PARA
QUEM TIVER CURIOSIDADE
SEMPRE
mas especialmente ao longo da Idade Média e Renascença, se nos
delimitarmos ao espaço dito ocidental, o tema do após-morte foi
muito batido, dentro e fora da religião. Uns para incutir medo e os
outros para a banalizarem, precisamente por ser inevitável.
Existem
extensos testemunhos, tanto em escritos como em pinturas e gravuras,
inclusive, em esculturas, normalmente estas mais frequentes nas
igrejas românicas. Mais tarde, no ainda próximo romantismo, os
temas “mórbidos” tiveram uma nova fase de interesse e expansão.
Nos
dias de hoje parece que esta ilustração esquelética da morte foi
sendo deixada de lado. Só o México é que nos vem à memória com
as suas celebrações no dia dos mortos. Possivelmente uma réstia,
viva de épocas pagãs que o catolicismo não conseguiu extinguir.
Recordo
que quando tinha filhos em idade inferior aos dez anos, e também as
netas e outras crianças que me caíssem por perto, se por acaso se
mostravam espantados (por atavismo cultural) ao ver uma caveira, um
esqueleto, nem que fosse num desenho, lhes dizia, junto uma carícia
na sua testa: NÃO TE ASSUSTES, TU E NOS TODOS, DEBAIXO DA CARNE
TEMOS UM ESQUELETO, UMA CAVEIRA. É a nossa estrutura de suporte,
indispensável! Sem estes ossos não podemos viver.
Penso
que, apesar de tantos conhecimentos, que poucos podem estar
convencidos (e estão errados) que dominam na totalidade, as pessoas
de hoje são tão temerosas como as que nos antecederam.
Sugiro
que no facebook procurem La danza macabra.
Encontrarão muito para vos entreter nestes dias de clausura
“voluntária”.
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