domingo, 29 de março de 2020

MEDITAÇÕES – Castelos de cartas



QUANDO AS TORRES GÉMEAS CAÍRAM

No dia 11 de Setembro do 2001, em que se deu terrível e inesperado ataque terrorista às Torres Gémeas de Nova Iorque, eu estava, casualmente na Praça de Bocage em Setúbal. O meu telemóvel (naquele tempo um “tijolo”) chamou. Era o meu filho segundo que me noticiava que, naquele momento, as televisões de todo o mundo estavam transmitindo, em directo, um avião que se estampara, propositadamente, sobre uma das torres gémeas. Desde o primeiro momento deduziu-se que aquilo não era um acidente fortuito, posto que aquela zona estava totalmente interdita para ser sobrevoada. Aquilo não era um acidente, era um atentado terrorista, que não demoraram a confirmar os mandantes da Al Keda.

Confesso, envergonhado, que naquele instante a minha reacção visceral foi considerar que já era altura de que os habitantes dos EUA sentissem, na própria pele, e em sua casa, aquilo que eles se dedicavam a fazer a outros povos! Obviamente, não tardei a sentir a realidade que caiu sobre as pessoas que estavam, naquela altura, no interior do edifício. Certamente que nenhum dos que foram apanhados tinha a mínima culpa para merecer um fim tão terrível. ;as... sabemos que, em tempo de guerra, é habitual que os civis levem com as culpas dos que se mantêm resguardados nos seus gabinetes, comandando desde longe.


Não tardou que outro avião fosse, propositadamente também, embater contra a segunda torre. Aquilo foi dantesco, terrível, além de espectacular, por estar centrado na zona de negócio mais importante da cidade símbolo dos USA. Não se tratava de uma operação de guerra entre países em conflito. Nem sequer se tratava duma acção pontual segundo as regras dos bombardeamentos massivos, como os que se fizeram durante a segunda guerra mundial.

Nem se podia comparar a duas bofetadas na face do seu inimigo, ou mesmo a serem, figuradamente, dois fortes murros. Os alvos foram estudados e atingidos com saber estrutural. Quem preparou esta operação suicida sabia, muito bem, donde deviam atacar para conseguir derrubar, totalmente, aqueles magnos edifícios.

Confirmaram-se, sem qualquer dúvida, os meus rudes receios de que todos aqueles estudos técnicos, com a composição de vectores e anulação dos esforços, que justificavam estas estruturas, não podiam corresponder à realidade, apesar de que cada vez se erguem edifícios mais altos mais arrojados, que contrariam os meus receios. Continuo convencido de que, de facto, estamos brincando com castelos de cartas, e podemos ter a certeza de que outras torres ruirão sem necessidade de terroristas que saibam em que ponto lhes dar a marretada.

Pensamento pessoal – Tentar enganar a força da gravidade é arriscado, e vai contra o desprezado senso comum.



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