DO
ALTO DO ESCADOTE
Sem
pretender resolver a crise que está anexa à epidemia do Vírus a
situação política-económica-social e sanitária em que nos
encontramos recomenda-se que tentemos ver as conexões que a
actualidade pode ter com o passado, mais ou menos recente.
Uma
das situações, perigosas por desestabilizar o que se tinha
conseguido, é a campanha de descrédito em marcha, para abater o que
resta da União Europeia. Uma erosão propositadamente comandada
pelos dois paladinos anglófonos com costas banhadas pelo Atlântico.
Começando pelo disparatado Boris Johnson que agarrou nos seus
concidadãos queixosos. Que carregam umas viseiras que os orientam,
erradamente, para um inimigo “continental” a quem atribuem os
males que os afligem sem atender que foram os seus governos
anteriores aqueles que decidiram acompanhar os novos ventos da
história, fechando minas e
fábricas não competitivas na economia global.
Da qual não se encontra forma de escapar!
Em
parceria temos os EUA, com o seu ambicioso e inculto actual
presidente. Apesar das loucuras que Trump faz, continuadamente, para
agradar os seus também incultos e zangados apoiantes, entendo que
devemos recuar até a década de '40 do século passado, e estudar a
evolução dos EUA perante a Europa.
Numa
análise muito primária podemos avaliar os habitantes dos USA como
sendo, na sua maioria (1) europeus, emigrantes, muitos forçados
pelas circunstâncias, da Europa, onde a sua vida estava em risco
elevado.
Além
de eliminarem, quase que radicalmente, os habitantes indígenas,
criaram uma colónia onde a maioria dos seus elementos tinha que
lutar duramente para sobreviver, uns à força do seu trabalho e
outros sem grandes preocupações éticas. Pelo caminho deixaram de
sentir a miragem de regressar aos seus países de origem; criaram um
sentimento de nação totalmente a partir de zero, contando, porém,
com amplos horizonte de terra disponível e de possibilidades de
progredir, economicamente, a quem tivesse unhas para tal.
Era
fatal que, entre muita miséria, germinasse a classe dos
economicamente poderosos. Que rapidamente tomou o leme do novo País,
vindo a tornar-se, progressivamente, uma potência ansiosa de
disputar o primeiro lugar, igualando e ultrapassando a Europa. No
emergir das ditaduras europeias, de tipo fascista (2), os governos
dos EUA, astutamente decidiram colocar-se neutrais nos conflitos
bélicos que grassaram na velha Europa. O que não os impediu de se
preparar na produção de armamento, tanto terrestre como marítimo e
aéreo, não só para sua possível defesa mas, também para se
financiar através de vendas aos beligerantes.
Quando
a progressão dos conflitos deu sinais de que seria previsível que
se quebrassem os pactos de não agressão, e aproveitando uns erros
de previsão por parte das tropas alemãs, corrigiram o rumo e
colocaram as suas forças, e armamento em quantidades e modernidade,
para colaborar com os exércitos europeus que estavam ameaçados e
até invadidos pelas forças do Eixo.
Foi
mais uma jogada muito astuta: colocaram material, a facturar mais
adiante como dívida de guerra, e pessoal humano (que
as famílias se encarregariam de colmatar, em conjunto com o êxodo
desde a Europa em guerra e invadida)
numa quantidade que, sem dúvida, possibilitou a derrota do Eixo no
Ocidente. E sempre longe dos seus USA!
Entretanto,
na frente Oriental, (que
também recebeu fornecimentos bélicos dos USA)
as forças comunistas travaram a progressão “imparável” das
forças alemãs, e dado que o número de russos, e assimilados,
apesar da mortandade sofrida, era de respeito, quando o conflito já
estava prestes a terminar, entendeu-se, e bem, que do Leste vinha
outro inimigo invasor. Ou seja, os europeus “aliados”, devedores
convictos dos EUA, sentiram-se ameaçados por uma nova vaga de
exércitos, estes com bandeiras vermelhas.
Sendo
um conglomerado, não homogéneo, mas controlado pelo espirito
capitalista, e estando os europeus ocidentais exaustos, com os seus
equipamentos fabris obsoletos ou destruídos, tiveram que agarrar,
com os braços ansiosos, o famoso Plano Marshall, de “ajuda
benemérita”. Sempre procurando que a guerra não chegasse aos seus
EUA e, simultaneamente, fazer o possível para que o conflito bélico
que se previa poderia surgir com a URSS, aliada temporal contra o
Eixo, mas sempre com a vontade, também imperialista, da Rússia de
chegar às costas atlânticas frente às americanas, a Europa foi
ficando rapidamente devedora do capital sediado nos USA (3) Esta
situação gerou a chamada Cortina
de Ferro e
a Aliança
Atlântica NATO, esta
comandada, sem discussão, pelos USA e deixando umas cadeiras para se
sentarem e poder imaginar que “são gente” alguns dos
continentais.
Saltando
para a actualidade, os governos americanos (todos
eles) sempre fingiram que
apoiavam a velha Europa, mas seleccionando os migrantes a quem abriam
as portas e, nunca perdendo o fito de se apoderarem da economia
europeia, fosse qual fosse a táctica e o método a seguir. O exemplo
mais evidente é a forma reptante como Trump, habilidoso e velhaco
negociador em proveito próprio, manobra o iluminado e sonhador
primeiro ministro inglês.
Desta
vez os USA (os que
manobram de igual modo, seja qual for o seu partido)
não temem a Rússia e pensam que conseguirão enrolar a China,
sacrificando o velho continente, que muitos “mericanos” visitam
como se fosse uma Disneylândia “quase tão autêntica”
como as que na sua terra proliferam.
CONCLUSÃO:
Seja por complexos de génese mitológica, ou simplesmente para
abjurar das suas origens, os EUA são, foram e serão, sempre um
falso amigo da Europa. Só querem dinheiro e poder, que são
equivalentes.
- Por um momento tentemos esquecer os descendentes dos escravos africanos, mexicanos e outras minorias.
- Que tiveram bastante seguidores entre a população dos USA.
- Se bem que nas mãos de descendentes de europeus!
Quora
ResponderEliminarNovo voto positivo
Eduardo Felipe Zils de Souza deu um voto positivo para a sua resposta a: Por que os EUA decidiram reconstruir a Europa depois da segunda guerra mundial? E não por exemplo, desenvolver a América do Sul?