PENSA
MAL E ACERTARÁS
Tenho
uma lembrança, muito antiga, que me recorda o ter ouvido, fosse de
algum avô ou dos meus pais, um ditado ou conselho popular que dizia,
mais ou menos, o seguinte: Pensa mal e acertarás, não porque
a situação social neste momento nos indique que pode existir uma
origem premeditada, malévola, humana, nesta epidemia que se estende
a quase todo o globo, mas porque, casualmente, temos a noção (certa
ou errada) de que o vírus em questão encontrou um
terreno favorável, para que a Parca movimente a sua gadanha, entre
os mais idosos, e até, por coincidência, encontra quase que
coutadas de caça, sem necessidade de pagar licença, nos lares onde
se “arrumam” os velhos que já não conseguem valer-se de por si.
Resumindo
e dando a volta à panqueca, somos todos conscientes, pelo que nos
chega de informação desde bastantes anos atrás, de que a
estatística etária da população apresenta um progressivo aumento
do número de idosos. Dito de outro modo: a população dos países
em estado evoluído ou em vias de evolução está a envelhecer
continuamente. E estes cidadãos não tão só não produzem como
constituem uma despesa importante. Podemos dizer que os velhos -entre
os quais me encontro- constituem
um lastro, que evitamos referir -neste
momento escrevo como se eu não fosse também um velhote a abater-.
CONCLUSÃO:
feia e triste:
Pode ser um mal que veio por bem. Ou, mais suavemente, uma evolução
da natureza que pode ajudar a neutralizar, nem que seja parcialmente,
o pesado desequilíbrio entre o número de habitantes em idade
produtiva e a capacidade de os manter. Uma afirmação que escamoteia
a realidade, pois não refere o facto de que o número de indivíduos
necessários para manter o sector primário activo é cada dia menor.
Um
pensamento que se pode tentar mitigar com outra máxima, entre as que
se aceitam sem remorsos: Não
há mal que por bem não venha. Até
arrepia os pelos do cachaço pensar assim!
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