Chegou
a sensatez
Deixando
os bons pensamentos de lado e aceitando -com muita relutância-
os preceitos extremamente egoístas -quando preferimos a opção
de doirar a pílula (1)- que
“por motivos de força maior” é necessário fazer opções,
inclusive as mais cruéis, como o exemplo que todos conhecemos e
aceitamos quando se relatam naufrágios, em que se dava a ordem de
embarcar nos salva-vidas mulheres
e crianças primeiro. Sem
esquecer a mais terrível referência na atroz selecção entre
autorização de mal-viver
ou marchar direitos para as câmaras de gás nos campos de
reclusão-extermínio nazis.
Começando
de outra forma.
Poucos
anos atrás vimos -os cinéfilos- um filme intitulado ESTE
PAIS NÃO É PARA VELHOS, pois,
meus parceiros etários, lamento ter que referir, sem adoçantes, que
já nos encontramos mais perto da porta da morte do que
insensatamente admitíamos. Ou, se não sabem ler as notícias -eu
evito noticiários, mas mesmo assim...-
ficam a saber que tanto na ITALIA como na ESPANHA já entrou em vigor
a normativa, a seguir pelos serviços de saúde, de não gastar
recursos humanos nem materiais a pessoas em fim de percurso, ou como
dizem, com poucas possibilidade de viver mais.
De
imediato os lares de idosos -armazéns pré-funerários-
ficam de fora das atenções da
medicina oficial, e, caso os residentes saibam da coisa, devem estar
prestes a ter um enfarto de mija-calças. E
também os que, como nos acontece ao casal de que formo parte,
estamos sós, isolados, à espera de que o “iscalete com
gadanha” toque à campainha.
Daí
que, como dizia num escrito anterior, desta vez aplica-se o ditado de
que Não há mal sem bem,
cata para quem. Dito de
outra forma: vai haver uma limpeza acentuada nos balanços etários
das populações.
PENSAMENTO:
A
Natureza, além de sábia, não tapa os olhos como se diz da Justiça.
(1)
Para quem
desconheça:
A
referência a “doirar a pílula” tem a sua origem em tempos bem
antigos, quando os médicos-farmacêuticos, quando tratavam de
doentes acomodados (com a bolsa recheada) mascaravam as mezinhas mais
desagradáveis cobrindo-as com uma fina película de pão-de-oiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário