeras ocasiões, com
risco comprovado -pela antiga prova dos 9-
de poder perder o pouco juízo que me tem acompanhado ao longo de 80
e tais e quais.
Vou
tentar explicar-me, -a mim mesmo- tal como
se infere da palavra hifenizada -que não
infernizada-, e simultâneamente, ou seja, ao mesmo tempo
e no exacto sitio, ou lugar, a quem tenha a infeliz ideia
de se sentar em frente de um ecrã computorizado e conseguir
sintonizar este canal caveira.
O
duvidar da minha cordura -o que de por si mostra, indubitavelmente, uma total e absoluta falta da dita- acontece
quando medito acerca de se aquilo que vejo, sinto e tento transmitir
a segundos, terceiros e quartos, mas não a salas nem corredores, é
idêntico ao que outros bípedes da nossa espécie ò-mana podem ver,
sentir ou transmitir. Nada me garante que seja assim que acontece. É
uma pura, banal, inútil e totalmente ineficaz pensadura, mais mole
do que uma mama, não operada, de uma mulher já com mais de meio
século de existência terrestre.
Mas,
por favor, não desprezem esta minha dúvida, transcendente e
pertinaz. Uma situação anímica que me leva a imaginar, e não
quero aceitar tal raciocínio desencorajante, que sou um espécimen
raro, não digo único, mas que não está muito longe disso. Todavia ao recordar que os manicómios foram
fechados, abandonados, despovoados, por decisão superior, e mandado
que cada família tinha que aturar os seus desequilibrados, mesmo que
fossem perigosos, incendiários compulsivos, envenenadores dos seus mais chegados -e
até dos vizinhos inocentes e confiados-
mordedores ou agressivos com facas aguçadas, membros de claques
desportivas (*) e outros desvarios inaceitáveis, como o ser de
esquerda baixa, ou esquerdalha (esta derradeira situação pode
dar-se no seio das melhores famílias. SAFA! VADE RETRO BELZEBÚ).
Sempre
atentos a todas as possibilidades, e existindo o recurso a muitas
alíneas que especificam as fugas tangenciais ao mandado no diploma
central, fica resguardada a situação daqueles que não tenham
familiares de proximidade aos quais o Estado Previdência lhes possa
impingir -mais acertadamente devolver-
estes seres desequilibrados. Para esta minoria sem importância
-porque normalmente não comparecem nos
dias de votar. Por outras palavras: não contam para o totobola-
pois, a estes lhes são distribuídas doses cavalares de paciência e
uma caixa grande de cartão onde se possam abrigar nas noites frias.
As pneumonias e outras moléstias respiratórias se encarregarão de
lhes oferecer um fim adequado. E os cidadãos normais, que jamais
tiveram uma camisa de forças vestida, podem manterem-se tranquilos.
Retomando
o fio da meada (meada
em castelhano) insisto,
sem que até agora sinta que o tenha conseguido, esclarecer onde
reside (habita, mora, vive, permanece)
o meu magno
(como o Carlos dito)
problema. Em poucas palavras consiste em:
TÁ
TÁ TATÁ Com uma certa frequência (sem
modular)
penso que é de aceitar que era possível, aceite pela sociedade
anónima SARL, que generalize os meus elevados pensamentos para a
grande plêiade de humanos que me rodeiam, tanto numa área de
algumas centenas de metros de raio que o parta, como inté
na
totalidade do território nacional, mais as ilhas adjaçómetras. E
porque não estender à totalidade da Península Ibérica? (onde
proliferam os espanhuelos e espanhuelas, estas com fatos de bolas e
eles com chapéus de aba plana)
incluídos Gibraltar, Olivença (que
nunca mais se decidem a devolver)
e,
porque não, aqueles embirrantes da Catalunha?
A
tristeza e desânimo invadem-me, irremediavelmente, pela convicção
de que não se aproximará um ombro amigo para oferecer amparo ao
meu desolado cráneo, enquanto me afagasse as costas e desse umas
palmadinhas de consolo. Se não for exigir demasiado, um lenço
lavado para enxugar as lágrimas e recolher a baba e ranho, não iria
mal. Eu agradeceria com muita ternura e sentimento.
(*)
as
claques dos teatros, que só aplaudiam, assobiavam ou pateavam por
encomenda, não contam. Eram meninos de coro comparados com os
financiados pelos clubes de futebol.
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