sábado, 1 de junho de 2019

MEDITAÇÕES- Como valorizamos a UE


 ACERCA DAS ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU

Admito que nem sempre votei nas Eleições Europeias, e que a minha adversão tinha, e tem, dois vectores importantes, pelo menos a meu ver. Nada daquela frase parva de “pela minha óptica”, pois que nenhuma das aceitações que figuram no dicionário da língua portuguesa dá como válida que, também entre outras, corresponda à ponderação pessoal sobre algum tema. Eu, no intuito de denegrir (sem ofender) o uso deste termo como base de opinião, digo, sempre, que eu não posso partilhar pela simples razão de que não sou dono de uma loja de lentes e óculos.

Retomando o fio da meada, já que mais uma vez, me desviei do tema que pretendia expor. Sinto, baseado no meu desconhecimento, que o organismo UE. Se converteu numa enorme burocracia, que custa muito dinheiro e perde muitas energias dos membros que compõem este aglomerado, que se diz estar em vias de desagregação. Aceito quer se tomaram decisões acertadas, mas que, felizmente, os cidadãos dos países membros desconhecem muitas das burrices cometidas, dos compadrios, das preferências injustificadas e, possivelmente, das fraudes que sob a sua bandeira poli-estrelada e do seu papel timbrado tenham tido a porta aberta. Os humanos são useiros e vezeiros em cair na tentação de meter a mão na gaveta. Quem lida com mel, sempre lambe os dedos.

Além das desconfianças, quase inevitáveis, temos que os problemas caseiros sempre condicionam, ou deturpam, o voto que devia ser exclusivamente europeísta. E a propagando eleitoral pecou, precisamente, por ser excessivamente de carácter nacional. Ofereci o meu voto mais por sentido de eficiência nacional do que por uma visão multinacional, abrangente portanto. Mas já foi.

Posteriormente dediquei mais atenção aos pretensos programas dos concorrentes. E digo pretensos porque não os considerei à altura das que pretendiam ser as suas responsabilidades. Ou seja, nem os cabeças de lista, mais os comentadores "esclarecidos", conseguiam livrar-se da pressão interna de nacionalismo bacoco. Mesmo assim, e sem que eu tivesse contribuído para tal, uma parte do eleitorado activo apoiou o grupo menos egoísta, patrioteiro, exclusivista. E que certamente por alguns prever que poderia destacar-se entre os pequenos, foi alvo de uma campanha insidiosa. Mesmo que se saiba, pela evidencia manifesta, de que o Partido Verde é uma filial do PCP, nada nos garante, nem nega, da possibilidade de que exista a vontade de algum dos partidos de centro ou da direita de tomarem o comando do PAN, que foi uma revelação a sua entrada no Parlamento Europeu, não só pelo discurso dos seus dirigentes  -poucos- mas porque a noção do desastre ambiental já se fixou em muitos europeus.

Dei o meu voto ao PAN, com a fé de que os seus princípios pró recuperação do ambiente terrestre sejam levados a sério, em oposição à forma  desinteressada  com que continuamos e colaboramos em estragar o planeta. O facto de que na sua proclama refiram, denunciem mesmo, a forma como se eliminam, constantemente, espécies animais, que são nossos companheiros de planeta e até parceiros na nossa cadeia evolutiva, em vez de se levar seriamente, como é evidente para quem se entretenha a pensar, nos devia causar uma repulsa aguda, e colocar o PAN no lugar cimeiro das nossas preocupações. O planeta, nossa casa e única possibilidade de sobrevivência, exige que os cidadãos eleitores, abdiquem dos seus preconceitos partidários e pensem de uma forma mais global.

Promover a desacreditação da poluição dos mares, rios e até montanhas e vales, usando como argumento que estes partidários do simbólico verde, se oporem à lide de toiros, desvalorizando o seu mérito marialvista, é uma mostra de ignorância só comparável ao da banal citação de pretender tapar o sol com uma peneira.

O facto de ser compreensível é louvável lutar pelo bem de terceiros, apesar de que os resultados possam reflectir-se em nós, temos que entender que existem acções que deixamos acontecer, sem reagir, e que prejudicam a toda a humanidade, e até aos que nos seguirão caso a vida na terra continuar a ser possível, mesmo que num planeta degradado.

Sem comentários:

Enviar um comentário